Capítulo 16

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Eu estava de pé em frente ao portão da minha antiga casa, o céu estava nublado e havia uma neblina bem sinistra que dificultava minha visão, o portão estava enferrujado e quebrado, quem quisesse entrar ali conseguiria passar sem problema, quando entro vejo as flores que minha mãe cultivava todas mortas, e então vejo a casa, ela parecia bem velha e desgastada, diversas vinhas cobriam as paredes e a escadaria que dava acesso a varanda, nas janelas e na porta da frente haviam barricadas que cobriam a madeira mofada e os vidro quebrados, era quase como num filme de terror, então vejo uma mulher na janela a me observar, não consigo distinguir seus traços pois há uma escuridão profunda, sinto um arrepio na espinha, mas sigo em frente, e quando olho novamente a mulher já havia sumido, de repente um trovão soa fortemente me assustando ainda mais, o céu escurece ainda mais e uma chuva fina começa cair, então corro até a varanda da casa, tiro com cuidado as barricadas que cobriam a porta e entro na casa. 

Começo a caminhar devagar pelo Hall da casa, os únicos barulhos que se ouvia era da chuva com seus trovões e dos meus pés pisando na madeira velha.Quando chego ao primeiro andar a primeira coisa que quero verificar é meu quarto, ele estava do mesmo jeito que o deixei quando fui embora, a diferença era que o colchão da minha cama não estava mais lá, e o cheiro de mofo estava infestando meu nariz, vou até a cabeceira da cama e pego uma caixinha de musica que Charlie tinha me dado quando me pediu em namoro, dou corda nela, pois a musica que tocava era a nossa predileta, mas ali, naquele momento ela parecia tão sinistra e macabra que fechei a caixinha imediatamente, então volto para o corredor com uma sensação ruim no peito, então esculta a cadeira de balanço que ficava no quarto dos meus pais, " tem alguém na casa" penso, então engulo um grito de horror e caminho devagar para o final do corredor onde fica o quarto dos meus pais, eu estava tremendo e suando frio, mas me segurei para não sai correndo, olho para porta semi-aberta, espio por entre a abertura, e vejo uma mulher sentada na cadeira de balanço, ela encarava a janela como se espera-se algo acontecer, seus cabelos negros estavam soltos sobre as costas, e usava um vestido preto de gala. Fico observando a mulher para ver o fazia, então para minha surpresa ela fala comigo:

-É feio espiar por entre a pota sabia?-eu gelei, pois  sua voz era calma, sinistra e não parecia humana, continuei parada na porta sem saber o que fazer- Vamos, entre! não tenha medo!

-Quem é você?- digo ainda com receio de entrar.

-Quem sou eu?- ela da uma risadinha- eu pensei que há essa altura você já tivesse descoberto. Menina tola! acha mesmo que vai conseguir? seus esforços no final não valerão de nada, mas não vou mata-la agora, quero ver até onde isso vai dar! 

-O que faz aqui?- caminho devagar até a mulher, que continuava de costas para mim.

- O que você acha que eu vim fazer aqui?- não respondo, e ela da um suspiro- pensei que fosse mais esperta!, bom respondendo sua pergunta, eu estou aqui para falar com você! e te fazer uma proposta!

-Que proposta?- digo com a voz tremula.

-Bem.. você é uma semideusa rara, tem grande potencial, e com certeza te considero uma ameaça aos meus planos, mas se eu prometer poupar seus amigos, seu acampamento, você vai me servir?, trairia os deuses para que eu pudesse triunfar?, posso te dar toda glória, fazer de você meu braço direito, transforma-la numa imortal, talvez? lhe dar aquilo que era seu por direito!, mas que lhe foi tomado pelo egoísmo de Zeus que falou mais alto! e você teve que vir morar aqui nesse monte de terra inútil! você não quer se vingar? acabar com todos eles, um por um! você me ajudaria se lhe desse tudo isso?

-Quais são os seus planos?

-Eu acho que não devia te contar, mas eu gosto de você e acho que merece saber!... eu pretendo abrir a caixa de pandora! espalhar o caos e as trevas no mundo outra vez! e assim libertar meu irmão! então vai me ajudar ou não?

Eu dei um passo pra trás, aquela mulher tinha uma aura sombria, tão sombria, que fiquei tentada a aceitar sua proposta.

-N-Não- gaguejo- não vou te ajudar! não trairei meus amigos.

-Oh! é uma pena! você seria uma aliada valorosa!- ela suspira- Mas se é assim! não tenho outra escolha a não ser matar você quando chegar a hora!-  a mulher levanta da cadeira ainda de costas, de repente tudo começa a tremer e a luz da janela começa a sumir, e a mulher diz num tom mais alto.- A noite vai engolir você Rebecah Andrews, escute o que digo, você morrerá durando sua missão! eu mesma a matarei! sua morte é inevitável!

Então tudo fica escuro, e eu caio num buraco sem fim. Quando acordo, vejo que Nico estava me balançando pelos ombros pra me acordar, eu estava suando e tremendo muito, aquele fora com certeza o pior pesadelo que já tive em toda a minha a vida. Nico teve que buscar um copo d'água para que eu pudesse me acalmar, ele senta em sua cama e olha pra mim assustado.

-Você estava gritando muito! acho que acordou o acampamento inteiro.

-Eu.... estava gritando? o quê?

-Coisas do tipo "NÃO ME MACHUQUE" "FIQUE LONGE DE MIM" "QUEM É VOCÊ?", foi bem assustador! tem certeza de que está bem?

-Eu acho que sim... afinal foi apenas um sonho!

-Nem sempre, dependendo do que você viu, esse sonho pode ser perigoso, eu acho que você já sabe, mas sonhos de semideuses nunca são apenas sonhos!

-Acho que eu não quero voltar a dormir!

-Sorte sua que já esta amanhecendo! senão acho que você não teria muita escolha a não ser voltar a dormir!

Quando amanheceu completamente eu ainda estava em choque, eu ainda tremia um pouco só de pensar naquela mulher me dizendo que minha morte era inevitável, eu vou em direção a casa grande para contar a Quíron sobre o sonho sinistro. Eu estava tão distraída que acabei esbarrando em alguém, era Jason,(eu não o conhecia muito bem, mas era um cara bacana, eu só tinha conversado com ele uma ou duas vezes, e já gostei dele de cara).

-Você está bem?- pergunta ele me ajudando a levantar.

-Estou!me desculpe... e-eu não vi você!

-Pelos deuses, tem certeza de que esta bem? você está tão pálida!- diz ele num tom preocupado.

-Sim... é só que... Ah! deixa pra lá não importa, e mais uma vez desculpe pela batida!

Então eu vou correndo em direção a casa grande. Quando chego lá encontro o Sr.D e Quíron na varanda jogando cartas.

-Quíron- chamo- posso falar com você um minuto?

-Claro criança! entre!

O sr.D bufa.

-E nossa partida?- diz ele.

-Vai ter que esperar, tenho assuntos importantes a discutir!

-Tá, que seja!- ele se levanta e vai embora resmungando.

Ao entrar, eu conto tudo o que vi no sonho, e quando conto daquela mulher sinistra, Quíron fica pálido.

-Oh céus! pelo monte Olimpo, não pode ser!

-O quê? o que foi?

-Eu sinto muito criança, mas acho que você vai ter que enfrentar uma deusa primordial!

-Como assim? quem?

-Nix! a deusa da noite, e se ela abrir a caixa de pandora e libertar seu irmão Érebo... será o nosso fim!   


  

A filha de HadesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora