Fomos para casa para que o Lorenzo pudesse tomar um banho e descansar.
Enquanto Lorenzo tomava banho,eu fiquei deitada em sua cama o esperando para dormirmos.Depois de quase vinte minutos,Lorenzo saiu do banheiro apenas com uma calça moletom e deitou na cama do meu lado de frente à mim.
-É estranho,eu fiquei um dia sem te ver e parece que foi por uma vida inteira.-Lorenzo disse depois de alguns minutos me observando e mexendo em uma mecha do meu cabelo.
-Eu acho que isso é exagero.-falei e sorri.
-Não!É sério.-Lorenzo disse rápido.-Não sei o que é,mas tem alguma coisa em tu que me prendi.Puta que pariu só não sei o que é.-ri da forma em que Lorenzo associa palavras feias em suas frases.
-Então isso é amor.-falei e Lorenzo me encarou.
-Será?-Lorenzo subiu em cima de mim e fez uma careta engraçada me fazendo rir e rindo junto comigo.Sem mais nem menos,ele parou de rir analisando meu rosto,e me beijou.Parecia que o mundo congelou naquele momento e aquilo era tudo que precisávamos.
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Acordei e ao olhar para o lado na cama,nem sinal do Lorenzo.Me sentei na beirada da cama,um pouco sonolenta e com o cabelo bagunçado e me despreguicei.
-Bom dia minha dama.-Lorenzo saiu do banheiro correndo em minha direção e me beijando.
-Bom dia.-falei e sorri.
-Não.-o encarei assustada por ter me dito não.-Tu tinha que dizer "bom dia vagabundo"..
-Ah me desculpe.-ri.-Bom dia vagabundo.-falei e Lorenzo sorriu.
-Vamos tomar café na dona Van?-Lorenzo me perguntou.
-Espera eu tomar banho?-perguntei e Lorenzo me encarou fazendo uma careta.
-É rápido.-lhe dei um selinho.-Prometo vagabundo.
-Vai lá.-Lorenzo saiu da minha frente e eu corri para o quarto da Rafa para pegar uma roupa.
Peguei um vestido de dentro da minha mala,uma toalha e corri para o banheiro do quarto mesmo,a Rafa ainda estava dormindo.
Tomei um banho rápido.Coloquei meu vestido e uma sandália rasteira nos pés,deixei o cabelo solto e saí do quarto.
-Lorenzo to pronta!-gritei do correndo em direção ao seu quarto.
-To aqui na sala.-Lorenzo gritou para mim e eu saí em direção a sala.
-Ual,tá linda.-Lorenzo se levantou andando em minha direção.
-Obrigada vagabundo.-sorri.
-Só não sai de perto de mim,não quero ninguém de olho no que é meu.-Lorenzo me abraçou pela cintura e saímos para fora de casa.
Fomos direto para o bar da dona Van,e assim que entramos Mari e Mu vieram correndo em nossa direção.Mari me abraçou,o que me deixou surpresa,pois ela nunca foi com a minha cara.
-Acho que lhe devo desculpas.-Mari falou assim que me soltou.
-Tudo bem Mari,esquece!-falei.-Amigas?
-Amigas.-Mari sorriu.
Nos sentamos em uma mesa e pedimos o café da manhã.Ficamos conversando sobre meu sequestro,sobre o meu bebê e sobre o Mu exigir ser o padrinho do mesmo.Enquanto discutíamos com o Mu que quem escolhia os padrinhos eram os pais e não quem queria apadrinhar a criança,o celular do Lorenzo começou a tocar.
-To descendo aí.-Lorenzo disse ao telefone e desligou.
-Onde você vai?-perguntei.
-Preciso ir na lojinha.-Lorenzo se levantou da cadeira.
-Posso ir com você?-perguntei já me levantando da cadeira e Loreno coçou a cabeça.
-Pode,assim todo mundo já conhece minha dama e não mexe contigo.-Lorenzo me esticou a mão e descemos o morro.
-Lorenzo,o que aconteceu com o Ariel?-perguntei quando do nada a imagem do Ariel veio em minha cabeça.Lorenzo me encarou por alguns segundos.
-Agnes,ele tava envolvido com teu sequestro e eu não tive outra opção.-Lorenzo me respondeu me deixando uma dúvida.
-Que opção?-perguntei.
-Matá-lo.-Lorenzo respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.
-Você o matou?-perguntei com um nó na garganta.
-Agnes,eu sei que o Ariel foi o único que não te tratou como a patricinha mimada,mas é porque ele tinha outras intenções,tenta me entender?-Lorenzo segurou meu rosto.
-Eu não consigo te entender,mas não precisava chegar a esse ponto.-falei tranquila.
-Me desculpa.-Lorenzo me beijou.
-Qual a parte de não se apaixonar pela minha filha você não entendeu quando lhe ditei as regras?-era voz do meu pai,e no mesmo momento em que a escutei parei de beijar o Lorenzo e olhei para trás.
-Senhor Mendonça eu posso explicar...
-Eu não preciso de explicações depois ver essa cena Lorenzo!-papai o interrompeu.-Eu ditei todas as regras,eu lhe falei que minha filha não era como as vagabundas que você vive pegando em cada baile seu!Sem contar que você é um irresponsável,minha filha quase perdeu a vida duas vezes e nós tínhamos um trato.
-Eu não deixei de cumprir minha missão.-Lorenzo disse entre os dentes.
-Mas quebrou as regras!-meu pai gritou.-Mas agora não importa mais,eu estou de volta e vou levá-la para casa.
Papai se virou e entrou no carro em que Robert o esperava com a porta aberta.
-Entre Agnes.-papai me chamou de dentro do carro.Olhei para ele e depois para Lorenzo que chacoalhou a cabeça negativo para mim.Andei em sua direção e ele segurou minha mão.
-Não me deixa Agnes.-Lorenzo disse com a voz embriagada,e meus olhos se encheram de lágrimas.
-Eu não sei o que fazer.-falei e uma lágrima rolou sobre o meu rosto.
-Fica aqui comigo Agnes,por favor?-Lorenzo apertava forte minha mão.
-Agnes entra no carro!-papai gritou novamente.
-Vai ser melhor pra mim Lorenzo.-olhei para trás,e vi que uma lágrima escorrer dos olhos do Lorenzo,e o mesmo logo a secou.
-Agnes...
-Por favor tenta me entender.-falei e soltei lentamente sua mão.Entrei no carro fechando a porta e Robert deu partida.Encostei minha cabeça na janela e chorei ao escutar Lorenzo me chamando.Papai me puxou para si e me abraçou.
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A dama e o vagabundo
Teen FictionFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...