Capítulo 8

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Não consegui dormir aquela noite, já que não conseguia pensar em nada além de Akaza.

Seu rosto ainda estava bem marcado em minha mente, um sentimento estranha havia surgido em meu peito no momento em que pude olhar em seus olhos profundamente.

Não sabia o que era aquela emoção que havia sentido pelo oni superior, mas fiquei muito curioso para descobrir porque eu havia desejado algo além da morte dele.

Fiquei pensando naquilo o dia todo, por mais que eu estivesse treinando com foco total, aquela maldita curiosidade ainda se abrigava em algum lugar da minha mente.

Meus Tsugukos estavam melhorando à cada sessão de treino, porém eu não conseguia focar no progresso deles, e muito menos em minha própria evolução durante esse período.

Quando acabamos o treino daquele dia, Tanjiro veio me perguntar se eu estava bem, já que eu estava muito avulso durante a manhã toda.

Respondi que apenas estava muito pensativo, então ele sorriu para mim e disse que também se perdia em seus pensamentos às vezes, principalmente em relação a sua irmãzinha Nezuko e em como torná-la em uma humana novamente.

A noite também foi bem estranha. Muitas sensações dominavam minha cabeça, por consequência, eu não consegui dormir, mesmo que tentasse resfriar a mente, os pensamentos sobre Akaza sempre voltavam à tona.

No dia seguinte, avisei Shinobu que iria voltar para a Residência dos Rengoku, ela percebeu que eu não havia dormido direito noite passada, mas apenas me disse que Tanjiro e os outros não poderiam me acompanhar naquele momento, pois ainda estavam se recuperando dos ferimentos adquiridos na batalha do Trem Infinito, sem citar as grandes olheiras que estavam sob meus olhos.

A caminhada até a Residência dos Rengoku foi bem longa, porém valeu a pena. Fui sozinho, e antes de sair da Mansão Borboleta, avisei Itsuki sobre minha ida, caso ele ficasse confuso com o meu sumiço repentino.

Cheguei lá por volta das 17:30 da tarde, era possível ouvir as pessoas conversando e fofocando nas ruas.

O sol estava se pondo e a lua surgia em seu lugar, pequenos pontinhos brilhantes apareciam no céu azulado e grandes luminárias de papel eram acesas pela pequena cidadezinha.

Senjuro estava do lado de fora de nossa casa, segurando uma vassoura de bambú e palha.

Ele balançava-a em uma tentativa inútil de varrer a pequena rua de terra à frente do portão da grande mansão.

Um sorriso caloroso cresceu em seus lábios assim que me viu ao longe, ele correu em minha direção e me abraçou assim que me viu, largando a vassoura no processo.

- Irmão! Eu achei que você tinha morrido! - Gritou Senjuro enquanto chorava e me abraçava - Você está bem? Está vivo mesmo ou estou só sonhando? Perguntou ele antes de  desfazer o abraço.

- Sim Senjuro, estou vivo, você não está alucinando. Respondi. Lágrimas castas escorregaram por meu rosto sem que eu percebesse.

A emoção e a saudade de minha família eram tantas, que eu não conseguia mais esconde-las.

- Quando o corvo Kasugai que Shinobu me enviou, avisou sobre sua chegada, fiquei em choque. Até agora não consigo acreditar que você tá na minha frente, vivo! Disse ele enquanto tentava manter a calma.

Amor Proibido: Sangue Escuro Onde histórias criam vida. Descubra agora