Os Uchiha

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Cinco anos antes

Deidara

— Esse plano é completamente absurdo — Sasuke exclamou — Uma explosão desse nível vai fazer toda a montanha desmoronar. E como eu vou conseguir enviar um sinal se vou estar enfiado nesse esconderijo? E vocês acham mesmo que nós três vamos dar conta de todos os capangas de Orochimaru sozinhos?

Revirei os olhos, começando a ficar sem paciência para a descrença do Mini Uchiha — era como eu o chamava "carinhosamente".

— Primeiro de tudo, não é um plano, é uma obra de arte — corrigi-o — E não seremos só nós três, vamos recrutar mais gente.

— Claro, porque quem não iria querer executar um plano suicida com dois ex-membros da Akatsuki e um desertor? — ironizou ele.

— Ninguém sabe que somos ex-membros — argumentei.

— Isso muda tudo — devolveu ele, ainda duvidando.

Cogitei a real necessidade dele na execução daquela obra. Será que precisávamos mesmo do mini Uchiha? Afinal de contas, ele era pequeno, fraco e arrogante, características que só serviam para atrapalhar o processo.

— Eu sei o que você está pensando — Itachi interrompeu meus pensamentos, olhando-me daquele jeito blasé que eu odiava.

— Agora pode ler pensamentos com o Sharingan?

— Você nunca saberá — provocou ele.

Mas eu sabia que ele não podia ler meus pensamentos... Não sabia? A verdade era que Itachi — ou Chato Uchiha, como eu o chamava — era fechado demais sobre o funcionamento de seu kekkei genkai. E sobre todo o resto da sua vida também. Era difícil demais ser seu parceiro, principalmente quando essa palavra nem mesmo descrevia direito nossa relação. Ele organizava, ordenava e depois calava a boca. Às vezes eu tentava obrigá-lo a discutir comigo, mas nenhuma provocação conseguia tirá-lo do sério, o que me irritava ainda mais.

— Ele é essencial para o plano porque é ele que Orochimaru quer — Itachi explicou outra vez, praticamente provando que tinha lido meus pensamentos — E não vai ser agora, enquanto ele ainda é pequeno. Vamos esperar, treinar e estudar.

Sasuke fechou a cara quando seu irmão o chamou de pequeno, recusando-se a aceitar que era desprovido de altura. "Ora, mini Uchiha, aceite que a puberdade está demorando para bater" pensei em dizer, mas achei melhor ficar quieto.

— Um mês e meio preso nesses túneis antes de invadir — Mini Uchiha voltou a reclamar — Por que não entro de uma vez?

Suspirei. Será que ele era burro mesmo ou só fingia? Eu já tinha explicado isso umas duas vezes.

— Porque quando a explosão vier, todo o esconderijo vai virar escombros e você precisa de tempo para estudar o ambiente e como sair dele — Era a terceira (e eu esperava que fosse a última) vez que eu dizia isso.

— Como vou comer durante esse tempo?

— Pílulas de comida — respondi.

Ele ficou em silêncio um tempo, refletindo. Itachi o observou atentamente, praticamente esquecendo que eu estava no cômodo também. Isso era comum, na verdade. Em geral, ele me ignorava completamente a não ser que precisasse de minha ajuda — ou que quisesse algo que só eu sabia dar. Eu tinha de admitir, não era fácil estar envolvido no meio dessa família, mas era interessante.

Os dois irmãos eram tão iguais e tão diferentes. Ambos poderosos, focados e sempre em busca de mais conhecimento. Mas Sasuke era mais explosivo, direto e escandaloso enquanto Itachi falava baixo, nunca se exaltava e dava voltas demais para falar o óbvio.

— E a explosão final? Isso é suicídio — Mini Uchiha voltou a duvidar — Eu tô falando, esse plano é muito instável.

— Olha só — Perdi a paciência — Será que dá para parar de chamar a minha maior obra de arte de "plano"? Você chamaria a Capela Sistina de "painel"?

— Foi mal, Picasso — ironizou ele, tão idiota que nem sabia diferenciar Picasso de Michelangelo.

Massageei as têmporas, sentindo uma enxaqueca querendo se formar. Esse garoto ia acabar comigo. Ah, as coisas que eu fazia por Itachi.

— Deidara sabe o que está fazendo — Itachi veio ao meu auxílio — E você precisa confiar em mim para que dê certo.

— Desculpa, é que a última vez que eu confiei em você terminei órfão — Sasuke reagiu sem pensar e ficou claro porque, logo depois, abaixou o olhar e suspirou — Foi mal, ainda está fresco.

Itachi, entretanto, não pareceu se abalar pela crise do Mini Uchiha.

— Tá bom, eu tô dentro — Sasuke finalmente concordou, para o alívio das minhas dores de cabeça — E chega de perder tempo, vamos começar a treinar hoje mesmo.

Os dois irmãos saíram da mesa de jantar e seguiram para o quintal, se preparando para os treinos. "Acho que não vamos comemorar o dia dos namorados, então" concluí, vendo como Itachi estava focado em ensinar o irmão. Coloquei as flores que eu tinha colhido para dar de presente a ele em um vaso e fui preparar o jantar.

Entre uma pitada de sal e um dente de alho, senti a presença conhecida atrás de mim, falando baixinho no meu ouvido.

— Não esqueci de você — Itachi sussurrou e colocou um embrulho em minha mão direita antes de sumir outra vez.

Dentro do pacotinho de papel pardo havia uma foto pequena, a única que já tínhamos tirado juntos. Não era nada fácil se relacionar com um Uchiha, especialmente um que carregava tanta história e mágoa, mas às vezes valia à pena.

Voltei a preparar a sopa, dobrando a receita já preparado para a fome que os dois teriam quando terminassem de se estapear. "A que ponto cheguei" brinquei comigo mesmo. "De avental, na cozinha, enquanto os meninos brincam no quintal. Sou uma dona de casa, aff."

**NOTA DA AUTORA** Eu A M O um casal polêmico e espero que vocês também gostem da ideia de unir Deidara (que eu adoro) com Itachi

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**NOTA DA AUTORA** Eu A M O um casal polêmico e espero que vocês também gostem da ideia de unir Deidara (que eu adoro) com Itachi.

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