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Não era a primeira vez que Kai a fazia passor por aquilo, lógico que não gostava da situação, mas não tinha o que fazer, não podia nem pensar em se separar dele, não tinha emprego, não tinha estudados, não sabia fazer nada e seus amigos e família iriam virar contra, não que tivesse muitos amigos também, eram somente pessoas da igreja, nunca poderia contar com nenhum deles, seu marido era o líder, ela era somente um adereço que acompanha Kai.

O corpo doía da noite sem dormir, ainda haviam vários pontos irritados e coçando e quando se olhou no espelho logo de manhã viu as olheiras escuras e olhos vermelhos. Sentia se horrível fisicamente e psicologicamente.

Foi até a cozinha preparar o café da manhã, correu até a padaria pra comprar o pão logo na primeira fornada, Kai gostava de pão sempre fresquinho, enquanto ele comia, foi preparando a marmita que ele leva todos os dias, por sorte ele não viria almoçar em casa, ia ser muito mais difícil escutar reclamações duas vezes por dia.

Assim que Kai saiu, Jennie tentou relaxar um pouco, tinha várias coisas pra fazer, mas estava totalmente sem pique, voltou a deitar e tentou dormir mais uma pouco, só conseguiu cochilar, seu senso de dever ficava apitando em sua cabeça e dizendo que não era hora de uma mulher trabalhadora ficar dormindo até tão tarde, não que fosse assim tão tarde, mas ela não conseguia lidar com a sensação.

Foi varrer a frente da casa e da igreja como fazia todas os dias, fez isso com uma lentidão enorme, o corpo não conseguia responder o comando do cérebro para agir mais rápido.

Notou a moto parada na frente da casa da vizinha, curiosidade não era uma coisa legal, mas ela queria muito saber quem estava morando ali.

uma garota de uns 26 anos mais ou menos saiu de dentro da casa, parou na calçada, se espreguiçou e ficou olhando a rua, então a garota se vira e olha para Jennie. Um choque percorreu pelo corpo de Jennie, ficou atordoada, nunca tinha visto uma mulher tão bonita assim pessoalmente, parecia aquelas pessoas que apareciam em revista de moda ou nas poucas vezes que assistia TV.

Era alta, mas não tanto quanto eu, magra, mas com o peso bem destruído, cabelos e olhos castanhos era simplesmente linda, e então ela sorriu, nessa hora o mundo pareceu parar, na verdade era a vontade de Jennie, que o mundo parasse e ela olhasse a garota um pouco mais.

Então se deu conta do absurdo que estava pensando. Como assim ficar toda desse jeito por uma mulher, não era a primeira vez que via uma mulher bonita, mas não gostava da sensação, era muito muito errado.

A garota caminhou até Jennie que se mantinha parada.

__Bom dia! acabei de me mudar e ainda não conheço nada por aqui, será que você tem um pouco de pó de café pra me arrumar?

Jennie não disse nada, ficou encarando aqueles olhos tão intensos.

__ Meu nome é Lisa, você mora aqui certo?

Ela sai do transe e começa a prestar atenção na conversa.

__ Oi, sim eu moro aqui, meu nome é Jennie.

__ Prazer em te conhecer, Jennie.

Lisa estendeu a mão e Jennie apertou, sentiu um calor subir pelo seu braço e atinge seus pensamentos.

__ O prazer é meu. Eu não tenho cafe solúvel, serve o café comum?

__ ainda bem, odeio café solúvel, é tão fraco, gosto de um café bem forte.

Mas uma vez quele sorriso lindo deixou Jennie sem ação. Resolveu entrar logo em casa e pegar o café, queria se livrar ligo da vizinha e ao mesmo tempo continuar a
conversar, estava totalmente confusa.

Levou um copo com pó de café e entregou a Lisa que se manrinha parada na calçada olhando por tudo.

__ Nossa obrigada você simplesmente salvou o meu dia. Depois devolvo seu copo e o café que me emprestou.

__ Não foi nada.

__ Vou precisar de ajuda pra localizar pontos básicos aqui no bairro, sabe, farmácia, mercados, essas coisas, pode me ajudar depois?

__ Posso, quando você quiser.

__ Você é muito gentil Jennie, obrigada.

Lisa se despediu com um beijo no rosto, e Jennie passou o dia todo pensando na nova vizinha.

A noite quando jennie foi dormir, ainda podia sentir o beijo da outra em sua bochecha.

O último pensamento antes de adormecer foi " isso não é bom, nada bom!"

A mulher do pastor <{jenlisa)>Onde histórias criam vida. Descubra agora