Flowers From 1970 「PT/BR」

1.8

Já tinha se passado uma semana e, desde então, os demônios internos de Dream haviam diminuído.

Ele continuou a falar com George e Sapnap (quando não estava ocupado com o trabalho), e, desde então, esteve se sentindo melhor.  Não perfeito, mas melhor.

Naquele momento ele estava ao telefone com George, falando sobre suas coisas favoritas de certas categorias.

"Hmmm," George murmurou, "animal favorito?"

Dream se levantou e caminhou até a pequena cama no chão e pegou sua gata Patches, "Gatos, óbvio! Diga 'Oi' ao George, Patches."  Ele colocou o telefone no nariz de Patches, mas, obviamente, ela não tinha vontade de dizer oi para ninguém,  "Ela é mal-humorada." Dream soltou uma risada.

George sorriu, "Você acordou ela à força?"

Dream colocou Patches de volta em sua cama, "Sem comentários."

George balançou a cabeça com uma risada, "Eu gosto de gatos também."  Ele disse: "Eu costumava ter um chamado 'Luca'."

"As pessoas com gatos são as melhores!"  Dream disse e George concordou.

"O que não perguntamos?"  George se perguntou em voz alta depois de alguns momentos de silêncio.

Dream estava olhando para fora de sua janela quando viu um homem estacionar na garagem de sua vizinha.  Sua vizinha saiu e sorriu para o homem, que a presenteou com as mais brilhante rosas vermelhas.  Ela, alegremente, pegou as rosas e deu-lhe um abraço, e o homem a levantou e deu uns giros com ela no colo.

Dream imediatamente assumiu que eram pessoas que não se viam há algum tempo e agora estavam se encontrando pela primeira vez novamente.  Esses tipos de momentos deixavam Dream com um pouco ciúmes.  Ele nunca teve relações sérias além de um encontro ocasional que geralmente terminava em um desastre.  Ele adoraria ter alguém à quem trazer flores.

"Dream? Você está quieto, mas eu sinto que posso ouvir seus pensamentos."  George disse depois de um tempo, trazendo Dream de volta à realidade.

"Desculpa."  Dream respondeu: "Mas, pensei em uma pergunta."

"OK, o que é?"

"Qual é a sua flor favorita?"  Dream não aguentava mais ver o casal feliz, então fechou as persianas e cobriu as janelas com sua cortina branca.

"Não entendo muito de flores", começou George, "mas admiro orquídeas ou calêndulas."

Dream sabia exatamente quais eram aquelas flores, pois ajudou sua mãe em sua floricultura por anos.  Ele conhecia as flores, sabia cuidar delas, e as amava muito. Pensou por um tempo na resposta de George: "Alguma razão em particular?"

"Bem, as orquídeas eram as flores do casamento da minha mãe." George explicou: "Quanto às calêndulas, elas são muito bonitas".

"Legal, agora eu sei quais flores enviar para você."  Dream disse brincando.

"Como isso funcionaria?"  George estava genuinamente curioso.

"Eu já lhe dei itens antes."  Dream sugeriu.

"Flores de 1970 não sobrevivem 50 anos em uma cápsula do tempo, Dream."

Dream suspirou, "Bem, eu sei disso."  Ele se sentou contra a parede, "Eu vou descobrir."

Dream estaria perto dos 70 anos se ele ainda estivesse vivo no tempo de George.  Esse fato o machucou, mas ainda assim, ele pensou em maneiras de obter flores para 2020. Ele, então, teve uma ideia: "George, tenho que pegar algumas coisas na loja, mas vou te ligar novamente essa noite."

Houve uma pequena reclamação do lado de George antes que ele respondesse com um "falo com você mais tarde", e os dois desligaram.

Dream dirigiu seu carro até a floricultura mais próxima.  Era perto de sua casa e se situava entre uma boate e uma livraria.

A porta, então, tocou alguns sininhos quando ele a abriu. Ele entrou e o cheiro de flores frescas o dominou, parecia limpo e novo.

"Boa tarde!"  O homem que dirigia a loja o cumprimentou, vestindo um avental, em cima de uma escada e cuidando de algumas plantas penduradas no teto, "Precisa de algo específico, senhor?"

Dream caminhou até ele, "Sim, na verdade. Você vende sementes por acaso?"

O homem desceu de sua pequena escada e deu-lhe um sorriso, "Na verdade, nós vendemos, sim. Siga-me!"

Dream seguiu o jovem até os fundos, onde as sementes e outros suprimentos de jardinagem eram mantidos.

"Eles estão organizados em ordem alfabética nestas pequenas gavetas."
O lojista explicou: "Vou cuidar dessas plantas lá fora, mas se você precisar de ajuda para encontrar algo em particular, me dê um grito ou venha me encontrar".  Ele sorriu novamente antes de voltar para onde estava trabalhando mais cedo.

Dream riu e balançou a cabeça enquanto se afastava, divertido com a energia do jovem.  Ele, então, foi até as gavetas e procurou sementes de orquídeas, mas não encontrou nenhuma.  Dream tinha muita vergonha para chamar o homem logo depois de ele ter saído, então, enquanto isso, ele foi procurar sementes de calêndula.

Para sua sorte, ele abriu a gaveta e encontrou um último pacote de sementes de calêndula.  Ele os pegou e caminhou até onde o lojista estava.

"Com licença."  Dream olhou para cima porque o homem estava no alto da escada cortando pequenas folhas.

O homem olhou para baixo, "Oh olá! Encontrou o que você precisa?"

Dream assentiu, "Sim, mas, por acaso você guarda sementes de orquídeas?"

O homem franziu a testa, "Não, na verdade. Elas levam anos para crescer adequadamente a partir de uma semente e nós simplesmente não conseguimos colocá-las em estoque."

Dream gesticulou sua compreensão, "Está tudo bem", ele sorriu, "Eu vou levar isso então."  Ele sacudiu as sementes para mostrar ao jovem.

"Calêndulas. Calêndulas de pote. Muito bonitas quando crescem!"  Ele desceu de sua escada mais uma vez e o levou até o balcão.

"Eles também significam 'pequeno relógio' ou 'pequeno calendário'." O homem informou.

"Sim", concordou Dream, "a pessoa para quem estou comprando também pensa assim."

"Oh! Então você tem uma garota que gosta de jardinagem?"

Dream se perdeu na inocente questão, "É complicado..."

"Sempre é!" O lojista concordou, "A minha garota odeia flores, então é complicado para mim também..."

"Quem poderia odiar flores?!"

"Aparentemente ela, já que é alérgica" O jovem sorriu sem graça antes de pegar o dinheiro e entregar o saquinho de sementes para Dream

Dream sorriu de volta "Obrigado, eh..." Ele olhou para o nome no crachá do avental do jovem, "Karl."

"Não foi nada, volte sempre!" Karl acenou para Dream enquanto voltava para tomar conta de suas plantas.

Dream voltou para casa e colocou as sementes na cápsula do tempo e a enterrou no lugar habitual, então ligou para George avisando que encontrou uma maneira de o enviar flores de 1970.