A mulher do pastor <{jenlisa)>

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Haviam chega em casa, a volta pareceu a Jennie bem mais rápido do que a ida ao supermercado. Quando desceu da moto não conseguiu conter o sorriso, tinha sido muito bom apensar do medo, muito bom mesmo. Lisa notou o contentamento de Jennie.

__ Parece que se acostumou com passeio. Foi bom né?

__ Se você não tivesse corrido tanto, até que seria.

__ Eu não corri, eu você que não está acostumada, mais pela sua cara você gostou.

__ Eu gostei mesmo, nunca pensei que andar de moto seria tão divertido.

Então Jennie para de falar e se da conta de que havia sido divertido não só pela moto, mas por tudo, pela companhia de Lisa, pelas compras que fizeram juntas, por ter ido abraçada na cintura da outra. Sentiu mal estar súbito de se momento, isso não poderia estar acontecendo, não poderia sentir o que está sentindo por Lisa, as mãos começaram a ficar fria e úmidas, nessa hora imaginou que iria desfalecer.

__ Jennie, você está bem? O que foi? Tá tão pálida, vem cá, o que está sentindo?

Lisa se aproxima para apoiar Jennie, segura ela pelos ombros e pega na mão gelada.

__ Caramba, tua mão tá muito fria. Você precisa se sentar, quer que eu te leve pra casa?

__ Não, por favor, não quero ficar sozinha agora.

__ Vem comigo, vamos pra minha casa.

Entraram na casa de Lisa e ela deitou no sofá, a cabeça rodava, a constatação de que poderia estar sentindo algo a mais que amizade por Lisa a deixou totalmente abalada.

Além de ser casada, que chances ela teria com uma mulher como Lisa, linda, independente e talvez cheia de rapaz interessados? Estava tão absorta a esses pensamentos que não viu quando Lisa voltou com um copo de água.

__ Aqui Jennie, bebe tudo de vagar. Como se sente? O que aconteceu?

Não aconteceu nada, só acho que estou apaixonada por você. Pensou, mas era lógico que não poderia dizer isso.

__ Acho que minha pressão pode ter caido, isso acontece as vezes.

__ Nossa Jennie, por que não me avisou? Você poderia ter caído da moto.

__ Já passou Lisa, obrigada pela sua preocupação. Acho que já posso levantar.

__ Não mesmo, fica mais um pouco, você ainda está palida. Vou buscar algo pra você comer, não levante, ok?

Se encostou ainda mais no sofá, estava se sentindo um pouco melhor, pelo menos fisicamente, mais emocionalmente estava a beira do caos, como se estivesse perto de um abismo e qualquer passo errado a fizesse cair. Fechou os olhos com desespero.

Lisa tinha voltado e trazido um sanduíche, comeu mesmo por insistência dela, a comida não parecia ter nenhum gosto. Por fim se levantou, não poderia ficar o dia todo ali deitada.

__ Tem certeza de que está bem?

__ Estou sim Lisa, não se preocupe, foi só uma queda de pressão, mas estou bem.

__ Posso te levar até o hospital de quiser.

__ Não, estou bem, vamos fazer suas panquecas?

O olhar preocupado de Lisa acabou tocando fundo no coração de Jennie, quando havia sido a última vez que alguém tinha se preocupado assim com ela? Nem lembrava mais.

__ Podemos deixar pra outro dia.

__ Não Lisa, você vai ter sua aula de panquecas hoje.

__ haha! Você é dura na queda hein? Então vamos lá, qualquer coisa nós paramos, certo?

Foram até a cozinha, Jennie não precisava de nenhuma receita escrita, sabia fazer muitas coisas de cabeça, começou a dar instruções.

__ Pegue seu liquidificador, vamos jogar os ingredientes ali dentro... Assim não Lisa, você nunca joga os ovos direto na receita, eles podem estar estragados... Menos sal se não isso vai virar a salmora... Calma, cuidado com essa farinha.

Nessa hora Lisa começou uma guerra de farinha com Jennie, que revida enchendo o cabelo da outra com a farinha, por fim a cozinha estava uma zona, mas as panquecas estavam feitas.

Deram muitas risadas, principalmente pela falta de jeito que Lisa tinha pra cozinhar.

__ Você nunca cozinhou? Que desastre você é.

__ Meu nível de culinária se resume a pegar algo congelado no freezer e joga no microondas, mas quando morava com minha avó eu comia algo mais saudável e tinha panquecas toda semana.

__ Você visita sempre sua avó?

Aquela sombra de tristeza que havia visto no rosto de Lisa outra dia, apareceu dessa vez também.

__ Não tanto quanto gostaria. Eu amo ela, mas temos algumas desavenças em alguns assuntos.

__ Sinto muito Lisa.

E ela sentia mesmo, sua família também era muito distante, quase nunca ia visitar os pais e eles nunca vinham até sua casa.

__ Tudo bem Jenniezinha. Vem comigo na sala, vou te contar um pouco sobre minha vida. Sabe de uma coisa? Preciso tomar cuidado com você, esse seu olhar tranquilo e meigo me leva a falar coisas que nunca contei a ninguém, mas acho que vai ser bom desabafar.

Foi pra sala segurando a mão de Lisa e aquele calor acolhedor se espalhando por todo corpo. Estava atordoada, desesperada e por encrivel que pareça, feliz.