Capítulo 4: Outra?

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Tudo está tão calmo.

É como se eu estivesse no fundo de um oceano silencioso e escuro. Meu corpo caía eternamente em um limbo sem fim. Aos poucos senti como uma singela brisa de vento batia em meu rosto.

— Hum... claro...

Lentamente abri os meus olhos e me vi cego pela luz. Após alguns segundos, minha visão se estabilizou e eu pude vislumbrar o que estava a minha frente, um infinito céu azul. Não havia nuvens ou pássaros, apenas o mais puro azul. Fiquei observando por um tempo.

— Eu morri? — me questionei.

Lembro de estar enfrentando o fogo vivo, mas minha memória está borrada. Para eu estar aqui, talvez ele tenha me matado. Sentindo um certo cansaço sobre meu corpo, me levantei de onde repousava, isto é, um confortável gramado verde. Tudo que eu conseguia ver agora era um puro céu azul sem fim e um infinito campo verde.

— Que lindo.

Me questiono onde estou. Tudo é tão silencioso que não sinto que isso seja natural.

— Então esse é o céu? — deslumbrei o horizonte à minha frente. — O lar dos deuses.

— Hun... Como se deuses pudessem entrar aqui.

— Huh?!

Me vi surpreendido ao escutar uma voz feminina ecoando pelo ambiente.

— Só permito que seres puros ponham os pés nesse mundo.

Me virei de um lado ao outro a procura de quem possuía essa voz. Ao olhar para trás, percebi algo que ainda não vira. Um único detalhe diferente em todo esse mundo infinito. Um pequeno morro que não estava há muitos metros à minha frente. Em cima dele, bem em seu centro, havia uma única árvore de folhas verdes e com pouco mais de quatro metros de altura.

— Quem...

Ao seu lado, no entanto, eu via uma figura feminina levantada. Parecia que ela usava um longo vestido preto e possuía cabelos prateados, mas eu não conseguia enxergar muita coisa. Minha visão estava ficando borrada.

— Quem é você? — questionei curioso.

— Quem eu sou ou quem eu fui já não importa mais — ela respondeu de maneira impassível. — Você só deveria se preocupar consigo mesmo.

Sua voz era serena e refinada, assim como a de uma dama.

— A sorte pode não sorrir ao seu favor na próxima vez que o mundo quiser brincar com você.

— Eu não entendi — admiti um pouco confuso.

— A aventura é o único caminho para a evolução, mas se você começar a pular os passos a morte será a única coisa que encontrará.

Senti como se minha mente começasse a ficar turva. De repente as minhas forças me abandonaram e minha visão se escureceu.

— Misturar impulsividade com motivação não é a resposta que você procura, Bell.

Enquanto eu me via apagando repentinamente enquanto escutava as palavras daquela mulher, um único pensamento passou pela minha mente.

Quem é ela?

E então eu apaguei.

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Novamente eu estava deitado e com os olhos fechados, mas dessa vez não senti nenhuma brisa refrescante tocando o meu rosto. Quando abri os meus olhos, não vi um puro céu azul, mas sim um deprimente teto branco. Observei em volta e me vi sozinho numa sala branca.

Dungeon ni Deai: O Caminho do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora