Subi o morro ao lado da Rafaela e de sua amiga.
Entramos na casa e me sentei no sofá,ao contrário da amiga da Rafa,que se jogou.
-Vou tomar um banho,já volto.-Rafa sumiu pelo corredor.
-Então,Agnes...-encarei a garota.-Que foi?
-Como sabe meu nome?-perguntei desconfiada.
-A Rafa me contou a sua história,e não precisa se preocupar,eu sei guardar segredo.-a garota juntou os dois de dedos de cada mão e deu um beijinho no mesmo.
-Como é que a Rafaela conta a minha história para uma desconhecida!?-falei me alterando,e mesmo sem saber que história era,isso me deixava nervosa por apenas meu nome estar no meio.
-Eu não sou uma desconhecida!Eu sou Mariana e melhor amiga da Rafa.-a garota também se alterou.
-Nossa!Você me surpreende com essa explicação.-falei sarcástica.
-Tá debochando de mim patricinha mimada?-a garota se levantou e veio em minha direção.
-O que tá acontecendo aqui?-Rafaela apareceu na sala.-Mari qual é?
-É essa patricinha mimada que fica debochando da minha cara!-a garota se jogou no sofá novamente,com a cara emburrada.
A Rafaela me encarou.
-Porque contou a minha história pra ela?-perguntei a Rafaela.
-Relaxa,a Mari é de confiança.-a Rafaela deu de ombros e se jogou ao lado da amiga no sofá.
-É de sua confiança e não da minha!-gritei.
-Tanto faz!-Rafaela gritou de volta.-Menina chata.
-Chata é você,sua...-antes que eu pudesse completar a frase houve um barulho estridente e cada vez mais aumentava.-O que é isso?-perguntei em entender os barulhos.
-Tão invadindo o morro.-a Mari falou.
-Pro cofre!Corre!Agora!-Rafaela gritou e saímos correndo a seguimos.
Entramos no tal cofre e Rafaela o trancou.Me sentei no chão quieta e as meninas fizeram o mesmo.
Rafaela estava muito pensativa,sua expressão não mentia isso.Mari tentava se acalmar sozinha e eu estava morrendo de medo.Nunca havia passado por isso antes.O som de fora,ali dentro cofre parecia amenizado,mas a sequência de tiros mostrava que a guerra continuava lá fora.
-Droga!Meu irmão tá lá fora.-A Rafaela falou para si mesmo e passou as mãos pelo cabelo.Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e a Mari a abraçou.
-Vai ficar tudo bem amiga.-Mari tentava a confortá-la.
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Depois de mais ou menos meia hora trancadas,bateram na porta.Nos entreolhamos e nos levantamos,Rafaela caminhou receosa até a porta.
-Quem é?-ela gritou.
-Sou eu,pode abrir.-a pessoa gritou do outro lado e reconheci a voz,era Lorenzo.
-Lori!-a Rafaela abriu a porta e logo abraçou o irmão.
-Vocês estão bem?-Lorenzo se soltou da Rafa e nos olhou.
-Estamos.-falamos juntas.
-Podem sair agora.-Lorenzo nos falou e saímos.
-Ninguém se feriu?-Mari perguntou e Lorenzo se virou para ela.
-Só o Gu,e esse não faz diferença.-Lorenzo deu de ombros e Rafaela desabou a chorar.Mari novamente a abraçou.-Tá chorando porque?-Lorenzo perguntou.
-Você sabe o porque.-Rafaela respondeu esbanjando raiva em sua voz.
-Sei e preferia não saber.-Lorenzo abriu a porta da sala e saiu.
-Lorenzo!-gritei saindo para fora.E Lorenzo se virou surpreso.-Eu quero ir pra casa.-falei.
-Você já está em casa.-Lorenzo me respondeu.
-Eu quero ir pra minha casa.-dei ênfase ao falar minha.
-A partir de hoje essa é a sua casa.-Lorenzo deu ênfase ao falar sua e apontou a sua casa.-Agora entra pra dentro,ainda perigoso ficar aqui fora.
Lorenzo começou a descer o morro e eu obedeci.Entrei novamente na casa e Rafaela ainda chorava deitada no colo da Mari.Me sentei no sofá,e liguei a TV.Os jornais já estavam noticiando o que havia acabado de acontecer no morro,e de repente começou a noticiar sobre os feridos,entre eles Gu,o que fez Rafa se levantar e prestar atenção no que a jornalista falava:
"A guerra entre as favelas do morro do Alemão e Rocinha deixou cinco feridos,entre eles apenas um morador do complexo do Alemão,que foi levado imediatamente para o hospital pelos próprio moradores da comunidade e passa bem."
-Viu só ele tá bem.-Mari falou assim que o noticiário começou a informar sobre a previsão do tempo.
-Graças a Deus.-Rafa suspirou aliviada e foi até a janela.-Eu quero ver ele.
-O Lori não vai gostar disso Rafa.-Mari falou.
-Foda-se o Lori Mari!Eu quero ver o Gu e eu vou ver ele!-Rafaela estava decidida.-Ninguém vai me impedir.
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A dama e o vagabundo
Teen FictionFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...