Jennie

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O vento frio contra o corpo de Jennie era como se fosse facas cortantes que faziam doer até os ossos. Não sabia para onde ir, não tinha nenhum vizinho que pudesse ajudar, teria Lisa, mas havia sido tão grossa e idiota com ela, nesse momento ela devia sentir muito ódio de Jennie. Além do mais Kai poderia estar espiando para ter certeza que não pediria ajuda a ninguém.

Andou sem rumo por um bom tempo, a noite já havia caído totalmente, uma neblina fina e fria começava a juntar deixando a luz com brilho baço.

Chegou até uma pracinha que havia no bairro, então se deu conta que já estava longe o suficiente de casa. Escolheu um banco qualquer um sentou, não teria diferença em sentar em outro banco, a praça era toda aberta, o frio e o vento era o mesmo em qualquer lugar.

O corpo tremia descontroladamente, os dentes batia de forma violenta, mesmo ela tentando controlar. Começou a chorar, era tudo tão injusto. Como seu marido poderia fazer aquilo com ela.

Nos primeiras minutos andou um pouco devagar, porque ainda tinha esperança de que ele voltasse atrás, que só fizesse aquilo para assustar, mas depois de três quarteirões percebeu que não ia acontecer, teria mesmo que passar a noite gelada na rua, já não tinha tanta certeza se sobreviveria aquele frio.

Começou a lembrar de Lisa, a forma como havia segurado sua cintura, feito o choro parar, como se preocupava com o que acontecia a Jennie, lembrou do beijo que a outra lhe havia dado, senti uma revoada de borboletas no estômago e no entanto havia tratado-a tão mal, dito coisas que não sentia.

O que queria mesmo dizer é o quanto tinha gostado daquilo, mas não podia, porque era errado, era um pecado ela já havia sido curada, foi oque seu pai e Kai diziam.

Como Lia e Kai podia ser tão diferentes.

Sabia que tinha magoado Lisa isso doía nela também, porque quando os olhos tristes de Lisa se encontraram com os seus, seu coração se partiu também. Queria tanto poder explicar para ela o motivo daquelas palavras, mas não conseguiu e agora era tarde.

Nunca esqueceria aquele beijo, seria especial pra sempre, mas não tinha como conciliar as coisas que acreditava com o que estava sentindo, gostava de Lisa, não como só se gasta de amiga, mas muito além, ela era uma mulher casada, não poderia deixar de forma alguma isso transparecer.

Logo Lisa encontraria outra mulher e nem se lembraria dela. Por algum motivo, por mais lógico que isso fosse acontecer, Jennie sentiu uma dor em imaginar Lisa com outra pessoa. Estava ficando totalmente maluca e com sentimentos conflitantes.

Tentou desviar o pensamento para outra coisa, pensou em um cobertor quentinho, uma blusa bem grossa, um chá fumegando, mas nada fazia o frio melhorar.

Se encolheu ainda mais o banco, os dedos do pé já estava insensíveis, uma moleza começou a tomar conta do seu corpo, ia dormir ali nada mais importava, talvez no dia seguinte nem estivesse mais viva, já vira na TV pessoas que morreram de frio.

Fechou os olhos estava quase dormindo sentada, quando uma luz forte atinge em cheio os seus olhos a deixando meio cega por alguns segundos, então aquela voz conhecida chamou por ela.

__ Jennie, é você??

A mulher do pastor <{jenlisa)>Onde histórias criam vida. Descubra agora