Selling Love To Someone Else

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Dois dias antes da viagem para Los Angeles, Jack me liga avisando sobre uma mudança de planos.

O teste que seria em Los Angeles, é transferido para New York, e desde o momento que ele me avisa sobre isso, aparentemente é a única coisa em que eu consigo pensar.

E o motivo é óbvio.

Taylor.

Eu tento não ver tantas notícias sobre ela - muito porque preciso esquecer isso e entender que o que tivemos passou - mas é muito difícil, então sei que ela ainda está em New York, não só porque vive na cidade mas porque tem gravado o próximo álbum lá, e sei também que estar na mesma cidade que ela não é exatamente a melhor coisa para o momento em que eu estou.

E eu não posso dizer que não quero mais ir, porque não tenho motivos aparentes para isso, nada além do assunto "Taylor", e sei que Jack vai achar estranho, então já não tenho muito o que fazer.

E tudo me assusta - a questão com Taylor, e como as coisas serão apenas de estar na mesma cidade que ela - só que eu tento não transparecer minha preocupação. Porque no fim talvez seja apenas uma preocupação boba e nada nem aconteça.

Por isso que na manhã da viagem, quando me encontro com Jack no aeroporto, me obrigo a focar nele e no que temos, enquanto me esforço para não pensar em mais nada além disso.

Eu estou apenas com ele, sem seguranças, sem todo o staff de viagens oficiais... E juntos pegamos um voo da British Airways na primeira classe da aeronave.

A viagem é longa, pouco mais de oito horas, e às onze da manhã - no horário de New York - nós desembarcamos no JFK.

Eu e Jack alugamos essa SUV - por que estamos sozinhos - e é ele quem dirige até o Airbnb que pegamos em Tribeca.

E o primeiro erro começa aqui. Em pegar um lugar tão perto do apartamento dela.

Mas Jack não tem nem ideia, e eu continuo quieta sobre isso.

O lugar não é tão grande mas é a cara de Jack, e é aconchegante. É um Loft bem no estilo da cidade, com uma estética voltada para o industrial. Tem essas paredes de tijolos, estantes altas, até o teto, e cheias de livros. Tudo é em um conceito mais aberto. O Banheiro tem tons de preto, mesclando com as paredes de tijolinhos, e no quarto tem esse janelão com vista para a rua que está consideravelmente movimentada.

Assim que terminamos de ver o Loft, eu reparo que Jack tem essa expressão cansada e preocupada e eu sei que é por conta do primeiro teste que ele vai ter na manhã seguinte, então tento tirar o foco dele disso ao longo do dia.

Eu e ele passamos a tarde com mais calma. Saímos para um passeio na cidade. Vamos a um parque perto do Loft e gastamos um tempo ali, o que atrai atenção - então inevitavelmente nos fotografam - e terminamos o dia jantando em um restaurante não tão longe de onde estamos.

Voltamos para o Loft caminhando mesmo. Ele tem o braço envolto em meu ombros, e por ser mais alto eu consigo caminhar com a cabeça levemente apoiada no torso dele.

Quando nos deitamos no fim da noite, Jack me envolve por trás e mergulha o rosto na parte de trás do meu pescoço. Eu sinto a respiração dele ficando mais calma e não muito tempo depois ele já está dormindo.

Mas eu não consigo fechar os olhos, e não tenho ideia do porque.

Ou até tenho.

Só não quero admitir que tenho.

• • •

— Eles me chamaram para um teste com o elenco daqui dois dias — essa é a primeira coisa que Jack diz assim que abre a porta do Loft. E eu consigo ouvir, ainda que de longe.

Já passa das duas da tarde. Eu estou comendo alguns bagels, e bebendo um pouco de café - o que é bem incomum - enquanto assisto a essa reprise de um dos episódios de The Office que passa em algum canal aleatório da televisão.

Não é nada como a versão britânica, mas me tira algumas boas risadas, e eu estou no meio de uma quando Jack coloca os pés no quarto aonde estou.

— Hey... — ele me cumprimenta e se inclina, deixando um beijo rápido em meus lábios. Jack então toma o espaço ao meu lado na cama e estende a mão pegando um dos bagels da pequena caixinha branca, que tem quatro, e ele leva até a própria boca logo em seguida.

— Vai ser no mesmo lugar? — pergunto me referindo ao teste.

— Hm, não —  ele responde — Tem essa cidade aqui no estado, não é tão longe aqui de New York City, e nós vamos para lá. Vamos fazer algumas cenas, o diretor quer ter certeza de que sou eu a pessoa para o papel, mas ele gostou mesmo de mim, então já é um ponto positivo.

— Você acha que vai demorar? — a pergunta sai porque não tenho ideia do que fazer se ficar um dia inteiro sozinha aqui.

— Não sei, hm , talvez — ele dá de ombros — Nós vamos durante à tarde, então talvez eu não volte até a madrugada mas eu realmente não sei. Mas se tudo der certo, é a última coisa que preciso fazer e então... — ele aproxima o rosto do meu, e inevitavelmente eu acabo me virando para conseguir o encarar. Jack então sorri e junta nossos lábios em um selinho calmo — Então podemos aproveitar a cidade. Tem uns lugares bem legais que precisamos ir.

— Parece um plano — eu comento e sorrio de leve.

— Certo!? Definitivamente parece um plano — ele me devolve o mesmo sorriso e então ficamos nisso por alguns segundos, mas eventualmente eu desvio o olhar do de Jack e volto minha atenção para a televisão — Hey, hm, você quer sair hoje para comer alguma coisa?

— Na verdade... Nós podemos ficar aqui?

— Certeza?

— Sim — dou de ombros — Nós pedimos algo, e então comemos enquanto assistimos a algum filme, pode ser comida chinesa...

— Comida chinesa e abraços? — ele pergunta com esse sorriso no canto dos lábios, eu vejo quando desvio minha atenção para ele, e acabo rindo de leve por Jack ter lembrado disso.

Eu só estava doente, no apartamento dele em Londres, e não queria nada além de me afundar no sofá envolta de duas cobertas. E Jack cuidou de mim, então quando eu estava um pouco melhor naquela noite lembro que pedi pra comprarmos comida chinesa e então nos abraçarmos, porque eu estava morrendo de frio e Jack estava quente.

Naquela época eu sentia que tinha alguma chance de gostar dele, de verdade.

Ele nunca foi nada além de carinhoso.

— Comida chinesa e abraços — digo.

— Muitos abraços — ele me envolve de lado, os braços na minha cintura e eu simplesmente deixo.

Algum tempo depois, quando o pacote com bagels está vazio e já no lixo, assim como meu copo de café, eu e Jack nos deitamos na cama com vista para a cidade, comigo nos braços dele, enquanto ele faz esse carinho leve em meus cabelos.

E ficamos assim por alguns bons minutos, enquanto conversamos sobre como foram as coisas no teste dele.

Já de noite, eu estou sentada entre as pernas de Jack, de costas para o torso dele, e juntos dividimos essa caixinha com frango agridoce e alguns legumes. Já é realmente tarde, e estamos vendo Moonstruck - um dos filmes que mais gosto. E a noite se encerra do jeito que planejamos, com comida chinesa e abraços.

E realmente não parece ruim.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora