Teal

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Dezembro foi embora tão rápido quanto começou. E ainda que minha expectativa fosse a de que junto do final de ano minhas frustrações fossem embora também, a realidade foi bem diferente disso.

Quando Taylor deixou Nottingham Cottage, junto dela foi o resto de alegria e sossego que eu tinha conseguido nos últimos dias.

Então, no fim de Dezembro - e no início de Janeiro - eu já estava de volta a normalidade.

O que não é ruim. Só não é exatamente bom.

Eu e Harry estamos em Norforlk - em Anmer Hall - visitando William, Kate e o pequeno George. Eu preciso desses dias, antes que as obrigações oficiais comecem, com todos os eventos e as viagens.

Temos estado aqui há dois ou três dias já, e eu tenho ajudado muito Kate com George, o que é uma mudança diferente - mas muito boa.

Nós estamos na sala de estar, com vista para a área dos fundos, e observamos enquanto Harry e William conversam a respeito de algo. Os dois estão sentados nas cadeiras de madeira do jardim e encaram a vista que temos dos campos.

Por alguns segundos eu suspiro imaginando que somos quase uma família comum - quase.

— Como estão as coisas com Jack? — Kate pergunta ao meu lado, e eu desvio minha atenção para ela.

— Bem — dou de ombros.

Isso é algo novo. Digo, minha relação com Jack não é nova mas o fato de que voltamos... Ah, isso é novo.

Duas semanas depois de toda a situação com Taylor, ele me ligou apenas para saber como eu estava - ele não tinha nem ideia de metade do que estava acontecendo comigo naquele momento - e para ele a coisa toda era apenas a respeito da "mentira" do Scottish Daily Mail, e minha repentina tristeza se enquadrava nisso também.

Mas não era só isso.

Três ou quatro conversas e encontros após esse, ele pediu para voltarmos.

E eu admito, eu aceitei, mas aceitei muito mais pelo que significava para as pessoas do que para mim. Ninguém sabia que tínhamos terminado, então no fim foi como se nada tivesse acontecido.

E isso pareceu ótimo no ponto de vista da nossa imagem.

Que era o ponto de tudo. 

É o ponto de tudo.

— Você sabe, é bem claro como você se sente a respeito dele.

— Kate...

— Eu estou falando sério, Lou.

— Eu gosto dele — digo — Ele é um cara legal.

— Mas você não gosta dele como precisa gostar para estar com alguém.

— Mas nada impede isso de acontecer — comento, mas só estou tentando me enganar— Você e o William não vivem dizendo que com o passar do tempo o amor entre vocês tem crescido, aumentado? Porque isso não pode acontecer com a gente?

— Porque diferente do William e eu, vocês dois não tem um pingo de "amor". Quero dizer, ele pode até te amar, mas é claro que você não sente o mesmo, e aparentemente ele é a única pessoa que não vê isso — ela diz, e eu respiro fundo. Porque sei que é verdade a maioria das coisas que Kate fala — Eu entendo a situação com a sua sexualidade, e a questão com a imagem, mas Lou... Isso não te impede de encontrar alguém legal e gentil, alguém que te faça sentir algo. Eu sei que é difíc-

— É mais do que difícil — digo — Parece impossível, e sendo sincera... Eu já não sei se quero isso. Eu não tinha planos de gostar de ninguém, e a situação com o Jack é confortável, e então aconteceu tudo com a Taylor... E quando finalmente achei que poderíamos fazer dar certo, a vida deu um jeito de me lembrar que nada comigo é fácil.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora