Capítulo 28

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Chorei escrevendo esse capítulo, sério. Boa leitura.

***

- O q-que você está fazendo aqui? Como soube onde eu estava? - Milhares de perguntas inundam minha cabeça, eu não o vejo a quase quatorze anos.

- Tem muitas coisas que eu preciso te contar filha - Saio do transe e o encaro, senti tanta falta dele. - É seu filho?

Ele aponta para Bryan que o analisa atentamente.

- Ele é... Sim, quer dizer, eu... - Pigarreio, estou tão confusa, tão, tão nervosa. - Você gostaria de entrar?

Meu pai abre um sorriso e assente.

- Obrigado - Ele agradece quando eu lhe entrego um copo de água.

Ele bebe o água toda e suspira antes de me encarar.

- Quando eu fui embora, minha intenção era busca-las o mais rápido possível - Meu pai começa a dizer, ele parece completamente diferente do que eu me lembrava, de como ela dizia que ele era. - Mas quando eu voltei seis meses depois, sua mãe disse que vocês não queriam me ver, que ela havia se casado de novo e que vocês o consideravam como pai. Eu não deveria ter acreditado nela, Maria Luiza sempre foi mentirosa e manipuladora, mas eu acreditei, ela me mostrou fotos de você e sua ao lado dele, sorrindo e felizes.

Meu coração se aperta ao pensar nas inúmeras mentiras já contadas por minha mãe.

- Me senti um fracassado, miserável. Fui um covarde e abandonei vocês, me casei dois anos depois com Linda. Tive um filho com ela, Owen, mas eu só soube a verdade quando sua irmã me procurou. Fazia anos que eu havia visto vocês, mas quando Lídia me achou, disse que estava grávida e implorou por ajuda eu soube que tinha errado em acreditar na sua mãe. - Lágrimas caem de meus olhos, estão somente nos dois na sala. Os gêmeos levaram as crianças lá para dentro para nos dar privacidade.

- Ela me contou de todos os abusos que vocês sofriam nas mãos daquele filho da puta e a vagabunda da sua mãe. Eu não fazia ideia, e peço perdão por tudo o que vocês sofreram, eu poderia ter evitado tudo isso.

Lídia não me disse que foi procura-lo, por quê?

- Já tínhamos combinado tudo, eu ia busca-las e leva-las para o mais longe possível dele. Só que Linda não aceitou isso, ela ficou irada quando eu disse que minhas filhas viriam morar conosco. Ela tem distúrbios de personalidade, nada que os remédios não resolvessem, o que eu não sabia era que ela não tomava os remédios desde que nosso filho nasceu. Eu estava saindo de casa para buscar vocês quando ela surtou, atirou na minha perna e matou nosso filho. Bem na minha frente. Logo antes de atirar na minha cabeça. - Meu choro é alto e doloroso, não consigo absorver tantas informações despejadas em cima de mim dessa forma. Minhas mãos tremem e meu coração dói. - Não sei quem me achou ou como eu sobrevivi, mas acordei cinco meses atrás em um lugar desconhecido e com a memória completamente apagada. Enquanto minhas lembranças voltavam, pouco a pouco e a fisioterapia era progressiva eu soube que precisavam encontra-las. Mas como eu iria encontrar vocês? Fiquei três malditos anos em coma!

- Quando eu soube que Lídia tinha morrido e você tinha salvado o bebê das mãos daqueles... Eu senti um misto de emoções, tinha perdido dois dos meus filhos e não fazia ideia onde você e meu neto ou neta estavam. Durante toda a minha recuperação eu procurei vocês, e finalmente uma semana atrás eu te encontrei - Ele abre um meio sorriso. - Lily, não espero que você me perdoe do dia para noite, tudo que eu peço é uma chance de estar na sua vida. Você é a única família que me resta.

Choro copiosamente, lembrar de tudo o que sofri e de como eu me sentia quando ela dizia que ele não dava a mínima para mim. De como ela me batia quando eu mencionava o nome dele, me dá raiva. Uma raiva tão forte e cega que rasga meu peito.

Vou até ele e o abraço chorando em seus ombros.

- Papai, eu senti tanto a sua falta. Por favor, não me deixe - Eu não tinha mais controle das minhas emoções. Tudo o que eu sabia é que sentia gratidão, por ter parte da minha família de volta.

- Não vou a lugar nenhum querida, nunca mais - Seus braços ao redor de mim me apertavam em meu abraço aconchegante.

- Mamãe...? - Escuto a voz fofa de Bryan e me separo de meu pai pegando meu filho que vinha até nós no colo.

- Pai, esse é o Bryan. Filho da Lídia, seu neto.

Seus olhos brilham e ele abre um sorriso, um sorriso genuíno. O pequeno estende os braços na direção do avô que prontamente o carrega.

- Sou seu vovô, Bryan - Ele beija a testa do garotinho que solta uma risada e toca uma cicatriz em seu rosto. A cicatriz do tiro. - Fico feliz em ver que ele está bem.

- Jamais deixaria que algo acontecesse a ele, eu prometi a minha irmã e essa é uma promessa que vou guardar para sempre - Sussurro. Sinto os braços de Oli me envolverem e me viro para ele o abraçando.

- Papai... - O chamo. Seus olhos vão de Bryan para mim e Oliver.

Bryan estende os braços para Ethan que o pega.

- Esses são Oliver e Ethan - Apresento. - São meus namorados.

Meu rosto esquenta quando ele me olha surpreso.

- Os dois? - Pergunta, assinto levemente com a cabeça. - Ora, fico feliz por você querida. Você merece o melhor de tudo.

Logo os três começam uma conversa amigável, cheia de perguntas e coisas que me deixaram constrangida.

É bom tê-lo de volta na minha vida, meu pai e Lídia foram os únicos que se esforçavam para me deixar feliz. E agora eu finalmente estou, quase feliz. Um mal ainda precisa ser eliminado de nossos caminhos.

♥♥♥

Our Sweet LilyOnde histórias criam vida. Descubra agora