Eu tinha que ajuda-la, o quanto antes,eu sabia que era ela, era minha mãe, não podia ser outra pessoa, seu rosto estampando sofrimento estava grudado em minha mente, eu não podia deixa-la na mão, eu sempre pude contar com ela pra tudo, agora ela precisava de mim.
Então alguém interrompe meus pensamentos batendo na porta, olho para fora e percebo que ainda é de madrugada, e estava chovendo, mas a pessoa era insistente, então eu levanto da cama e abro a porta e pra minha surpresa era David. Ele estava com um guarda chuva mas sua calças estavam completamente encharcadas, eu puxo ele pra dentro do chalé rapidamente na esperança de que ninguém o tenha visto.
-Você é maluco?!- sussurro para não acordar Nico.
-Não... ta bem! só um pouquinho, mas isso não vem ao caso, fiquei sabendo que você recebeu uma missão que legal!- ele sorri pra mim e eu fecho a cara para ele.
-Você veio aqui no meio da noite e no meio da chuva, pra me dizer o que eu já sabia?!
-É claro que não, é que desde que você chegou aqui, você foi sobrecarregada, e tudo mais, então eu queria saber, se você não gostaria de dar umas voltinhas.
-Se eu disser que sim, você vai embora?.-murmuro um pouquinho irritada
-Eu estou dizendo agora, nesse exato momento!
-Ficou doido?! está chovendo.
-E isso é problema?- diz ele cruzando os braços
-Claro que é! vamos ficar encharcados e está de madrugada, Quíron me disse que tem harpias voando por todo lado em busca de campistas fora da cama! eu não quero ser devorada!
-Ah! qual é? uma chuvinha e umas harpias vão te impedir de fazer algo legal, achei que fosse mais ousada.-Ele sorri pra mim de forma desafiadora.
Eu não era do tipo de pessoa que recusa um desafio, e olho pra cama nem um pouco afim de voltar a dormir e ter pesadelos novamente, mas também não queria me encrencar no primeiro dia de acampamento.
-Vamos lá, vai ser divertido.- insiste ele.
-Tudo bem, mas vamos logo pra não sermos vistos.
- Que ótimo! vamos.
Então saímos do chalé as pressas, nossos pés afundavam na lama sujando a barra das nossas calças, o vento denso nos forçava a proteger os olhos, e a chuva estava encharcando nossas camisetas, ele me guia entre a floresta até chegarmos a uma caverna escondida por arbustos, e quando entro lá percebo que alguém estava passando um tempo ali, tinha espadas, lanças e escudo pendurados nas paredes da caverna, uma fogueira no centro que iluminava todo o lugar, havia alguns sacos de dormir e uma mesa com uma cadeira de madeira. Estávamos encharcados e imundos.
-Você mora aqui?-pergunto
- Não, eu tenho o meu chalé,mas esse aqui é só um dos lugares nos quais eu posso me esconder de todo mundo sem me preocupar que me achem.
Passo a mão pelos escudos muito bem feitos, e nas espadas extremamente mortais.
-Quem é seu parente celestial?
-Meu pai é Ares o deus da guerra, e minha mãe é enfermeira do exercito, ela é uma pessoa legal e uma mãe bem atenciosa, eu gosto muito dela.- diz ele um pouco pensativo mexendo no fogo
-Eu também gostava muito da minha.-digo um pouco cabisbaixa por causa do sonho.
-Gostava?-pergunta ele- Mas ela não está viva?
-Minha mãe de verdade morreu num acidente, Hades e Maia não são meus pais, eles que fizeram eu passar por tudo o que passei, me fazendo sofrer achando que tinham morrido, me largando num hotel estranho, sem se quer se despedir...- suspiro um pouco alto- Eles não são meus pais!
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A filha de Hades
RandomEste livro conta a história de Rebecah, uma garota que nasceu no século 20, antes da primeira guerra mundial, que no aniversario de 16 anos sofre um acidente de carro que custa a vida dos seus pais, desolada e sozinha ela é levada a um hotel cuja te...