06 • A ALIANÇA DE OURO

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No meu retorno para casa, ainda no carro peguei-me pensativo em relação a todos os acontecimentos. Tudo aquilo era surreal, não imaginava que poderia amar meu filho, mesmo sendo uma gravidez indesejada, não podia culpá-lo ou descontar nele, pois o erro foi cometido pelos adultos.

Durante os poucos minutos que fiquei no carro, pensei em alguns nomes para dar. Somente com isso sorri feito um bobo e quando finalmente encontrei um, meu coração se aqueceu.

— Esse será perfeito! - Toquei minha barriga enquanto sussurrava. — O seu nome será tão belo quanto você.

Recostando-me Inclinei a cabeça para trás, virei o rosto para o lado e observei a paisagem das casas passar pelas janelas de vidro preto. Mantendo-me completamente em silêncio, pude sentir os olhares de que me acompanhava, o que me deixou muito incomodado.

Assim que voltei para o apartamento e me livrei daqueles olhos aterrorizantes, antes de preparar qualquer comida, resolvi tomar um banho, relaxar os músculos e lavar o cabelo. Tirando minhas roupas, entrei no box e liguei o chuveiro para deixar a água correr por todo o meu corpo, passei as mãos pelo cabelo e joguei-o para trás para tirar o excesso de água.

Ao pensar em pegar uma esponja de banho para finalmente me lavar adequadamente, obrigando-me a parar imediatamente. Quando me virei, deparei-me com Kotaro parado na frente do vidro temperado, seus olhos possuíam uma cor chamativa e sua boca ligeiramente aberta para revelava seus caninos afiados.

— Posso me juntar a você? - Um sorriso nasceu em seus lábios carnudos.

— Não me diga que... - Alarguei meus olhos quando senti seus feromônios me afetarem.

"Deixe-o, precisamos disso nem que seja um pouco." - Ouço meu lobo. "Esse alfa irá ajudar com o que virá pela frente."

— Venha! - Fecho meus olhos e deixo a água cair sobre meu rosto. Ouço seus passos e antes mesmo que pudesse lhe ceder espaço, sua mão se envolveu em minha cintura. — Sua roupa... - Antes que eu o parasse para avisá-lo sobre suas roupas ficarem molhadas, meus lábios foram capturados por um beijo calmo.

Corri minhas mãos úmidas por seu cabelo agora molhado e puxei levemente, aprofundando o beijo, deslizando nossas línguas uma sobre a outra como uma valsa lenta. O cheiro de sangue em suas roupas estava ficando mais forte, mas eu não me importei, continuei com o que ia fazer, movi minhas mãos para os botões de sua camisa e lentamente comecei a desabotoar cada um.

— O que deu em você? - Perguntei entre os beijos.

— Eu apenas desejo tê-lo, ômega. - O sussurro entre os lábios me fez arrepiar.

Naquela noite, depois do que fizemos no banheiro, as coisas mudaram dramaticamente entre nós, e realmente me incomodou que ele não tenha notado. [...]

Encarando a aliança em meu dedo anelar e observei os detalhes ao redor dele, as pequenas pedras de cristal cercadas por ouro puro.

— Se for um pesadelo eu quero acordar. - Digo sem pensar.

— Não diga isso, pense no bebê! - A albina sentada a minha frente me encarava com um semblante sério.

— Você tem filhos? - Perguntei a ela.

— Sim..., mas, se não se importa, não quero falar sobre isso. - A vejo sorrir de canto.

— Me desculpe, não era minha intensão invadir o seu espaço pessoal. - Abaixei minha cabeça e entrelacei meus dedos.

"O que eu estou pensando, não somos tão íntimos para esse tipo de assunto."

— Está tudo bem. - Ouço sua voz. — Como estão vocês dois?

ALPHA • Tetralogia LupinaOnde histórias criam vida. Descubra agora