Capítulo 4

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Mas um longo processo judicial, altamente divulgado, teria prejudicado mais do que ajudado. Pior, isso a teria mantido em sua vida. E s/n procurara a menor mutilação, cortando a ligação abruptamente, antes que as coisas piorassem.

Então algo totalmente inesperado acontecera. Também por causa dela.

Enquanto se esforçava para expurgá-la da mente, reiniciara o seu trabalho do zero, e logo se tornou grata por isso. O que s/n julgava ser um grande avanço, na verdade era uma falha. Se não tivesse perdido toda a pesquisa, teria dado um prejuízo de bilhões aos seus investidores. Mas a verdadeira catástrofe aconteceria se a magnitude da confiança depositada em sua pesquisa minimizasse os testes, antes de suas aplicações chegarem ao mercado. Vidas poderiam ter sido perdidas.

Assim, a traição de Hailee foi uma bênção disfarçada, forçando-a a corrigir os erros e elaborar um método mais seguro, rentável e ágil. Depois disso, fora catapultada ao topo de sua área.

Não que devesse lhe agradecer pela traição que a levara a tudo isso.

As palavras chocadas de Hailee a arrancaram das trevas do passado.

— Mas eles não tinham nada a ver com o vazamento de sua pesquisa. E, de acordo com você, não houve nenhum vazamento.

— Não por falta de tentativas por parte dos culpados. O fato de eu ter colocado resultados falsos para que eles roubassem não os exonera do crime de espionagem industrial e roubo de patentes.

— Mas, se você não os perseguiu, na ocasião, então por que mantê-los sob um microscópio todo esse tempo?

Ela continuava bancando a inocente. Muito bem. Faria o jogo dela. Tinha um objetivo mais importante agora do que exumar cadáveres do passado. Se Hailee ainda acreditava que falhara em sua missão, deixaria que ela continuasse pensando assim.

— O que posso dizer? Segui minha intuição. E ela me disse que eles não eram confiáveis. Que eu devia ficar atenta. Já que poderia facilmente me dar a esse luxo, foi o que eu fiz. E acabei descobrindo o que os outros não conseguiam Também fiquei a par dos métodos que eles empregavam Eles não tinham a menor chance.

— Por que não os denunciou?

Porque era a sua família.

S/n finalmente admitiu para si mesma.

Pesava em sua consciência o fato de saber sobre os crimes habituais da família de Hailee e não fazer nada a respeito. Mesmo depois de tudo que Hailee lhe fizera, ainda não se sentia capaz de prejudicá-la, de fazê-la passar pela dor de perder o pai e o irmão, por pior que fossem. No entanto, o que mais temia, na realidade, era o risco de eles a envolverem.

Apesar de tudo, não era capaz de contemplar a ideia de mandá-la para a prisão.

— Não vi nenhum benefício para mim ou para o meu trabalho em fazê-lo. Não sou apenas uma cientista louca. Não mais. Desde os incidentes, há seis anos, aprendi que sempre vale a pena ter conhecimento das sujeiras de alguém para usá-las quando necessário. E agora chegou o momento de testar essa teoria.

— E acha que pode me forçar a casar com você, mesmo que temporariamente, usando esses crimes?

— Sim Isso a faria a esposa temporária perfeita. É a única mulher que não se sentiria tentada a pedir mais no final do contrato, ou correr o risco de qualquer tipo de escândalo.

Com os olhos marejados de lágrimas, Hailee se sentou e sacudiu a cabeça, fazendo seu cabelo brilhante cair para um lado com um chiado audível.

S/n lutou para não se curvar, erguer lhe o rosto e beijá-la. Esmagar aquelas curvas voluptuosas sob seu peso e possuí-la, fazê-la se contorcer de prazer embaixo dela.

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