Bleached Hair

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A primeira segunda-feira de maio.

Tem sempre essa coisa incômoda de quando você está em um tapete vermelho, que é quando você se coloca para que tirem fotos suas e então você fica no mesmo lugar por pelo menos um minuto, sem muita ideia do que fazer. E aí as pessoas gritam coisas do tipo "Hey, nos dê um sorriso" e você se sente desconfortável o suficiente para não querer sorrir de forma alguma, mas então acaba sorrindo por não querer passar a imagem de ser antipática.

Certo, eu apenas acabei de descrever o que acabou de acontecer comigo.

Tem essa linha de fotógrafos e jornalistas e a impressão é a de que todos estão me encarando - e talvez estejam. Alguns gritam meu nome, apenas para ter minha atenção, mas eu tento passar rápido o suficiente por ali e então seguir na direção das escadarias que levam até o salão do museu - e é o que faço.

James está me acompanhando, o que não é muito diferente do normal. Ele me guia por entre as pessoas até a entrada do lugar e então tomamos nosso lugar em uma das mesas depois da recepção feita pela Anna Wintour.

Eu estou nessa mesa com outras cinco pessoas. Eu conheço todas e absolutamente todos da mesa parecem estar extremamente impressionados por estarem me vendo aqui, o que eu não consigo nem me surpreender.

Porque é certamente incomum.

Eu aparentemente me tornei essa pessoa enigmática e reservada que é vista apenas em situações de trabalho. Ninguém sabe realmente o que anda acontecendo na minha vida à parte de toda a questão dos meus projetos na televisão e no cinema. E para quem tinha a vida toda estendida como um livro completamente aberto isso é uma boa mudança.

— Nós podemos falar sobre como eu estou sentado na mesma mesa que a Bella Hadid? — James pergunta em tom baixo, tentando não chamar atenção, e aparentemente ele consegue.

— Ela namora, mate — comento.

— Eu sei — ele dá de ombros — Eu não disse nada em relação a isso — James diz e então tem essa pausa enorme em que parece que nada mais vai sair da boca dele, e é claro que não é o que acontece — Mas um homem pode sonhar.

— Claro que pode — sorrio de leve — É como aquela música do Frank Sinatra, "O Sonho impossível".

— Primeiro, a música é do Jack Jones e segundo, ouch.

— A música na verdade é do Richard Kiley mas isso não é uma competição de quem sabe mais , né, James — digo.

— Você sempre foi assim?

— Divertida?

— Irritante — ele sorri irônico.

— Oh, não. Isso eu aprendi com você — dou de ombros.

— Bloody Annoying*... — ele diz enquanto carrega esse sorriso idiota no canto dos lábios.

• • •

Quando eu confirmei que estaria no MET Gala desse ano eu me esqueci completamente de que a Taylor era uma das anfitriãs. 

Não que isso seja um problema.

Não é.

Nós apenas não nos falamos há algum tempo e então tem essa coisa chata que é "eu fico extremamente ansiosa pensando em como vou me comportar se por acaso nos encontrarmos ou mesmo nos olharmos". E isso não tem nada a ver com o fato de que em um passado não tão distante nós quase namoramos, e sim com o fato de que eu sou apenas ansiosa com as coisas - e um pouco com o fato de que um passado não tão distante quase namoramos.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora