O plano

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Finalmente o domingo havia chegado, não só Lisa, mas Rosé também estava na expectativa, tinha se envolvido emocionalmente com o plano de Lisa, agora torcia para que tudo desse certo, as vezes parecia até mais nervosa que ela.

Lisa disse a Jennie que precisaria trabalhar mais um domingo, a outra não gostou muito, já tinha desconfianças sobre Lisa e Rosé, mas com tudo dando certo as coisas se ajeitariam, tinha que acreditar nisso, apostava todas as suas fichas nessa certeza.

Como se fosse uma daquelas apresentações com dominós que vão sendo colocadas um em frente ao outro e depois derrubados formando por fim uma reação em cadeia, era assim que tudo estava, o pastor Kai era a peça que daria inicio a todo o resto, se ele não mordesse a isca, tudo seria em vão.

No dia anterior já tinha olhado a casa, não tinha arvores em frente e nada que obstruísse a visão, Rosé ficaria encarregada de filmar ele chegando com o garoto e entrando. Lisa ficaria no porto, assim que o menino abordasse ele, já começaria a filmar até ele entrar no carro, só por segurança ia seguir o carro de Kai para o caso dele mudar de lugar, tinha até pegado na garagem da avó seu antigo carro, a moto chamaria muito atenção. A parte do rapaz era a mais complicada e talvez perigosa. Tinha instalado no botão da camisa uma microcâmera que filmaria tudo que aconteceria naquela casa.

Também teve que dar um jeito de diminuir a concorrência, o porto era conhecido por ser um lugar onde se encontrava prazer fácil, tanto licito como ilícito, ali haviam drogas, venda de armas, prostituição, inclusive com menores, era como um bairro proibido que a policia não ousava perturbar. Pagou 50 reais para 5 meninos novinhos que estavam ali esperando qualquer oportunidade sumirem de vista até a noite, os meninos aceitaram o dinheiro fácil sem reclamar, com os mais velhos não se preocupou, se o pastor fosse mesmo um pedofilo, nem olharia para os outros, só para o seu garoto.

Rosé mandava mensagem de 5 em 5 minutos para saber se ele já havia aparecido, se tudo estava dando certo, isso fazia ficar mais nervosa do que já estava, por fim se cansou e mandou mensagem para ela.

_ Li, isso me deixa agoniada, se ele chegar eu aviso, agora não manda mais mensagem ao não ser que ele aparece ai com alguém.

Como havia achado melhor não manter nenhum contato com o garoto, não tinha como conversar com ele ou acalmar, via como estava impaciente andando de um lado para o outro e já tinha sido abordado por um homem e duas mulheres. Ele também não fazia ideia de quem era o homem que estava esperando, tudo que ele tinha visto, foram algumas fotos, disse com toda certeza que reconheceria o homem se ele aparecesse.

Lisa já estava quase desanimando quando viu o carro de Kai apontar na entrada do porto, estacionou e ficou olhando o movimento com o vidro da janela aberta. Então Lisa notou que o garoto já tinha identificado quem deveria abordar, foi até a porta do carro e puxou assunto, tudo nesse momento já estava sendo gravado,desde imagem até o som da conversas, mas só ia conseguir ver depois que estivesse acabado e passado para seu computador.

Ficaram conversando na porta do carro, sentiu que não daria certo. Quanto tempo já tinha passado? Nem se dava conta, parecia uma eternidade, então o garoto se afastou da janela, estava tudo acabado, o pastor não tinha caído na isca.

Lisa abaixa a cabeça desanimada, quando levanta para olhar novamente, tem uma surpresa, Kai tinha saído do carro e agora levava o rapaz pela mão até o lado do carona, e como ela esperava quando entraram, ele beijou o rapaz. Começou a filmar, assim que carro arrancou, já saiu logo atrás. Mandou mensagem para Rosé.

_Ele tá indo Ro, se prepara.

Finalmente a peça principal havia sido acionada, agora era hora de torcer para que todas as peças caíssem como deveriam até o pastor Kai estar no chão. Ele era a peça inicial e também a final.


A mulher do pastor <{jenlisa)>Onde histórias criam vida. Descubra agora