Capítulo 8

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— Eu diria que vai além — retrucou-a, olhando ao redor.

— Viajo muito, com o pessoal. Tenho reuniões a bordo. Preciso de espaço e comodidade.

— E com certeza você deve ter outro castelo no céu para acomodar tais necessidades. Além de uma sede futurista em Nova York. Em seguida, vou descobrir que você tem uma estação espacial e um par de pirâmides.

Espere...

Ela pegou o celular.

S/n puxou-a para o seu lado.

— O que está fazendo agora?

— Apenas estimando quantos milhares de crianças este símbolo de status flagrante poderia alimentar, vestir e educar por anos.

S/n jogou a cabeça para trás e sua risada explodiu.

— Rao jamais chegará perto de adivinhar o que você vai dizer? — Ela ainda ria quando a guiou em direção à escada, em espiral, que levava ao andar superior. — Então considera este jato um desperdício de dinheiro que seria mais bem gasto em causas nobres?

— Qualquer item pessoal com uma etiqueta de preço do tamanho de um número de telefone varia de um desperdício ridículo a um crime.

— Mesmo que seja algo útil que uso para gerar milhões de dólares a mais, dinheiro que emprego em benefício da humanidade em geral?

— Como fazer a ciência avançar, proteger o meio ambiente e gerar empregos? Sim Você se esqueceu de como comecei minha vida profissional. Ouvi todos os argumentos. E vi todas as isenções de impostos.

— Mas você começou a sua vida profissional comigo, então sabe que não estou nela para ganhar dinheiro ou para exibir o meu poder ou status.

— Sei? A experiência me ensinou que não sei nada sobre o seu verdadeiro "eu".

S/n não respondeu, enquanto caminhavam por um elegante foyer e passavam por uma porta, que se abriu por meio de um módulo de reconhecimento de impressão digital. Então o mecanismo se fechou, deixando-as no interior do que havia de melhor em termos de aposentos privativos aéreos.

A grande opulência a atingiu com mais evidências do mundo em que S/n vivia. O mundo que S/n agora lhe dava a chance de escolher entrar ou não.

S/n a guiou para um dos sofás de couro próximo às enormes janelas ovais. A superfície macia deslocou-se para acomodá-la.

S/n tentou ignorar os sentidos tumultuados, olhando ao redor do ambiente, mergulhada em luzes douradas, tons de terra e a serenidade da suntuosidade e reclusão. Na outra extremidade do enorme espaço que se estendia ao longo do jato, uma parede fora decorada com intrincados desenhos da mistura de culturas que compunham Krypton. As portas duplas, no final, levavam a outra área. Com certeza, uma suíte.

Os dedos de S/n afogaram-lhe o rosto, virando-o para ela.

— Em relação ao "meu verdadeiro eu", se insiste em dizer que não me conhece, deixe-me corrigir isso. — ela afundou mais profundamente no sofá, levando Hailee, até suas cabeças repousarem sobre o encosto, com os rostos próximos o suficiente para ela se perder na perfeição daquelas íris incríveis. — O meu verdadeiro "eu" é uma nerd que por acaso nasceu em uma família real e herdou muito dinheiro. Que não deveria desperdiçar essa fortuna em suas pesquisas e ideias impraticáveis, como diziam os professores com os quais foi abençoada, que lhe ensinaram as práticas de negócios, e a orientaram em sua pesquisa e recursos para produtos geradores de dinheiro. Ela, infelizmente, nunca teve temperamento ou desejo de se tornar uma empresária rica.

— Ainda assim, se tornou uma, e tão cruel quanto qualquer outro. — Para seu desgosto, sua acusação soou como um sussurro carinhoso.

—Ela se viu transformada em uma. E devo contestar a parte da crueldade. Apesar de "ela" gerar muito dinheiro, não adota práticas frias e sanguinárias. Acontece que os métodos que aquelas pessoas lhe ensinaram são eficientes.

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