-Ele tá no hospital.-Mu disse apreensivo.
-Caralho Murilo,porque não disse isso antes!-Rafa gritou novamente ao meu lado.-Me deixa sair.
Mu se afastou da pequena porta dando passagem para a Rafaela.Em seguida ele me ajudou a sair de dentro do cofre.
-Me leva até ele.-falei para Mu num tom autoritário.-Eu quero vê-lo.
-Tá,mas espera um pouquinho aí.-Mu puxou a Rafa para a cozinha,enquanto eu fiquei na sala.
Depois de dez minutos a Rafaela voltou com o Murilo,e notei que seus olhos estavam vermelhos.
-Agnes,eu nem sei como te falar,porque nem eu to acreditando.-Rafa me puxou para sofá,me fazendo sentar.
-Fala Rafa,o que está acontecendo?-perguntei nervosa a encarando.
-O Lorenzo,levou dois tiros,eu não sei ao certo onde foram esses tiros,mas ele está em coma,Agnes.-Rafa me abraçou e choramos juntas.
-Eu quero vê-lo.-me soltei da Rafa e olhei para o Mu,que apenas nos observava.
-Eu vou levar vocês.-Mu saiu em direção a porta e o seguimos.
Entramos no carro do Lorenzo,que estava perfurado com balas.Senti meu coração se apertar,e entrei na parte de trás do carro.
Mu foi quase voando com o carro até o hospital no centro do Rio.Quase morri de medo em todas as ultrapassadas e semafaros desrespeitados.Ao chegar no hospital,Mu nos deixou na entrada do mesmo e em seguida foi procurar uma vaga no estacionamento.
-Boa tarde,o que posso ajudar?-a moça atrás de balcão me perguntou,assim que me debrucei.
-Eu quero ver um paciente que está internado aqui.-respondi.
-Nome?-a moça começou a mexer no computador a sua frente.
-Lorenzo Laris.-falei e ela me encarou.
-O que foi atingido por dois tiros na invasão do morro do Alemão?-assenti.-Não sabemos nada sobre o quadro dele ainda,mas você pode esperar na sala de espera no fim do corredor a direita.
-Ok,obrigada.-saí do balcão com a Rafa e seguimos até a sala de espera desanimadas.
-Será que ele tá bem?-Rafa me perguntou assim que sentamos no sofá da sala de espera.
-Não sei.-senti uma lágrimas escorrer em minha bochecha e Rafa me abraçou.
-Alguma notícia?-Mu nos cutucou nos fazendo nos soltar.
-Nenhuma.-falei desanimada.
-Disseram para esperar aqui.-Rafa disse no mesmo desânimo.
Mu sentou ao nosso lado e permanecemos assim por mais de duas horas sem nenhuma notícia do meu vagabundo.De vez enquanto passavam alguns médicos pela sala,e nenhum deles diziam nada,ao não ser para esperar.Quando eu já não aguentava mais,e acho que nem Mu e a Rafa,um médico apareceu com uma prancheta em mãos.
-Parentes de Lorenzo Laris?-o médico nos encarou.
-Sim.-nos levantamos.
-Me acompanhem por favor.-o médico saiu andando e o seguimos.Entramos em uma pequena sala branca,com uma mesa e três cadeiras.O médico sentou-se,e Rafa e eu fizemos o mesmo,o Mu ficou de pé.
-E então doutor,ele vai ficar bem,né?-encarei o médico.
-É sobre isso que vamos conversar.-o médico rolou os olhos em um raio-x em cima de sua cima.-O estado do Lorenzo não é tão grave assim,mas não podemos ficar despreocupados.Ele levou um tiro bem próximo ao cérebro,por milagre não sofreu um traumatismo craniano,porém entrou em coma por motivos que estamos observando as reações através de exames feitos desde o momento em que ele chegou aqui.Por esses exames,podemos afirmar,que ele não ficará com nenhum trauma.
-E quando ele vai acordar?-perguntei.
-Isso dependerá exclusivamente dele.-o médico suspirou.
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A dama e o vagabundo
Fiksi RemajaFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...