Elizabeth
Bockhampton, Reino Unido
Outono de 1839Aflita, Elizabeth esperava, junto com Madeleine do lado de fora da casa. Lady Eleanor dormia, alheia ao que estava acontecendo, e a menos que fosse inevitável contar a ela, elas não o fariam. A jovem não tinha visto com exatidão o sequestrador de Helena, mas pelas roupas e silhueta, se parecia muito com o estranho que a tinha abordado em Burton, antes dela se encontrar com Oliver. A enfermeira fazia uma oração ao seu lado, e segurava a sua mão com força. Ela não a acompanhava nas orações, apenas torcia para que Oliver trouxesse a menina de volta a salvo, mas retribuía a força com que sua mão era apertada, apoiando a fé da outra.
Um movimento na mata fez elas se levantarem e verem Oliver irromper com Helena nos braços, então correram na direção deles, para verem que a menina estava desacordada, talvez por conta de uma pancada em sua testa que tinha deixado um inchaço. Levando-a para dentro, a deitaram em sua cama, e a acordaram com tapas leves no rosto e aproximando um frasco de álcool de suas narinas.
— Que bom que você está bem, Helena — Elizabeth disse assim que ela acordou.
— O que aconteceu? — A menina perguntou, sem entender o que estava acontecendo, mas assim que se lembrou, levantou-se da cama em um salto e gritou: — Onde está o homem estranho?
— Acalme-se — a ruiva colocou as mãos no ombro dela —, o Oficial Cooper perseguiu ele e te salvou.
— Ah meu Deus, obrigada! — Helena avançou na direção de Oliver e lhe abraçou — Você é noivo da Elizabeth?
— não, não — ele respondeu desconcertado —, somos apenas amigos.
— É melhor você descansar um pouco, Helena — Madeleine disse, conduzindo a garota de volta para a cama —, eu vou ficar com vocês essa noite, e vou cuidar de você e da sua mãe. Imagino que Lady Elizabeth e o senhor Cooper têm que voltar para Burton. Vou preparar os lampiões.
— Ainda espero a sua resposta sobre ir morar comigo — Elizabeth disse, antes de sair do quarto —, eu contratei Lady Madeleine para fazer companhia e cuidar da sua mãe em período integral. Amanhã vou pedir para trazerem os lampiões e receber a sua resposta.
A garota apenas balançou a cabeça assentindo, e Elizabeth se despediu dando-lhe um beijo na testa. Eles se preparavam para partir, mas quando o oficial tomou a frente dela, para pegar os lampiões, ela viu que a camisa dele estava rasgada e que havia um grande hematoma na região das costelas. Ela estava tão aliviada por ele ter salvo a garota, que nem se preocupou com o fato de que Oliver poderia ter se machucado no processo.
— Meu Deus, Oliver — ela exclamou preocupada, se aproximando dele —, você se machucou!
— Ah, não foi nada — ele respondeu com um sorriso sem graça —, você precisa ver como eles ficaram.
— Eles? — ela perguntou — Então era mais de um?
— Sim — ele respondeu —, eu entrei em luta corporal com os três, e quando viram que eu não ia desistir, eles fugiram.
— Isso está doendo? — ela disse, tocando de leve na área arroxeada, e dando um pulo de susto quando ele gritou de dor — Ai meu Deus, me desculpe, Oliver!
— Calma Elizabeth, eu tô brincando — ele disse e soltou uma sonora gargalhada —, já disse que tá tudo bem.
— Pois da próxima vez, não vou me importar se está doendo ou não — ela disse, fingindo estar chateada com a brincadeira, mas rindo depois —, deixe Lady Madeleine dar uma olhada.
— Um hematoma desse tamanho pode significar fratura das costelas, ou até algum ferimento interno — a enfermeira disse, analisando a área —, mas você não suportaria o toque, então parece ser só superficial. Recomendo procurar o Doutor Richard assim que chegar em Burton.
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A Donzela e o Vampiro Volume 1
RomantizmCondado de Dorset, Inglaterra, 1839. Nos primeiros anos do reinado da jovem Rainha Vitória, o Reino Unido vivia uma era de progresso cultural e tecnológico, mas também de profundas desigualdades sociais. Enquanto as cidades fervilhavam com o avanço...