Capitulo 3

738 54 2
                                    

Meu pai nos aguardava na sala de estar , sentado em sua poltrona lendo o jornal, parecia muito interessado nas notícias pois não percebeu nossa chegada, minha mãe teve que limpar a garganta para atrair sua atenção, ele imediatamente fecha o jornal e olha para mim com ar de desapontado.

-Já não era sem tempo! Você não acha mocinha!-diz ele pegando uma xícara de chá da bandeja em cima da mesinha de centro.

-Desculpe-me pai!não era minha intenção me atrasar- digo de cabeça baixa

-Mas se atrasou! sabe que temos nossa conversa todos os dias no chá das cinco, e que não suporto atrasos!-sua voz soava calma mas sua expressão era fria e severa.

-Eu mas...

-Basta!- diz ele me interrompendo bruscamente- Vamos apenas ter nossa conversa normalmente, e quem sabe você nos conta o que tanto fez para se atrasar uma hora!.- então com a mão livre ele indica para nos sentarmos

- Sim pai-digo me sentando no sofá mais próximo.

A lareira estava acessa mas ar na sala estava gélido, enquanto eu tomava meu chá, escultava meus pais conversando sobre a guerra que estava acontecendo naquele instante. Eu esqueci de mencionar que a dois estava acontecendo uma grande guerra talvez a maior que o mundo já vira, o mundo encontra-se dividido e submisso as grandes potencias europeias, já não existe territórios sem dono e os países brigavam entre si para expandir sua áreas de dominação econômica e politica, a divisão colocava a Alemanha,Itália e Império Austro-Húngaro de um lado e do outro a Inglaterra, a Russia e a França. Na minha opinião essa guerra era uma tolice sem tamanho, mas aparentemente as coisas eram mais sérias do que eu imaginava.

Eu estava tão perdida em meus pensamentos que nem reparei quando meus pais dirigiram a conversa a mim, eles tiveram que me chamar umas 3 vezes até eu perceber que estavam falando comigo.

-O que? Ah?

-Eu perguntei: como foi o almoço com seu amigo, querida?- diz minha mãe calmamente

-Ah! foi maravilhoso!-eu disse

Minha mãe levanta as sobrancelhas como se dissesse "Só isso?É tudo o que tem pra nos contar?" , mas eu não queria contar o que fizemos nem o que pretendíamos fazer, era uma coisa que cabia não só a mim mas também a ele contar, mas agora cabia a mim inventar uma desculpa convincente para explicar o que tanto fizemos o dia inteiro no jardim.

-Nós almoçamos e... conversamos e... ele me contou o que fez em Londres e... me deu presente de aniversário e...

-Um presente?- Pergunta minha mãe com ar de curiosa-Que presente?

-É!- interveio meu pai- Que presente?

No mesmo instante percebi que tinha me entregado, se eu mostra-se o minha corrente eu sabia que viria uma série de perguntas como "Por que é um coração?" "Porque ele te deu isso?" "vocês estão namorando?" ,e eu definitivamente não queria nenhum interrogatório, sabia que se essas perguntas viessem eu seria obrigada a dizer a verdade, e se eu dissesse a verdade estragaria a surpresa que levei dois anos para esconder.Então numa ação rápida tirei somente a corrente de dentro do vestido escondendo o pingente entre os dedos.

-Que lindo, ele definitivamente tem bom gosto!-diz minha mãe dando um leve sorriso

-Por falar em presente querida, já disse a ela?-diz meu pai bebericando o chá

-Klaus!!!-repreende minha mãe.

-O que!?- pergunta meu pai indignado

-Era para ser uma surpresa!- minha mãe lhe lança um olhar nervoso

A filha de HadesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora