Acordei num pulo daquele pesadelo horrendo, mas ao olhar em volta estava num lugar totalmente desconhecido por mim.
Aparentemente eu estava deitada numa cama em um quarto muito luxuoso. As enormes e pesadas cortinas cobriam o que tinha lá fora, e a luz que iluminava o quarto vinha de candelabros e um lustre enorme.
Levantei e resolvi explorar o lugar desconhecido, mas quando piso chão olho para um espelho enorme encostado na parede e percebo que uso roupas que não são minhas. Era uma túnica negra de apenas uma alça, com o tecido leve e delicado, nos meus braços haviam braceletes e pulseiras, nos meus pés, sandálias estilo romanas que vinham até meus joelhos, e principalmente meu cabelo, que estava arrumado, trançado e com as tranças fizeram um penteado muito bonito. Fico me admirando por uns momentos até que alguém entra no quarto. Era uma mulher muito bonita, tinha cabelos castanhos soltos e usava uma túnica parecida com a minha.
-Oh, vejo que você gostou do vestido, eu escolhi um dos mais bonitos só pra você - ela sorriu pra mim.
-Obrigado... mas onde estou? e quem é você?- digo confusa.
- Oh, é claro, eu sou Perséfone, a esposa de Hades, e quanto aonde você está, você está no Submundo, no castelo de seu pai, bem vinda Rebecah!
Quando ela diz isso minha realidade vem à tona, cambaleio para o lado, conforme as lembranças dolorosas invadiam meu pensamento.
- Você está bem?-pergunta Perséfone.
-Eu... eu acho que vou ficar...
-Bom se não está se sentindo bem talvez devesse deitar mais um pouco- diz ela.
- Não tudo bem - minto- estou bem!
-Então eu vou leva-la até seu pai, ele está ansioso pra te ver- diz ela.
...
Seguia Perséfone pelos corredores escuros do castelo, que me traziam lembranças horrendas que eu realmente gostaria de esquecer. Até que chegamos ao final do corredor onde havia uma porta.
-Por aqui - diz ela abrindo a porta.
Ao entrar na sala do trono me deparo com meu pai andando de um lado para o outro sem parar, conversando sozinho, como sempre fazia quando estava nervoso. Não pude conter o sorriso ao ver a cena.
Perséfone pigarreia chamando a atenção de Hades. Ele olha pra nós duas mas em seguida foca seus olhos em mim, seus olhos que antes eram sempre frios agora expressavam tantas emoções que mal conseguia identificar todas: surpresa, confusão, felicidade, preocupação e até ouso dizer saudade.
Mas eu não podia julga-lo, eu também sentia tudo aquilo e ainda mais um pouco, mas tive que conter a vontade de correr para abraça-lo.
-Hades?- chamou Perséfone.
-Oh... sim?- diz ele ainda num transe.
-Aqui esta ela... sua filha... -Começou Perséfone mas Hades apenas estendeu a mão pedindo que se cala-se, ela se zangou e saiu da sala batendo os pés.
-Você não mudou nada... continua tão parecida com sua mãe- diz ele por fim.
-É verdade...- eu tinha um milhão de perguntas, mas as palavras simplesmente não queriam sair, até que lágrimas começaram invadir meus olhos caindo teimosamente sobre meu rosto.
-Escute Rebecah, eu sei que esta com raiva porém...
-Não estou com raiva...- digo por fim entre soluços.
-Não? - diz ele parecendo supreso.
-Estou com saudade...
-Oh...-ele não sabia o que dizer- eu...Também senti sua falta filha...
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A filha de Hades
RandomEste livro conta a história de Rebecah, uma garota que nasceu no século 20, antes da primeira guerra mundial, que no aniversario de 16 anos sofre um acidente de carro que custa a vida dos seus pais, desolada e sozinha ela é levada a um hotel cuja te...