Saímos da sala do médico em silêncio.Não tínhamos palavras para esse momento em que estamos passando,o meu vagabundo está dormindo por um tempo que eu não sei o quanto vai durar.
-Mu,você precisa voltar pra comunidade,alguém tem que cuidar do morro.-falei para o Mu,que estava largado no sofá da sala de espera.
-O Magrin tá lá.-Mu deu de ombros.
-Mais você é o braço direto do Lorenzo,é você que tem ficar no comando!-o encarei.
-Beleza.To vazando só por que você tem razão.-Mu beijou minha testa.
-Acho que vou embora com você,quero tomar um banho.-Rafa disse ao Mu.
-Vai deixar a Agnes sozinha?-Mu a encarou.
-Não tem problema,eu vou ficar bem Mu.-falei.
-Então tá,qualquer coisa me liga.-Mu saiu em direção ao corredor indo embora.
-Tchau Agnes.Depois eu volta.-Rafa acenou e seguiu o Mu.
-É,agora é só eu e você filhinho,para esperar o papai acordar.-falei sozinha alisando minha barriga.
Me sentei no sofá,e fiquei fitando o teto.O médico não apareceu para me dar nenhuma notícia sobre meu vagabundo,e isso me deixava muito aflita.
Acabei dormindo naquele sofá toda desconfortável,e acordei com alguém me cutucando.
-Sou eu Agnes.-olhei assustada para o Magrin.
-Oi.-falei passando as mãos no cabelo,tentando arrumar a bagunça em que ele se encontrava.
-O Mu contou sobre o estado do patrão.-Magrin sentou ao meu lado no sofá.-Fica tranquila,que aquele moleque vai ficar bem logo,viu?
-Eu acredito nisso.-senti meus olhos se encherem d'água e Magrin me puxou para si,me envolvendo em seus braços,e me apertando forte.
-Licença!?-me soltei do Magrin e olhei em direção de onde a voz veio.-Vocês já podem ver o Lorenzo Laris.
-Ai meu Deus,eu não aguentava mais esperar por isso.-me levantei do sofá rapidamente e olhei para o Magrin que continuava sentado.-Você não vem?
-Acho melhor eu ir,quando ele acordar eu venho ver ele.-Magrin se levantou e beijou minha bochecha.
Olhei para o médico e ele fez sinal para que o seguisse.Entramos por um corredor e depois de passarmos por umas cinco portas,ele finalmente parou em frente a uma,e abriu.Senti meu coração bater mais forte ao entrar no quarto,e ver meu vagabundo cheio de aparelhos,chorei.
-Vou deixar vocês a sós,qualquer coisa é só apertar aquele botãozinho perto da cama.-o médico apontou e saiu do quarto.
-Meu vagabundo vê se acorda logo.-segurei a mão do Lorenzo e o mesmo continuava intacto deitado naquela cama.-Fiquei morrendo de medo de te perder,logo agora que eu preciso tanto de você meu amor,você e nosso filhinho é tudo o que eu tenho agora.-passei a mão em seu rosto-Vagabundo,se você está me escutando,aperta minha mão.-infelizmente ele não fez nada.
Deitei ao seu lado,na pequena cama e encostei minha cabeça em seu peito.Chorei baixinho,e sozinha.Chorei por ele estar ali,sem nenhum movimento e consciência.Chorei por não conseguir impedi-lo de sair de casa e por não ter nada a fazer para ajuda-lo.
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Acabei dormindo entre o choro,e só acordei quando o sol invadia o quarto.Me levantei da cama desajeitamente com dores no corpo por dormir toda torta em uma cama pequena e fechei a cortina.Em seguida,me sentei em uma poltrona que havia ali no quarto e fiquei observando meu vagabundo dormindo.E como é lindo.Aquele moreno,fortinho ainda tem muito o que viver.
-Licença.-uma enfermeira bateu na porta do quarto e entrou.-Como ele passou a noite?
-Pelo estado em que ele está,eu acho que bem.-falei forçando um sorriso.
A enfermeira sorriu e andou em direção ao meu vagabundo.Ela pegou uma seringa que trazia em mãos,e aplicou algum remédio no braço do meu Lorenzo,que não fez movimento algum.
-Se precisar de alguma coisa,é só nos chamar,ok?-a enfermeira saiu do quarto antes mesmo que eu pudesse responder.
Me levantei da poltrona e fui até o Lorenzo.Segurei sua mão,e fiquei o observando.
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A dama e o vagabundo
Teen FictionFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...