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No sábado Kai acabou notando a inquietação de Jennie no café da manhã, antes de ir para o trabalho.

_ Que isso mulher?? Por que não para de mexer as pernas, chega de balançar a mesa desse jeito. Parece até que está ansiosa com alguma coisa.

__ Não é nada. Estaria ansiosa com o quê? Aqui nunca acontece nada.

Acabou respondendo de um jeito um pouco mais brusco do que pretendia, lógico que isso também não passou dispersebido por Kai.

_ Controle esse tom Jennie, sabe que não gosto de impertinência comigo né?

Jennie não respondeu nada, mais sentiu revoltada por dentro, nem havia falado tão alto assim, estranho que antes ficava chateado por isso, mas não tão revoltada como agora, alguma coisa nela estava mudando e ainda não sabia dizer se era algo que faria bem para a sua vida ou não.

Não respondeu nada, e foi até o fogão preparar a marmita que ele levaria, as vezes se sentia culpada por despertar a raiva dele. Kai trabalhava todo dia sem folga, talvez fosse por isso que era tão bruto e mal humorado.

Quando ele saiu ela foi mecher no jardim, precisava arrancar algumas ervas daninhas que havia aparecido perto da roseira. Levou o celular junto, Lisa ainda não tinha mandado nenhuma mensagem de bom dia, será que ainda estava dormindo? Será que já tinha se cansado de mandar mensagens pra ela? Será.... Será... Ficava passando mil coisas pela sua cabeça, todas pessimistas.

__ Heeyyy Jennieee!!! Hellooo!!!

Com o susto, mais uma vez Jennie caiu de bunda não chão, não esperando aquela aparição de Lisa, pulando em cima do muro do jardim.

__ Nossa, achei que você já não se assustava mais comigo.

__ Eu não assusto Lisa, desde que você age como uma pessoa normal, credo que susto.

__ Desculpa baby, mais no sábado essa é minha marcha mais lenta.

__ Sério, não quero ver sua marcha máxima. Nesse dias você faz como, da cambalhotas quando vai cumprimentar alguém?

__ Hahaha!! Mais ou menos isso sim. E aí, as aulas das panquecas ainda está de pé.

Se levantou limpando o excesso de terra que tinha em suas mãos, passando pelo vestido.

__ Está sim, mas você não disser a hora, pensei que fosse mais tarde.

__ Você não me disse a lista de ingredientes, preciso ir no mercado comprar.

__ Vou ali dentro anotar pra você. Espera ou eu levo na sua casa?

__ Tenho uma ideia melhor, vamos ir comigo no mercado, aí você me ajuda com as compraa e eu não vou ter como errar.

Aquela não era a pergunta, a outra não queria saber se Jennie podia ir ou não, era meio que uma intimação, não tinha nada urgente pra fazer mesmo, então iria com ela, já começaria a aula ali, mostrando o que deveria comprar.

__ Vou lavar as mãos.

__ Enquanto isso pego a moto.

Paralisou no lugar. Como assim ela iria pegar a moto? Nunca tinha andado de moto em toda a sua vida e tinha um medo enorme de cair, uma prima tinha caído e tinha ficado paraplégica. Não tinha como ir de moto, ela não conseguiria. Mas mesmo antes dela reclamar Lisa já tinha saído correndo pra sua casa.

Alguns minutos depois já estava parada na frente da casa de Jennie com a moto ligada. Mas ela não havia conseguido nem sair do lugar para lavar as mãos, não podia andar de moto.

__ E então, pronta?

__ Lisa, eu não sei se é uma boa ideia ir de moto.

__ Qual o problema? Você tem medo de andar de moto ou do que os vizinhos vão dizer?

Não se incomodaria tanto com os vizinhos, nenhum deles era amigo, nenhum deles ia a igreja ou eram conhecidos de Kai, era o medo de cair da moto que gelava e paralisava cada músculo do corpo de Jennie.

__ Eu... Eu Tenho medo de cair.

Baixou o rosto para os pés envergonhada. Lisa desligou a moto e foi até onde Jennie estava.

__ Olha só, eu prometo que vou bem devagar e se você entrar em pânico é só me falar pra parar. Combinado? Vamos tentar? Senão vamos de táxi mesmo.

Sim ela queria tentar, o medo era forte, mas a vontade de provar como era a sensação se tornou ainda mais forte.

__ Ok, eu quero tentar, mas promete não correr?

__ Prometo.

Lisa ajeita o capacete em Jennie, coloca seu próprio capacete, liga a moto, quando Jennie sobe não sabe onde segurar, então ouvi Lisa dizer de forma abafada.

__ Segure firme na minha cintura ok? Lá vamos nós. Um... Dois.... Três.

Mal teve tempo de pensar e a moto já estava em movimento, o corpo de Jennie estava completamente colado nas costas de Lisa e o vento passando rápido pelas duas.


A mulher do pastor <{jenlisa)>Onde histórias criam vida. Descubra agora