Neun

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desculpem a demora. Cap sem betagem, volto ainda esse mês!

Dia após dia se tornava ainda mais difícil sustentar dentro do peito a angústia de uma noite incompleta e cheia de dúvidas, pela parte de Hoseok, e uma noite de despedida e dolorosa, por parte de Min Yoongi.

O detetive apareceu em seu departamento para pedir a breve licença. Com a presença do atestado médico alegando que deveria se conter de quaisquer fossem os trabalhos que o envolviam em perigo. Facilmente o homem poderia acabar entrando em um estado catatônico. A rigidez corporal não seria a melhor coisa para se ter em meio a uma troca de tiros, muito menos uma agitação intensa em casos que fossem requirir mais calma e atenção.

Por sorte, Namjoon era o chefe mais calmo que alguém poderia desejar, mostrou apoio e coordenação devida. Nada iria substituir o Detetive Jung, mas pelo tempo que ele precisasse ficar fora, Taehyung estava encarregado dos casos.

- Você pode me ligar caso tenha algum tipo de dúvida, eu ainda estou vivo. Isso é só uma licença. – O riso era frouxo, quase sem muita graça.

- Eu sei disso, Hyung. Eu vou te deixar em casa. – Taehyung deixou as pastas que segurava na nova mesa provisória, ele gostava de pensar na parte do provisória. Jamais gostaria de subir na carreira por motivos de afastamento ou algo ruim acontecendo com seus superiores.

O silencio se estendeu no elevador e continuou até o carro, o estacionamento não tão iluminado assim causava um desconforto nas vistas, Hoseok se sentia vigiado. Adentrou no veículo e apertou o cinto de segurança.

- Tudo bem por você se eu ligar o rádio? – Kim se preparava para sair do estacionamento quando lançou no ar a pergunta. Recebeu a confirmação por meio de gestos. Silencio agora era quebrado pela voz do locutor de um podcast sobre seriais killers.

O jovem detetive se atentou aos primeiros dez minutos, depois se perdia nos flashbacks de algumas noites atrás. Sentia na pele do pescoço o toque morno dos lábios que, mesmo machucados, não perdiam a macies. O toque da mão fria e levemente trêmula, talvez pelo nervoso, pensou. No nome revelado pelo sussurro pouco antes do avanço final. A junção sonora. Yoongi.

Os dedos por cima da jeans clara se apertaram na intenção de ferir as palmas com as unhas curtas, Kim o impediu. Apoiou a mão grande por cima da outra, desfez a tenção dos dedos alheios. Hoseok ergueu o olhar para o amigo. Tudo teria sido mais fácil se ele tivesse seguido com o caso sem compromisso que ele não sabe quando se findou. Da mesma maneira que ele sequer conseguia imaginar no primeiro momento em que se sentiu diferente a respeito do outro. Levemente, balançou a cabeça para se livrar dos pensamentos incômodos.

- Chegamos...?! – soou mais como uma pergunta que foi respondida assim que ele olhou para fora da janela e apreciou a fachada do prédio.

- Jung, nós ainda somos amigos. E eu queria saber o que se passa aí dentro. – Com o cotovelo apoiado no banco, ele esticou a mão livre até conseguir deslizar os dedos pelos fios de cabelo platinado. – Ou então, só me deixa te ajudar.

Em parte, Hoseok tinha um certo "preconceito" quando envolvia demonstrar abertamente o que sentia e dar o poder d'outro julgar-lhe fraco. Nesse caso, ele não se ligava em ser o fraco, ele poderia ser qualquer coisa que quisessem enfiar a ele, desde que tivesse significado. Jung só queria ter palavras significativas que demonstrassem o que sentia. Os lábios se curvaram em um sorriso triste, seus olhos entregavam a verdade.

- Eu só quero seguir minhas restrições. Vou ficar bem, Taehy. – Apertou o nariz do amigo entre os nós dos dedos, se soltou do cinto e beijou a bochecha em um estalo alto. – De toda maneira você ainda tem a chave do apartamento. Não é como se eu pudesse fugir.

Spilled Blood - sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora