O canto da nossa Terra 2.0

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 Damian correu atravessando a rua entre os carros parados no sinal para conseguir alcançar a garota de cabelos rosas e rebeldes que corria na frente em direção a um velhinho sentado na praça. Quando chegou já era tarde demais:

-Olá, você pode tirar uma foto nossa aqui?- Anya disse chamando a atenção do senhor sentado próximo à estátua que ela tanto queria ver, na praça em frente à Sala de concertos. O senhorzinho concordou e disse para se posicionar, a câmera que Anya o entregou (que era na verdade da Wise e que só deveria ser usada para trabalhos importantes caso precisassem tirar alguma foto) o impressionou bastante, ele a examinou com bastante atenção e depois disse, antes mesmo da dona se aproximar da estátua:

-Essa câmera é muito boa, estou impressionado. Vocês com certeza pagaram bem caro por sua posse, eu imagino...- ele disse pensativo com um ar meio nostálgico- Bom, vamos logo à essa foto.- disse quando viu que a menina, super animada, já tentava decidir qual pose fazer em frente ao grande túmulo de Brahms, o grande compositor e pianista dos antigos séculos.

-Venha aqui, Albert, venha tirar uma foto comigo...!- Ela chamou o companheiro que estava a olhando de longe.

-Vá, garoto. Tire uma foto com ela...ou você não terá paz- O velho brincou com um tom de realidade, como se conhecesse ambos.

Quando Damian chegou lá e se virou para a câmera para que pudessem logo tirar a foto, viu passar um homem com roupas comuns que aparentava ser um simples cidadão de Viena. Ele deu uma piscadinha para os protagonistas da missão(mesmo Anya não tendo percebido tamanha animação para tirar a foto) e passou adiante, sem dizer qualquer palavra ou fazer qualquer sinal que explicasse melhor o que estava acontecendo. A foto saiu, enfim. A Folger correu para vê-la e o garoto Desmond foi atrás lentamente sem qualquer empolgação.

-Uau, essa foto ficou incrível, digna de um fotógrafo. Parabéns e muito obrigada!- Ela disse correndo ao encontro de Damian para mostrar a foto. Ele agradeceu novamente e, depois de um pouco de conversa e mais elogios da parte de Anya, descobriram que o velhinho na verdade era um fotógrafo bastante conhecido na França. Conversa vai, conversa vem, novamente aquele homem de antes passou nas costas do velho piscando para ambos, dessa vez, pelo menos, Anya pôde vê-lo e pôde terminar a conversa.

-Você gostou da nossa foto, Albert?- ela perguntou o provocando um pouco- Eu achei que ela ficou tão bonita que quando voltarmos para casa vou mostrar para todos nossos amigos...e ainda esfregar na cara do George que essa foto ficou mais bonita que todas!- Ela comentou olhando com bastante atenção para as fotos. Teve uma, essa que ela estava falando, em específico, que ela amou mais que todas, mas em segredo. Foi uma foto tirada por engano, exatamente no momento em que aquele homem "suspeito"(que na verdade era um soldado da SSS) havia passado lá atrás e ela tinha, finalmente, o visto. Nesse momento, Damian a encarou, para ter certeza de que ela havia percebido a alteração nos planos. O olhar de Damian recaído sobre ela era como na foto, vários anos antes, que George havia tirado durante um dos ensaios e provas dos figurinos. Ela não havia prestado atenção, por causa da correria, mas sentia certa proximidade com seu passado quando olhava para essa foto.

Ao entrarem pela enorme porta de madeira do Musikverein, ambos se sentiram transportados para o passado. Era uma exibição enorme de poder, daqueles que se percebia o auge do período Barroco e todos seus detalhes na arquitetura chamativa do local. Anya olhou, e olhou de novo, até seu companheiro, que fazia de tudo para se manter indiferente, estava um pouco impressionado com a beleza daquela sala de concertos. Claro, ambos já haviam estado em outras, mas nenhuma, no momento, haviam se equiparado a tamanha perfeição como aquela. Passaram sob um arco onde havia dois caminhos a seguir, um para a direita e outro para a esquerda. Eram ambos enormes corredores com algumas exposições e pinturas nas paredes. Não só isso, de ambos os lados, também havia uma enorme escada, no final do corredor , onde se formava, novamente, dois caminhos, um reto e outro lateral para a direita onde estava a enorme escada de madeira robusta e escura.

Por caminhos diligentes: Um casal corajosoOnde histórias criam vida. Descubra agora