Ocupando um lado da cama macia e espaçosa, o ômega que estava dormindo por três dias diretos tinha seu corpo coberto por um edredom escuro. Em um de seus braços, era possível encontrar um acesso ligado à veia, junto da mangueira que passava o soro para seu organismo.
Neste mesmo quarto, havia um homem alto de pele clara que quase nunca abandonava seu posto. Todas as vezes em que se lembrava do estado crítico que o encontrou naquela noite, cerrava seus punhos e tentava controlar-se para não ir até a prisão e matá-lo.
Deixando seu posto por alguns minutos, Christer seguiu para a cozinha e tornou a preparar um chá para que pudesse tomar e relaxar. Mais dias passaram e no decorrer deles, o alfa tentou assimilar todo o incidente que ocorreu. Parando com a leitura das papeladas que estavam sobre sua mesa de madeira, ele encarou a janela e respirou fundo. A imagem que tinha diante de seus olhos era uma das mais belas de se admirar, a árvore que possuía em seu jardim tinha suas poucas folhas que anunciavam a chegada do inverno, os miúdos flocos brancos caíam dos céus como se estivessem em uma valsa lenta e se encontravam com o chão coberto pela neve.
Encarando o celular que não parava de vibrar com ligações de sua irmã e cunhada, ele fechou os olhos por um minuto e levou sua destra ao eletrônico.
Oi, Sakura. - O alfa finalmente a atendeu.
"Oi, tudo bem? - Perguntou a mais nova.
Estou tentando entrar em contato com o Harumi, mas o celular dele está dando como número não existente." - A mulher falava sem parar. E eu tentei até mesmo entrar em contato contigo, mas não consegui."
O Harumi está aqui em casa, veio me visitar e informou que perdeu o celular quando saiu com os amigos do curso, já compramos outro só que ele não está muito apto ao eletrônico. E quanto a mim, estou trabalhando sem parar. - Suspirou.
"Ah entendi, é que eu me senti tão aflita que pensei que algo havia acontecido com ele, tentei entrar em contato com meus sogros, mas eles disseram que meu filho estaria com você."
Nada aconteceu, pode ficar tranquila. - Disse o alfa ao se levantar da poltrona.
"Eu poderia falar com ele agora?"
O Harumi está dormindo no momento, assim que ele acordar, direi para te ligar. - Ele vagou para fora do escritório.
"Oh, agradeço Christer, tenha uma ótima tarde."
Igualmente. - Diz ao finalizar a ligação.
No quarto de hospedes da mansão que pertencia ao policial, o ômega que já se encontrava desperto sentia algumas poucas dores em certas partes de seu corpo. Custando a respirar fundo, ele sentiu um arrepio percorrer por toda a extensão espinhal ao julgar pelo lugar onde estava sendo mantido. Olhando para os lados, Harumi encarou o quadro de fotos na mesa de cabeceira e quando pensou em se levantar, se sentiu derrotado devido a força que lhe abandonou.
"Não se mexa!" - A fria e grossa voz o assustou. "Não terá forças para mover um dedo."
"Eu disse a você para que não o deixasse tocar-te, mas você estava tão apaixonado por um alfa comum, que acabou deixando com que nos machucasse..."
"É por isso que vocês têm a nós! Acham que podem nos usar apenas para sentir os prazeres?! Dividimos o corpo e mente, temos nossos direitos de controlá-los da mesma forma em que vocês fazem conosco!"
"Nunca mais tente tomar a minha frente, HUMANO." - Seus rosnados estavam o deixando assustado.
Ao fechar os olhos por medo, ele sentiu a lágrima escorrer e beijar seu rosto. Harumi estava ciente de havia sido inepto e que o ômega era o único a ser justo da história.
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ALPHA • Tetralogia Lupina
RomantizmDEGUSTAÇÃO - EM BREVE NA AMAZON Contratado para cuidar de uma criança de seis anos e meio, que faz parte de uma família influente na máfia japonesa, Harumi - um estudante universitário e um jovem ômega lúpus - encontra-se apaixonado por seu chefe. N...