Pássaros negros - O Primeiro Reino vol.2 🌟

Capítulo 43

Assim que nos trocamos saímos do quarto a procura de alguém para informarmos o que sonhamos, certo de que não foi bem um sonho.

Sonhos são imagens e lembranças que o seu subconsciente lhe mostra durante o sono, não sei dizer o que foi bem o que nos aconteceu, mas tivemos nossas mentes e consequentemente o nosso subconsciente invadido pela Banshee que me criou.

- Para onde estão indo? - A voz de Nabi nos faz parar no meio do corredor quase respirando aliviados, digamos que tanto eu quanto o Gabo ainda estamos verdadeiramente assustados, apreensivos e consequentemente ansiosos para avisar ou melhor contar tudo o que nos foi dito.

- Temos uma bomba para contar a todos, pode nos ajudar? - A princesa estreita os olhos em nossa direção, mas assente.

- Vou pedir para alguém que prepare uma sala de reunião, chamarei quem eu conseguir encontrar façam o mesmo. - Fazemos um sinal de confirmação quase ao mesmo tempo e voltamos a andar na direção que estávamos ondo enquanto ela volta de onde veio.

Não encontramos ninguém que poderia participar da reunião apenas algumas pessoas que trabalham no castelo, as quais avisamos para nos comunicar assim que alguém falasse que a sala de reunião que seria pedida por Nabi fosse escolhida.

- Para onde vamos? - Gabo pergunta quando paramos no hall de entrada.

- Não sei, estou morta de fome, ninguém está a nossa vista. - Gabo me fita preocupado. - Eu estou cansada de tudo isso, eu só queria uma vida normal.

- O que seria uma vida normal? - O meu soulmate parece genuinamente curioso.

- Eu poderia dizer, que seria no mundo humano vivendo em uma casa confortável e com um emprego que conseguisse pagar as despesas, mas não somos humanos não é a nossa realidade, somos herdeiros de reinos considerados mágicos então eu acho que o normal para nós seria seguir o nosso destino sabe, sem perseguição, mortes para todos os lados, com as pessoas que nos ama e nós amamos. - Ele assente sorrindo mesmo que mínimo me conforta.

Nos sentamos nos primeiros degraus da escada principal, então esperamos por uns minutos alguém aparecer, e e6 o que acontece, Kai chega meio afobado.

- Pediram uma reunião urgente? - Assentimos. - Espero que seja mesmo interrompemos o velório para isso. - Ele respira fundo jogando os fios negros para trás.

- Acha mesmo que pediríamos isso por besteira? - O capitão revira os olhos. - Bom, vamos? - Ele nos guia para mais no interior do castelo.

Apenas algumas pessoas se encontravam na sala escolhida, entre elas Atena meio abatida, os irmãos sombras Akemi e Munir, Nabi, Hidra e seu filhos Apolo, ambos parecem estar representando os híbridos, homens e mulheres desconhecidos, para mim, que creio ser conselheiros do reino.

- O que querem falar? - Atena pergunta.

- Primeiro peço que nos esculte atentamente sem tirar conclusões precipitadas. - Vejo alguns assentir me deixando mais tranquila.

A última coisa que quero agora é nos ache loucos.

- Bom... - Eu conto tudo que aconteceu calmamente sem esquecer nenhum detalhe, principalmente que não foi eu sozinha que tive o suposto sonho, coisa que o Gabo ao meu lado confirmou e até me ajudou em alguns detalhes.

O silêncio se instala depois que terminamos de contar o que nos foi dito enquanto dormimos.

- Vocês acreditam que isso seja verdade? - Um dos homens mais velhos da sala, conselheiro, pergunta a nós dois.

- Não teria o porquê duvidar, a minha mãe é uma completa maluca o castelo estelar não é tão longe daqui o mesmo é quase inacessível ela não tem mais os híbridos como guarda pessoal, mas ainda tem os próprios monstros criados por sua mente perturbada e seus poderes descontrolados. - Digo tentando manter a calma, eles não podem duvidar do nós, não quando está tudo em jogo.

- O que vamos fazer? - Kai pergunta sem direcionar a alguém específico.

- Não sabemos se é verdade pode ter sido um sonho em conjunto por ambos ser soulmate um do outro. Não podemos nos alarmar por conta de um sonho. - Meu queixo vai ao chão com as palavras de Atena. - Além do mais, temos um velório para terminar e reorganizar o castelo junto ao reino, todos precisam saber que reivindique o reino que sou a rainha, então vem a minha coroação e tudo que a mesma engloba.

- Não terá reino se todos estiverem mortos depois de uma invasão, não pense só em você irmã, eles vão nos atacar e se não estivermos no mínimo preparados não sobrará ninguém para contar a história. - As palavras duras de Gabo me surpreendem.

- Sinto muito Gabriel, mas se você e a Blue não possuem provas, quanto a tudo que foi dito, não posso deixar o mais importante para depois. - O tom calmo dela, mas afiado, é quando me encontro tão perplexa que não consigo dizer nada.

Estaremos mortos se não fizerem nada, é o que a minha cabeça grita, mas minha voz não interna ao contrário do meu soulmate.

- Então pague para ver e coloque uma cora de sangue em cima de seus belos cabelos ruivos. - Gabo se põe de pé batendo na pesa, me assustando e surpreendendo ao mesmo tempo. - Estou farto de sairmos como esquisitos que a qualquer momento podem quebrar, eu e Blue já passamos por coisas demais para sermos tachados como loucos e até mesmo mentirosos, não acreditem então, só não vou poder dizer um bom e velho eu avisei porque estaremos todos mortos para tal coisa. - Meus olhos se arregalam, me sinto péssima por ele ter que chegar a esse ponto de se descontrolar para que nos esculte ou não.

- Gabo vamos procurar alguma coisa para comer, hum? - Ele me fita com os olhos verdes brilhando em lágrimas contidas. - Vamos, vai ficar tudo bem. - Ele não fala ou faz algum gesto apenas se põe pra fora da sala comigo logo atrás.

Não vão fazer nada, pelo menos as pessoas desse reino, Kai e os híbridos, até mesmo Nabi, que sabe o que pai pensariam, ao menos abriram a boca para discordar do que Atena disse. 

Gabo e eu encontramos a mesma garota que trouxe as minhas roupas, pedimos a ela que nos ajudasse com a nossa fome, a mesma nos guia para uma pequena mesa em uma varanda e logo depois trás o que podemos chamar de café da manhã.

Nós dois comemos mantendo silêncio um de frente para o outro, até que eu resolvo quebrar o silêncio.

- Não fique com raiva deles. - Digo a ele que levanta o olhar em minha direção.

- Estamos tomando café da manhã depois da nossa descoberta, isso seria cômico se não fosse trágico, ninguém ousou discordar da minha irmã, com certeza devem achar que tudo é fruto da nossa loucura conjunta. - Sem querer eu dou uma risada soprada.

- Estamos de mão atadas mesmo, única coisa que podemos fazer é ficar fortes para hora da invasão, então não é bem ruim estarmos comendo. - Ele assente esticando sua até a minha.

- Eu te amo, Blue. - Seus olhos brilham quando se encaixam no meu.

- Eu te amo mais. - Digo.

- Juntos?
- Juntos.