S/n POV
Já faziam duas semanas que eu estava nesse novo universo e a cada dia que passava, eu perdia mais a esperança de voltar para a minha vida.
Eu sentia tanta falta da minha irmã. Eu já tinha perdido a Nat e agora também a Yelena. Eu tentava não demonstrar, mas aquilo me matava por dentro.
Toda noite, eu ficava imaginando como ela estava, como tinha sido a sua reação quando não me achou e o que ela estava fazendo agora. Eu tenho certeza que ela está tentando descobrir o que aconteceu, mas eu duvido que tenha alguma explicação ou solução para isso.
Meus pesadelos continuavam frequentes, principalmente com cenários onde eu via a Nat e a Yelena mas elas não conseguiam me ouvir e nem me ver. A Hailee sempre me acordava e cuidava dos ferimentos no meu pulso, para em seguida, deitar comigo e me ouvir ou simplesmente me abraçar. Eu cheguei até contar alguns dos pesadelos para ela.
Bom, eu e a Hailee nos aproximamos demais, principalmente por causa dessas situações, e eu confesso que comecei a ter sentimentos diferentes com ela, diferentes dos meus sentimentos pela Kate.
A Kate é a minha melhor amiga, nunca a vi com outros olhos. Mas a Hailee, ela tem um poder diferente sob mim. Toda vez que eu encaro aqueles olhos castanhos, eu sinto todo o meu corpo derreter sobre os meus pés. E aquele sorriso, ah aquele sorriso poderia facilmente ser o motivo de eu levantar toda manhã.
Eu nunca namorei e nem mesmo tive a chance de sentir essa sensação antes, a Sala Vermelha fazia questão de apagar esse possível sentimento do nosso corpo. E é exatamente por isso que eu tenho medo. Eu temo que esse sentimento cresça e eu não consiga esconder dela, eu temo não conseguir me abrir caso seja recíproco e por último, eu temo não ser boa para ela.
***
Hailee POVDecidi levar a S/n em um lugar hoje. Estava tendo um parque de diversões aqui perto e tinha até música ao vivo. E como S/n nunca foi a um, resolvi que ia fazer ela sentir essa experiência pela primeira vez.
Pedi ajuda para o meu irmão criar uma identidade falsa para ela. Sei que é errado, mas seria difícil conseguir fazer uma legalmente, sendo que nem registro ela tem. A identidade chegou hoje por correio
— S/n, vai se arrumar porque a gente vai sair. — Apareci na sala, chamando a sua atenção que estava voltada para algum programa na tv.
— Onde vamos? — Ela pergunta já levantando.
— É surpresa. Ah e eu consegui uma identidade pra você. — Entreguei em suas mãos, enquanto a empurrava em direção ao quarto. — Você tem 15 minutos para ficar pronta.
Fechei a porta do seu quarto e fui para o meu me arrumar.
Eu precisava admitir, aquelas duas semanas estavam sendo um misto de emoções. S/n chegou do nada e em tão pouco tempo, ela me cativou com o seu jeito.
Seus pesadelos, por mais horrível que seja toda a situação, nos aproximou de uma forma diferente, pelo menos para mim. Eu tive poucos relacionamentos na minha vida e nunca tinha sentido nada por uma garota, mas S/n me fazia me sentir diferente.
Era uma experiência nova, completamente diferente do que eu senti com os meus ex. Ela me olhava como se eu fosse a coisa mais importante de sua vida.
Eu não sei se estou me apaixonando, mas definitivamente eu sinto algo por ela e é tão forte a ponto de eu perder o ar quando encaro aqueles olhos verdes.
Saio dos meus devaneios e encontro S/n já arrumada me esperando. Ela usava uma calça jeans, com uma blusa branca e uma jaqueta de couro preta por cima.
Aquela era uma das roupas que eu tinha comprado para ela, afinal, ela precisava de roupas e as minhas ficavam um pouco grande pela diferença de tamanho.
— Vamos? —Perguntei me encaminhando para a porta. Ela apenas concordou e me seguiu.
Segundo as informações que recebi sobre o parque, hoje seria um dia com pouco movimento, então fui com o meu carro mesmo e fiquei tranquila em relação a paparazzi.
Quando estávamos chegando perto, S/n já ficou surpresa com o local, ela olhava atenta para as luzes e os brinquedos que davam para ver do lado de fora.
Estacionei, compramos os ingressos com tickets ilimitados para andar nos brinquedos e entramos naquele espaço tão amado por todos. S/n olhava para aquilo tudo como uma criança descobrindo uma coisa nova.
— Isso é incrível! — Ela diz num sussurro.
— Vem, vamos. — Peguei na sua mão e a puxei em direção aos brinquedos.
A gente foi em todos os brinquedos possíveis que tinha naquele parque. Dos mais radicais aos mais simples como tiro ao alvo.
— Ah como assim?! Por que você sempre ganha? — Digo, enquanto a gente competia pela terceira vez no tiro ao alvo.
— Eu tenho experiência com armas. — Ela ri. — E você é péssima com mira. — Faço uma cara de ofendida.
— Isso não é justo.
(N/A) Se quiserem, coloquem American Pie para tocar no fundo :)
Depois de perder pela 4ª vez seguida, começamos a andar até uma barraquinha de cachorro-quente, quando S/n para bruscamente.
— O que foi? — Pergunto me virando para ela.
— Essa música... — Parei para escutar. Ali perto, onde estava o palco da música ao vivo, eles começaram a cantar American Pie do Don Mclean.
S/n agarrou a minha mão e me puxou para mais perto do palco, era uma parte mais afastada das pessoas, mas próximo o suficiente para ouvir a música com clareza.
— Eu não acredito que ela existe aqui, incrível. É a música preferida da Yelena e ela cantava pra mim sempre. — Ela falava animada. — Eu sinto falta dela.
Então eu abracei ela. Ficamos assim por um tempo até que ela se afastou, o suficiente para quebrar o abraço mas não o bastante para a gente parar de sentir o calor dos nossos corpos juntos.
Ela analisava todo o meu rosto e me afogava naqueles olhos tão perto. Eu desço meu olhar para a sua boca, logo retornando para os seus olhos, enquanto ela fazia o mesmo.
— Posso? — Ela pergunta baixinho, olhando para a minha boca.
E ao invés de responder, eu junto nossos lábios em um beijo calmo e profundo. Ela leva as suas mãos ao meu pescoço enquanto eu repouso a minha em sua cintura, a puxando para mais perto.
Me senti inebriada de sensações... em um único beijo. Um beijo que traduziu sem palavras tudo que cada uma de nós sentia pela outra. Carinho. Desejo. Paixão.
O beijo foi interrompido, o ar se fez necessário e enquanto recuperávamos o oxigênio perdido, eu depositava alguns selinhos em sua boca.
Ela continuava com os olhos fechados, enquanto nossas testas ainda estavam coladas e as nossas almas se entrelaçavam.

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Em outro universo (Hailee Steinfeld x you)
Science-FictionS/n Romanoff, irmã de Natasha Romanoff e Yelena Belova, se encontra no meio de uma missão com sua irmã Yelena e sua amiga Kate Bishop, até que tudo escurece. Quando S/n acorda, ela percebe que está em outra cidade e em outro universo. S/n = Seu no...