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[ A música acima é 'I Will' por The Beatles (você vai entender). ]

Dream poderia ter se aproveitado das ligações de George.

Ele poderia pedir os vencedores de futuros jogos esportivos e apostar neles para ficar rico.  Ele poderia pedir os segredos do futuro e usá-los para ganho pessoal.

Mas o que Dream queria?  Tudo o que ele queria era falar com George.

Dada a oportunidade de falar com alguém 50 anos à frente de seu tempo, e tudo o que ele queria era falar com um garoto solitário que nunca teve alguém que se importasse com ele do jeito que Dream se importava.

Dream nunca teve intenções egoístas.  Talvez no início sua curiosidade tenha levado à ansiar por mais respostas, mas, depois de conhecer George, tudo isso desapareceu e foi substituído pelo que ele via como uma bela amizade.

Esses telefonemas eram um pequeno segredo dos dois.  Suas poucas horas de conversa em noites escuras e sombrias nas quais poderiam relaxar e ser eles mesmos com alguém que os confortaria e riria com eles.  Era algo a que os dois tinham se acostumado.

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George acordou grogue depois de dormir em uma posição desconfortável a noite toda.  Ele tentou checar a hora em seu telefone, mas percebeu que a bateria havia acabado devido à música que tocou durante a noite.

Ele bocejou e se levantou, quase caindo, mas se recuperando a tempo.  George decidiu tomar o café da manhã e dar um passeio, já que estava um dia tão bom lá fora, e seria perfeito, já que seu telefone já estaria carregado antes de sair.

Depois de comer algumas sobras e escovar os dentes, ele correu de volta para o seu quarto e pegou o telefone, desconectando-o antes de voltar para o andar de baixo.

O sol havia nascido recentemente e iluminava o bairro de tal forma que todos que tirassem um tempo para sair o considerariam o dia perfeito.  George continuou com sua rotina habitual de checar as flores que plantou.

Ele deu um tapinha no solo, "Nada ainda, eu acho."  Disse à si mesmo, suspirando antes de se levantar e caminhar pela grama recém-aspergida, a água pingando levemente através do material de seus sapatos, mas não o suficiente para tirá-lo do curso de seu bom dia.

Nenhum plano foi feito, e George não estava indo a lugar nenhum em particular.  Ele decidiu que era melhor caminhar do que dirigir, porque seu cardio tinha sido horrível e era algo que ele precisava trabalhar.

A praça da cidade ficava perto o suficiente para uma caminhada confortável, mas também longe o suficiente para um bom exercício. Abrigava várias lojas e restaurantes, incluindo a loja de flores de Karl.  Na verdade, George não voltara à praça da cidade desde que fora à loja de Karl.

Era uma caminhada de quinze minutos, mas ele demorava mais porque gosta de ouvir músicas durante as caminhadas, então, caminhava ao ritmo da música, que, nesse caso, era a mais lenta.

Assim que chegou, não sentia fome, então passou direto pelos pequenos cafés e lanchonetes e explorou as lojas que nunca tinha visto antes.  Havia um fliperama antigo e meio decadente que ainda atraía muitas crianças e adultos que ansiavam por uma pitada de nostalgia, uma loja de chás que dava amostras grátis (nos quais George se divertia) e outras jóias escondidas, as quais George nunca tinha visto.

Enquanto caminhava, pisou em um chiclete no chão.  George fez uma cara de nojo e levantou o sapato. O chiclete se esticou, colado no concreto e nele.  George raspou o sapato na calçada, tentando arrancar o chiclete.  Depois de limpar o sapato, ele olhou para cima e viu uma pequena porta à sua esquerda.

Flowers From 1970 「PT/BR」Onde histórias criam vida. Descubra agora