Capítulo 45

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Quando Helena me manda mensagem dizendo que acabou de falar com o primo, respiro fundo e não posso deixar de sentir-me um pouco mal com tudo isso. Lorenzo e Peter estão sendo os mais prejudicados, além de Oli e Ethan.

A verdade é que toda essa situação não estaria acontecendo se não fosse a Tália e esse plano mentiroso e desonesto, porém como eu andava refletindo a alguns dias não sei quais motivações a levaram a fazer tudo isso.

– Lily –  Peter chama baixinho tocando meu braço com delicadeza. 

– Oi querido – Me viro em sua direção sorrindo. – Precisa de algo?

– Eu... você pode me responder uma coisa? 

– Claro que posso. – O puxo para nos sentarmos no sofá e seguro sua mão.

– Você acha que o problema sou eu? – Questiona parecendo sentir-se culpado. 

– Do que está falando? Você nunca seria o problema de nada.

– Minha mãe e essa coisas que ela está fazendo. Tália nem sempre foi a melhor mãe, mas sempre que eu precisava ela estava lá por mim. E eu não entendo como de repente ela decidiu que seria uma boa ideia nos trazer para cá e envolver Oli e Ethan nessa mentira.

– Vou te falar o que eu acho, Peter. No fundo ela se sente culpada por você não ter tido um pai presente enquanto crescia. E de uma forma errada ou não ela tentou mudar isso.

– Acha que tudo bem se eu perdoar ela? Amo minha mãe, mas não quero que vocês se afastem de mim por eu não ficar contra ela – Percebo que Peter tem uma coisa que... o faz sentir culpa por muitas coisas que não são de fato culpa dele.

– Ela é sua mãe, te carregou por 9 longos meses, te criou sozinha e te ama. Nos também te amamos, e é por isso que jamais ficaríamos bravos por ver que você tem um coração tão bom. Não perca nunca isso, querido. Você é especial demais.

– Posso pedir uma coisa? – Pergunta com um sorriso esperançoso surgindo em seu rosto.

– O que quiser, Peter.

– Bryan tem dois pais, você tem dois namorados, posso ter duas mães? Se eu puder gostaria que uma delas fosse você.

– Se isso dependesse de mim, eu diria sim com toda certeza, porém sua mãe e eu não somos amigas e creio que ela não vá gostar muito disso – Tento explicar a ele de um jeito que não o chateasse, mas percebo que mesmo assim ele ficou triste. – Sabe de uma coisa? Não preciso ser sua mãe para amar e cuidar de você, Peter. O mesmo vale para Oliver e Ethan, eles tem um carinho imenso por você e estarão sempre a sua disposição, para o que precisar.

– Tália deve estar chegando, ela disse que viria me buscar hoje à tarde –Peter informa, mudando de assunto.

– Já arrumou suas coisas?

– Quase, estava pensando... Talvez eu possa deixar uma ou duas peças de roupas aqui?

– É claro, não pense que conseguirá se livrar de nós tão fácil assim. – Digo sorrindo e recebendo outro dos seus sorrisos incríveis e brilhantes. – Queremos você nessa casa todos os fins de semana possíveis.

No momento em que Peter se inclina para me abraçar a campainha toca nos interrompendo.

– Deve ser minha mãe – Murmura se afastando e caminhando apressado até à porta.

Me levanto para cumprimentar Tália, mas paro quando vejo Lorenzo parado na porta olhando fixamente para Peter, com os olhos assustados.

Talvez por obra do destino ou não Tália surge alguns segundos depois com uma expressão serena, mas muda drasticamente quando vê o filho tão perto do verdadeiro pai. Ela apressa os passos e empurra, sem nenhuma delicadeza, Enzo para o lado entrando no apartamento e puxando o filho para dentro.

– Lily! – Ela pede baixinho com a voz contendo desespero. – Sei que não tenho o direito de te pedir isso, mas pelo carinho que sei que você tem pelo meu filho, tire esse homem daqui. Por favor, não deixe que Lorenzo se aproxime do meu filho.

– Mãe, o que foi? – O garotinho louro pergunta com confusão enquanto a mãe aperta-o forte entre seus braços em um abraço esmagador.

– Não é nada filho, eu só estava com saudade.

Lorenzo entra no apartamento depois de ficado minutos sem conseguir esboçar alguma reação. Ele caminha cauteloso pela sala em direção de Tália. Os olhos dela disparam até mim implorando em silêncio.

– Enzo... –  Chamo baixo com a voz doce. – Acho melhor voltar outra hora.

Onde está Helena para resolver a bagunça que criou? Ou os gêmeos? Não é possível que justo agora todos resolveram sair.

Ignorando meu pedido ele da mais alguns passos até parar a poucos metros de distância deles.

– Quantos anos ele tem? – Sussurra com incredulidade

– Isso não é da sua conta, Lorenzo. Vá embora!

– Qual sua idade garoto? – Ele refaz a pergunta. Desta vez direcionada á Peter que ainda tenta entender a situação.

– Faço treze daqui alguns meses.

– Me diga que isso não é verdade Tália, me diga que isso é apenas a porra de uma coincidência – Aos poucos o choque some dando lugar a raiva. A voz que antes era um sussurro agora está alta e irritadiça. – Anda Táli, quem é o pai dele?

– Vem querido – Puxo Peter para longe deles no momento que Oliver e Ethan entram na sala com cara de sono. – Vamos lá para dentro.

Deixo Peter no quarto e vou até a cozinha pegar um copo de água para ele.

– O que está acontecendo? Porque está aqui Enzo? – Ouço os gêmeos perguntarem confusos. 

– Vocês sabiam? – Lorenzo questiona triste e irritado. 

– Do que você está falando? – Ethan resmunga. Coitado do meu bebê, foi acordado pelos gritos e agora tem que resolver essa situação.

– Sobre o garoto! A quanto tempo sabem que ele é meu?

Meu filho não é uma propriedade! Ele não é seu! Peter é uma criança cuja mãe é uma maldita traidora. Não me importo de ouvir quantas vezes errei, mas não vou admitir esse tipo de coisa na frente dele! – Tália explode gritando antes de começar a chorar.

Vou o mais rápido possível até lá e a abraço entregando-lhe o copo que ainda estava em minhas mãos. Ao contrário do que imaginei ela me abraça chorando em meus ombros.

Nesse momento Helena entra no apartamento com Sam segurando sua mão. Não demora muito para que ela entenda o que está acontecendo e sua expressão antes suave se torna preocupada.

Você – Lorenzo aponta o dedo em direção a ela em um tom acusador. – Eu deveria ter imagino que sua visita e toda aquela ladainha sobre Tália era algo mais. Por que não me contou Helena? Pensei que tinha mais caráter que isso, mas não. Você foi baixa ao ir lá e plantar tantas dúvidas em minha cabeça. Tudo para o que? Se vingar de uma rivalidade da adolescência? Mesmo que você ache que é melhor que eu, lamento te informar, querida prima, mas você é a pior. Sou a ovelha negra da família? Você é a cobra.  

♥♥♥

Our Sweet LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora