Not Meant To Be

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Taylor's POV

Os últimos meses tem sido diferentes, mas divertidos. Porque tem esse clima esquisito no ar, em que pela primeira vez em algum tempo eu estou me dedicando 100% as minhas amizades, ao meu trabalho e a minha família, e apenas à isso.

Sem romance por agora.

Depois de tantos problemas era bem claro que eu precisava de um tempo como esse.

O meu próximo álbum está finalmente completo e daqui poucos dias será lançado, e tem toda essa coisa de estar tentando algo novo musicalmente que tem me deixado extremamente animada para saber o que as pessoas vão achar a respeito. É uma mudança grande, e é uma aposta ousada, e ainda que Scott - da Big Machine - não tenha tanta confiança, eu tenho.

Eu realmente tenho.

Eu fiz essas sessões secretas, para os fãs, e toquei o álbum - isso aconteceu nas últimas duas semanas - e a coisa toda foi especial. Foi diferente, bem diferente, mas muito incrível ver a reação deles ouvindo tudo antes do lançamento. E então poder explicar o que eu tentei passar com cada faixa... Foi especial.

Claro que apesar de ter sido especial, essa parte em si não foi exatamente fácil. Porque o álbum está cheio de músicas a respeito da Lou, e ainda que nosso tempo tenho sido em um espaço curto, a situação realmente mexeu comigo. A forma que eu escrevi não deixa claro que é ela, e eu já vejo as pessoas ligando as músicas a minha relação com o Harry - o que me parece péssimo porque as músicas não são para ele, mas é praticamente inevitável, porque é o acontece quando as pessoas sabem que o que eu escrevo é baseado em coisas que realmente aconteceram e sentimentos que eu realmente tive. E então elas não sabem de toda a história.

Não sabem sobre Elouise.

Não sabem sobre o que tivemos, nem que eu entrei em uma espiral em que tudo que  conseguia escrever sobre era ela.

E eu escrevi muito. Do álbum em si, uma das músicas que mais mexeu comigo foi Clean, e explicar como ela surgiu paras as pessoas que gostam do meu trabalho, ainda mais depois de a ouvir, foi uma sensação quase estranha.

Eu estava em Londres, e isso foi três meses depois da última vez que vi Elouise. Enquanto andava pela cidade o pensamento de que já estava no mesmo lugar que ela por duas semanas e em momento algum pensei nisso me pegou em cheio, e quando isso aconteceu eu lembro de pensar "oh, eu espero que ela esteja bem" e então nada além disso.

Acho que a minha realização e a falta de interesse no que ela estava fazendo, me fizeram entender que eu estava finalmente em outro momento.

E isso era ótimo.

Isso é ótimo.

Porque as coisas não deram certo, talvez porque não eram pra ser, mas isso faz parte. É o tipo de coisa que acontece e você aprende muito com tudo, mas então passa e é hora de seguir com as coisas.

• • •

Eu estou no estúdio do Graham Norton Show, em Londres, e estou nessa gravação - que já dura trinta minutos - falando sobre o 1989. A ideia toda é essa.

Eu estou prestes a entrar nessa pequena tour de divulgação e Londres é a primeira parada. E a escolha foi minha, porque eu adoro a cidade e é mil vezes mais fácil começar por aqui e então terminar tudo nos EUA, antes de mergulhar de vez na rotina exaustiva que envolve a concepção de uma turnê mundial - porque tem isso, a 1989 World Tour vai definitivamente acontecer.

— Ah, isso é interessante, porque você é a Taylor Swift. Alguém pode te convidar para um encontro? — a pergunta de Graham é inesperada.

— Quero dizer, sim, elas podem — dou de ombros e o meu tom sai tão mais óbvio que o esperado que a plateia do Talk Show acaba rindo, assim como os convidados que estão comigo no sofá - John Cleese e o Kevin Pieterson -

— Certo, e agora você deve estar "o que o Graham está pensando fazendo esse tipo de pergunta?" — ele brinca.

— Não, não é assim... É só que, a minha vida é realmente muito agitada e complicada e as coisas se tornam caóticas demais quando eu envolvo alguém nisso, e, hm, isso foi algo que eu apenas absorvi com o tempo. Se você der uma única coisa que para que as pessoas falem, elas vão multiplicar isso por cinquenta e fazer essas milhares de notícias sensacionalistas a respeito da sua vida. Se você der zero para que as pessoas falem, qualquer coisa multiplicada por zero é zero.

— Você ganha nessa — Graham diz em tom descontraído e algumas pessoas acabam rindo.

— É loucura — eu brinco.

— Então, e o novo single, que por sinal é um hit enorme "Shake It Off", tem esse tipo de filosofia de não ficar tão envolto de toda essa... coisa, não deixar isso te afetar — ele diz.

— É, porque é muito mais fácil lidar com humor em relação a esse tipo de coisa, em um mundo em que as pessoas podem dizer o que quiserem sobre isso e ligar para as revisas e contar mentiras sobre o que você tem feito, é realmente mais fácil lidar com isso com humor. E com "Shake It Off", eu leio dos meus fãs online e não sou só eu que preciso lidar com notícias tiradas de contexto, não sou só eu que preciso lidar com como as pessoas tem tratado uma as outras no dia-a-dia, acontece com todo mundo em qualquer lugar, então eu pensei "por que não fazer uma música que é sobre lidar com isso e então passar por isso" e a coisa toda vem de um lugar de força e a música também faz as pessoas quererem dançar, então...

— É — Graham sorri de leve — Só "Shake It Of..." —  ele faz esse movimento com as mãos e eu apenas concordo com um aceno.

—  Pois é...

—  Agora, uma das músicas que eu mais gostei foi definitivamente "Out Of The Woods", sendo sincero o novo álbum está perfeito do começo ao fim, mas "Out Of The Woods", o que exatamente você estava sentindo quando escreveu ela? — ele pergunta e eu fico alguns poucos segundos em silêncio, tentando encontras as palavras certas para responder a pergunta.

— Sabe, é que... Não sei, tudo parecia muito frágil, parecia muito tímido, nesse relacionamento em que eu estava — digo — E o que eu estava sentindo...? Hm, acho que muita coisa, porque sempre me pareceu algo como "Ok, qual é o próximo bloqueio nessa estrada que estamos seguindo? Qual é a próxima coisa que vai impedir isso aconteça? Quanto tempo temos até que isso se transforme em uma terrível confusão e então nós acabemos da pior maneira possível?" A verdade é que as coisas eram tão difíceis que eu já não sabia se nós iríamos terminar em um mês ou em três dias, porque a dinâmica entre eu e essa pessoa já não era saudável ou estável, o que não significa que não tenha sido especial e extraordinário, mas acho que nós só não nascemos para ficar juntas.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora