Capítulo 42

103 22 0
                                    

A minha mãe não era uma mulher carinhosa, ou até mesmo cautelosa com as próprias palavras e ações, ela era oposto, mas eu a amava

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A minha mãe não era uma mulher carinhosa, ou até mesmo cautelosa com as próprias palavras e ações, ela era oposto, mas eu a amava.

A mesma me criou desde que nasci, me ensinou tudo que eu sabia, me fazia companhia nos piores momentos da minha infância e adolescência.

Lembro como se fosse hoje todas as vezes que nos sentávamos na beirada de sua janela, com canecas de alguma bebida quente ficavamos madrugadas afins apenas contando como foi nosso dia. A única coisa que ela adorava em mim era os meus desenhos, eu via seus olhos brilhar a cada vez que lhe mostrava um novo, sempre me enchia de elogia. Foi ela quem me incentivou a criar, era meu refúgio dos dias difíceis na escola, a minha válvula de escape, de tormentas, de ser uma quase imortal.

Nós duas, apenas nós duas, passávamos horas afins no porão com a mesma me ensinando a lutar, tanto corpo a corpo, como com armas, ela nunca me dava parabéns pela minha mira, eu era péssima acho que é o meu defeito na arte da luta.

Agora estou aqui em sua frente, seu corpo, seu rosto, seus cabelos, sua voz nada é como era antes, mas sua forma de falar de quando eu tinha apenas dez anos e a fiz jurar que iria para de me chamar de pequena porque eu já havia crescido o suficiente não mudou em nada.

- Não vai falar nada, ao menos um abraço. - A mulher de longos cabelos ruivo, liso, extremamente pálida, com os fios cobrindo os olhos fala com um sorriso fino rasgando seu rosto. - Não nos vemos ao bom tempo, confesso que pensei que seria melhor. - Ela diz se aproximando de mim, mas Gabo com seu instinto protetor se põe em minha frente lhe impedindo de chegar até onde estou parada, estática e prestes a surtar.

Foi ela que me criou, foi ela que me ensinou praticamente tudo que sei, ela me ensinou a ser quem eu sou, e a única coisa que sinto agora é que toda a minha vida foi uma mentira.

Dezoito anos de mentiras.

- Blue minha pequena vai deixar que esse... - A mulher estala a língua no céu da boca ao pensar em uma definição para o meu soulmate. - Já falamos sobre garotos minha pequena, nenhum deles vale o nosso precioso tempo ainda mais uma amante da lua, você é o posto dele.

- Do que está falando? - Gabo pergunta apertando levemente a sua mão na minha.

- Estrelas brilham sozinhas, a lua não. - O ar de superioridade e desdém dela me faz ficar mais próxima do meu namorado. - Eu não criei você para isso, já não bastou aquele menino loiro esquisito, como ele se chamava mesmo? - Fecho os meus olhos, querendo apenas sumir eu ainda nem consegui abrir a boca.

- Você se conhecem? - Gabo me pergunta olhando de soslaio em minha direção.

- Então, lembra da história de que não foi a minha mãe que me criou? - Ele assente logo depois arregalando os olhos em entendimento. - Foi ela quem se passou por minha mãe durante os dezoito anos da minha vida. - Gabo fica de costas para a mulher me abraçando, confesso que esqueci por uns segundo que estávamos sendo observados.

A Banshee, agora me lembro como a minha verdadeira mãe a chama, solta um suspiro alto nos trazendo de volta para realidade confusa onde estamos.

- Onde estão os outros? - Pela primeira vez dirijo a palavra em sua direção.

- Aqui, onde mais estariam? - Meu rosto e o da Gabo se banham em confusão. - Estamos em um sonho, vocês estão dormindo e eu estou em suas cabeças, resumindo isso aqui tudo é uma ilusão.  - Ela explica.

- O que quer de nós? - Perguntei me sentindo enjoada apenas em pensar que estou tendo meu subconsciente invadido dessa forma.

- Deste garoto nada, ele foi um erro para estar aqui talvez por você estarem tão próximos e vinculados pela aliança de alma estejam aqui juntos. - Eu olho para o meu soulmate que segura mais forte a minha mão com certeza temendo ser expulso desse sonho esquisito. - Mas de você minha pequena vim lhe avisar que a sua progenitora está se preparando para atacar, a mesma se encontra no castelo estelar a alguns quilômetros daqui.

- Está tentando nos enganar ou algo assim? - A Banshee nega com um gesto de cabeça simples. - Então por que está nos ajudando? - Questiono sem entender.

- Porque não passei dezoito tentando protegê-la para não vir a esse mundo e então como o inevitável aconteceu deixá-la morrer não é a uma opção. - Ele explica me deixando surpresa.

- Não é como se você tivesse sentimentos, você fingiu uma morte para se ver livre de mim. - Minha voz sai um pouco esganiçada, pois estou com o choro entalado na garganta. - Você era única pessoa que eu tinha e me abandonou. - Lágrimas escorrem pelo meu rost,  tenho elas contidas pela mão grande do meu namorado que agora me fita preocupado.

- Eu estava fraca no mundo humano, passei dezoitos anos na forma da sua mãe, e mais minha pequena você tem que entender que não sou uma pessoa e o meus sentimentos são relativos, mas assim como Estela me instruiu a quase duas décadas atrás, não posso deixá-la lhe machucar, estão avisados ao despertarem avisem os outros o ataque será em poucas horas, ela tem uma frota de seres assustadores sem os híbridos ela resolveu usar de seus pesadelos para atacar. - Sinto minha garganta seca com essa descoberta.

- Obrigada por nos avisar. - Digo ainda sentindo as lágrimas molhar o meu rosto.

- Não tem mais nada para perguntar ou dizer querida? - A Banshee me pergunta.

- Apenas uma pergunta. - Ela faz um gesto de cabeça como se me incentivasse a continuar. - Nunca sentiu nada por mim? - Não sei se quero saber a resposta, mas sinto que morreria se não soubesse a resposta.

-  Meus sentimentos são incógnitas pouco entendidas, nunca lhe odiei, mas também não posso de dizer que lhe amei tenho uma afeição grande e por você minha pequena, mas nada que um dia chegue a amor. - Eu assinto me sentindo péssima não por sua resposta, mas por não saber quem eu sou.

- Podem voltar  o meu trabalho está feito, nos vemos outro dia talvez.
- A Banshee some de nossas vistas nos deixando confusos para trás.

Eu seguro as duas mãos do Gabo e então fechamos os olhos, assim que abro os meus novamente estamos novamente na cama ainda pelados e, mas com os rostos molhados de lágrimas não só eu, ele também.

O meu soulmate me puxa para mais perto dele, senti-lo ao meu lado sempre vai ser a melhor coisa da minha vida.

- Eu te amo, sempre vou estar aqui para você. - E com essas palavras ele eleva meu rosto ao seu e me beija como sempre com paixão.

 - E com essas palavras ele eleva meu rosto ao seu e me beija como sempre com paixão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Pássaros negros - O Primeiro Reino vol.2 🌟Onde histórias criam vida. Descubra agora