ALPHA • Tetralogia Lupina

11 • A BABÁ

Encarando o irmão, a alfa respirou fundo e fechou os olhos. A mesma desejava ter comparecido neste dia, mas devido a outros assuntos pessoais ela não pôde ir.

- Ah, um tiro não foi nada! - Ela rosnou baixo. - Deveria ter cortado a cabeça fora. Seu lobo deve ter farejador, mesmo quando estávamos próximos a um humano comum, eles sentem o cheiro.

- Se você realmente tivesse ido, aquilo teria se tornado um massacre. - Kotaro riu baixo.

- Ah qual foi, eu não sou de matar tantas pessoas assim. - Kimiko deu de ombros e ambos se encararam.

- Você diz isso, mas não se lembra do ano novo? Há três anos atrás, você e o seu lobo acabaram com o clã que se tentou infiltrar nos seus negócios. - Diz o maior, ao levantar-se novamente e caminhar para fora dali.

- Mas naquela noite, meu vestido ficou todo manchado, que ódio! Paguei uma fortuna nele. - A mais nova que o seguia reclamava frustrada.

- Sabe o que me fez lembrar? Quando o nosso pai gritou com você nesta mesma noite, por causa da roupa suja. - Parando em frente a escada o mais velho encarou a albina.

- Nem me lembre. - Suspirou derrotada. - Vou arrumar meu sobrinho e vamos sair em seguida.

- Ok, passarei a manhã fora. - Diz ele já subindo os degraus.

- Vai atrás de alguém hoje? - Kimiko indagou o mais velho.

- Não, apenas tenho que resolver um assunto da empresa. - Parando no último degrau, o alfa virou-se para a mais nova e a encarou seriamente. - Não o deixe comer doces antes do almoço.

- Pode deixar! - Ela concordou e piscou para o irmão.

Ao se dirigir até o cômodo, quando adentrou seguiu diretamente para o closet e ao parar em frente as peças de roupas, ele começou a pegar o que vestiria naquela manhã. Optando por uma camisa lisa de botões na cor preta, calça social acompanhado da mesma cor e uma gravata cinza claro. Vestindo-se Kotaro rumou até às demais gavetas. Buscando por um relógio de pulso, ao colocá-lo ele pegou os pares de sapatos sociais pretos e os calçou.

Enquanto terminava de se arrumar para sair, o quarto que lhe pertence acabou sendo invadido por uma pequena figura sorridente de cabelos negros.

- Papai? - O menino chamou pelo mais velho que logo deixou o cômodo onde estava.

- Sim? - Kotaro surgiu no quarto enquanto fechava o blazer.

- Estamos indo! - Sorri. - Ah, ontem eu fiz um desenho para você. - Sorata estendeu o papel que tinha em mãos.

Caminhando até o pequeno, quando o alfa se aproximou e agachou-se ao chão, aceitou o presente e sorriu abertamente.

- Somos nós? - Perguntou o moreno passeando os olhos por cada detalhe.

- Sim, olha, aqui é a nossa casa, a árvore que tem ali fora, ah e aqui eu fiz um cachorrinho. - Sorata explicava os detalhes de sua arte.

- Nossa! Esse cachorro aqui... nós não temos... - Kotaro encarou o menino que sorria.

- Eu sei...meu aniversário está chegando, posso ter um cachorro? - Seus olhos brilharam no momento em que fez o pedido.

- E você já sabe qual vai querer? - Ao perguntar, o mesmo o tomou nos braços e caminhou para dentro do closet.

- Pode ser qualquer um. - Ele deu de ombros.

- Então depois vemos isso. Falando em aniversário, já escolheu o tema do seu? - Kotaro o colocou sentado no banco.