Elouise • Taylor Swift

There's So Much That's Left For You Now

Minha cabeça está cheia. Eu tenho coisa demais aqui e simplesmente não consigo parar de pensar sobre a minha situação com Jack. Tem essa sensação estranha ao meu redor e parece que a qualquer momento eu vou afundar na minha própria bagunça.

Porque é isso que é. Uma bagunça. Que eu criei.

E nem é como se tivesse sido sem querer, eu sabia bem o que estava fazendo quando deixei as coisas chegarem nesse nível. Eu só não consegui me conter e então encarar a realidade clara, de que Jack é um cara incrível, mas que ele ser essa pessoa incrível não é o suficiente para que eu sustente uma relação.

Não quando eu não o amo, e isso é a verdade. Eu não o amo.

É bem nítido quando eu penso em nossos momentos e vejo que eles em relação aos poucos que tive com a Taylor não me causam nada. São boas lembranças, mas nada além disso.

Com Taylor tem esse sentimento estranho que ainda toma conta de mim quando penso nos detalhes do que vivemos. O tipo de coisa que acabou tão rápido quanto começou e que me marcou de um jeito que Jack nunca conseguiu.

Mas acho que é assim quando se gosta de alguém.

Essas sensações, isso é o tipo de coisa que se tem que sentir, ao invés de não sentir nada.

Quando eu e Jack "discutimos" - ou quase fizemos isso - ele sumiu por três dias, até o momento. Digo, ele não sumiu mesmo, eu sei que ele esteve no apartamento em Knightsbridge, mas eu não liguei nem nada, porque quando ele foi embora de Nottingham Cottage, ele deixou claro que precisava de um tempo, porque precisava pensar.

E eu respeitei, porque era o mínimo que eu podia fazer, ainda mais depois de tudo que eu fiz. Tudo que aconteceu...

Mas então hoje de manhã ele me ligou e disse que deveríamos nos encontrar para resolver tudo. Ele parecia melhor, mas nem isso me tranquilizou, e desde esse momento eu não consigo parar de pensar para qual caminho vamos seguir. As coisas ainda parecem meio nubladas, e se eu disser que sei exatamente o rumo que nossa conversa vai tomar, eu estarei mentindo. 

— O Jack está aqui — James diz chamando minha atenção, e eu aceno de levo, agradecendo por ele me informar. James tem passados os dias aqui, mais tempo que o normal, assim como Harry. É bom, e surpreendente saber que mesmo quando faço besteira ainda tenho eles do meu lado — Eu pedi para ele entrar, qualquer coisa eu estou no escritório.

— Obrigada — digo e vejo quando o mais velho some em direção ao corredor.

Não muito tempo depois Jack surge na sala. Ele parece bem, o que é ótimo de se ver, mas tem aquele "quê" de tristeza nos olhos dele e eu apenas suspiro de leve por saber que a causa sou eu. Meu olhar então segue a movimentação de Jack. Ele se senta de frente para mim e eu não tenho muito ideia do que dizer, mas nem preciso tomar a iniciativa, porque ele toma a frente e se coloca a falar.

— Eu acho que não tem muito o que dizer, Lou — ele diz calmo, contido — É essa a vida com a qual você tem sonhado? — ele pergunta e isso me pega de surpresa.

— Eu não sei ao certo com o que eu tenho sonhado, Jack.

— Bem, não é tarde demais para fazer algo novo. Não é o suficiente tentar viver sua vida do jeito que você acha que as pessoas querem que você viva. Não fazer o que você realmente quer... Isso te mata por dentro. Se você não ama o que faz, ou não está com quem você gosta, só não- não é justo com você. E se quando eu te pergunto sobre como você se sente em relação ao que temos e você ainda tem que pensar nisso, nós sabemos que tem algo errado. Você está feliz com o mundo que você está vivendo? Porque eu acho que não, e se você não está, você tem que mudar o caminho que você está seguindo — Jack suspira com calma — Ultimamente eu não te vejo sorrindo tanto, e eu acho que estive mergulhado demais no que queria para entender o que isso significa. Você só tem uma vida, Elouise, e falando do fundo do meu coração, você tem muito a fazer ainda. Começando por ajeitar as coisas com si mesma. Você sabe quem é, e o seu "eu" que está escondido é lindo... As pessoas deveriam poder enxergar também.

— Porque você é assim? — pergunto, e minha voz sai um pouco mais baixa e trêmula — Você é realmente uma das melhores coisas da minha vida, Jack.

— Eu sou um bom amigo — ele comenta, e ainda que o tom seja leve e saia mais como uma brincadeira, eu não consigo não concordar — Mas é, é isso que somos. Somos amigos, e eu espero que possamos continuar sendo.

— Claro que podemos...

— Ótimo — ele sorri de leve e então se levanta abrindo os braços — Vem cá.

Eu não preciso pensar muito e logo estou abraçando o mais alto.

— Desculpa por levar as coisas da forma como eu levei, e por fazer você chegar até aqui. Isso foi injusto — comento ainda no abraço de Jack.

— Tá tudo bem, coisas assim acontecem. Você deveria mesmo ter sido sincera, mas você estava confusa, com medo e a sua vida não é exatamente fácil.

— Nós ainda somos amigos mesmo? — pergunto e tomo espaço, me desvencilhando de Jack.

— Claro que somos, Lou. Eu vou precisar de um tempo, você sabe, pra tentar entender aonde eu estou e me acostumar com essa nova situação.

— Claro, eu entendo.

— M-Mas ainda somos amigos, e assim que eu trabalhar em mim e estiver 100% bem eu espero que nós possamos voltar a nos falar. As coisas nunca são tão fáceis, mas eu vou ficar bem — ele dá de ombros — E eu espero que você fique também.