Mu já está a mais de meia hora ou mais conversando com o meu vagabundo.Eu já estava entediada em ficar sentada naquele cadeira de plástico super desconfortável.
-Bora?-Mu saiu da sala.
-Até que enfim né?-disse aliviada.
-Que demora puta que pariu!-Rafa disse sem paciência e Mu apenas riu.
Nos levantamos da cadeira,e seguimos até o carro estacionado lá fora.Entramos no veículo e seguimos rumo a comunidade.
Chegamos em casa e fui direto dormir,estava cansada demais.
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Acordei por volta da quatro da tarde,e morrendo de fome por não ter almoçado.Desci até a cozinha,e abri os armários,mas não encontrei nada de bom.Resolvi ir até o bar da dona Van,e foi que fiz.
-Olá dona Van.-disse ao entrar no bar e vê-la atrás do balcão.
-Oi Agnes!-ela me respondeu com um sorriso largo.-Tudo bem?
-Tudo ótimo!Vi meu Lorenzo hoje,Mu te contou?-falei contente.
-Ele me contou sim meu bem.-dona Van ainda sorria.
-Não vejo a hora dele sair de lá.-falei esperançosa.-Aquele lugar parece ser horrível.
-E dizem que é mesmo.Tomara que nosso Lorenzo saia logo de lá.-dona Van cruzou os dedos.
-Tomara.-falei sorrindo fraco.-Mais dona Van,eu vim aqui mesmo,porque eu estou morrendo de fome.-ri.
-Ah é.-ela riu.-E o que quer comer?
-Pode ser aquela porção de batatas fritas,pra relembrar os velhos tempos.-disse após alguns segundos pensativa.
-Pra já!-ela sorriu e sumiu para cozinha.
Me sentei na banqueta e apoiei os cotovelos no balcão,olhando fixamente para minha barriga,que a cada crescia.Senti meu bebê chutar e sorri sozinha olhando para a pequena ondinha que se formava na minha barriga.
Vinte minutos depois,dona Van colocava sobre o balcão minha porção de batatas fritas e um copo cheio de coca-cola.
-Obrigada.-sorri.
-De nada minha flor.-dona Van me retribuiu o sorriso.-Se precisar de mais alguma coisa,é só me chamar.-sacudi a cabeça e ela sumiu novamente para a cozinha.
Comi minha porção de batatas sem me esquecer de lembrar dos velhos tempos.Senti uma saudade imensa de todos os momentos vividos ali naquele bar,e tenho certeza que meus olhos se encheram d'água.
Terminei de comer,me despedi da dona Van e voltei direto para casa.
-Licença?-digo quando entro em casa e vejo Rafa e Gu se pegando no sofá da sala.
-Onde você tava?-Rafa me pergunta com a respiração ainda ofegante.
-No bar da dona Van.-respondi dando de ombros.
-Pensei que estava dormindo.-Rafa disse me encarando.
-E estava,mas acordei morrendo de fome e fui pra lá.-falei sem querer dar continuidade na conversa.
-E não trouxe nada pra mim?-ela choramingou.
-Não sabia que queria alguma.-a encarei.
-To brincando cunhada.-Rafa riu.
-Ok.-ri.-Vou subir tá?Qualquer coisa me chama.
-Tá.Pode deixar!-Rafa me mandou um beijo e eu comecei a subir escada a cima.
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A dama e o vagabundo
Ficção AdolescenteFilha de um juiz muito prestigiado por sua justiça leal,Agnes Mendonça tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai precisa imediatamente pedir abrigo a outro país ao condenar o maior traficante da Rocinha,subúrbio do Rio.Com medo de ser...