Bad was the blood of the song in the cab

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É muito estranho que eu não tenha visitado Los Angeles mesmo tendo ido a muitos outros lugares.

E a cidade é linda, o que me surpreende ainda mais pelo fato de que eu parecia alheia a isso.

O avião aterrissou na cidade pouco mais de duas da tarde; e o sol nesse horário está tão forte que quando James e eu deixamos o aeroporto buscando conseguir algum táxi que nos leve até Encino, eu mal consigo manter meus olhos abertos. E eu agradeço verdadeiramente quando James me estende um óculos de sol, que são meus mesmo, mas que estavam perdidos na mochila dele.

Tem esse clima seco no ar, e está muito quente, e tudo que eu mais quero é entrar em um carro e seguir logo para casa.

James acena algumas vezes, duas, três, mas é na quarta que um dos táxis realmente decide parar. O lugar é tão movimentado que eu e James ainda entramos em uma discussão breve com um cara que tenta entrar no táxi que paramos, mas assim que isso se resolve - e eu e o mais velho ajeitamos nossas malas - eu me sento no assento traseiro e sou tomada pelo clima mais ameno dentro do carro - por conta do ar condicionado - e pela batida de uma música que ainda que eu não conheça eu sei exatamente de quem é, porque a voz é tão clara e doce que é quase impossível esquecer.

— Essa música é bem boa — James comenta, alheio a situação, bem quando ele se acomoda. Quando nos ajeitamos, e o carro dá partida, ele se inclina de leve em direção ao centro do carro e coloca o rosto na visão do aparelho de som do veículo — Bad Blood... Tay-Oh. Claro! — é engraçado que ele me encara rapidamente mas eu não digo nada, e quando ele volta a se apoiar no banco eu reparo que ele está batendo de leve na própria perna no ritmo da música — Isso é realmente bom. Ela tem talento — ele diz e eu apenas solto um riso anasalado enquanto balanço a cabeça levemente.

— Nós estamos indo para Encino? — o taxista pergunta — Apenas para ter certeza...

— Sim — eu respondo — É muito longe?

— Uns quarenta minutos, mas levando em conta o trânsito, talvez demore mais que isso — o taxista diz e eu reparo que ele não parece estar errado. A cidade é tão cheia e há tantos carros nas ruas que assim que entramos em uma da vias simplesmente paramos por conta da lentidão de tudo.

— Oh, Deus... — James suspira — Eu já sinto falta do quão parada Londres parecia.

— Nós estamos aqui há menos de vinte minutos, mate — comento — Certeza que vai piorar.

— Ótima maneira de me alegrar.

— Oh, é, eu estou aqui pra isso.

• • •

Pouco mais de uma semana depois que James e eu chegamos em Los Angeles, as coisas parecem mais calmas e consideravelmente certas. Estamos nessa casa em Encino, mas mal paramos no lugar porque tem tantos lugares incríveis na cidade, que queremos conhecer todos o mais rápido possível.

Fazemos o tour pelos estúdios da Warner. Passeamos pelo Getty Center, que é um complexo belíssimo com foco em arte, pesquisa e conservação. Passamos uma tarde no Griffith Park e é lá que visitamos o LA Zoo e o Griffith Observatory. 

Estamos nesse momento de ir nos lugares realmente turísticos, e tudo parece incrível.

É uma noite de quinta-feira quando decidimos ir até um restaurante em Hollywood. O que não é incomum, já que na maioria dos dias jantamos fora mesmo.

O restaurante da vez é o Bowery.

O Bowery é um pouco da cidade de Nova York no coração de Hollywood, quase que literalmente porque ele está localizado em Sunset and Vine. E é esse lugar minúsculo que mudou o clima de Los Angeles há quase uma década atrás. Harry me falou muito sobre o restaurante, e sobre como tem certos pratos ingleses que são realmente um gosto de casa no meio de L.A.

Claro que James e eu não pensamos duas vezes quando decidimos aparecer no restaurante.

Pegamos essa mesa ao lado da janela da frente, e eu me encosto no estofado de costas para o vidro, enquanto James toma o espaço de frente para mim.

O lugar é realmente pequeno. Tem esse dive bar não muito longe das mesas, sem tanto glamour, eclético e em um estilo antigo com bebidas que parecem mais baratas, a iluminação é fraca, a decoração parece surrada ou mesmo datada, com esses letreiros de cerveja em néon. É quase estranho que isso traga um clima bom, mas é exatamente o que faz. Tem também essa parede no canto esquerdo, repleta de fotos de pessoas famosas que apareceram ali, e quase que de imediato meu olhar encontra a pequena foto com Taylor e quem parece ser o dono do lugar. Eu acabo sorrindo de leve, e James repara, mas não diz nada.

A noite é realmente agradável, e enquanto somos atendidos, o garçom me reconhece, o que rende uma foto com o dono do lugar e alguns minutos dele na mesa com a gente, com ele contando sobre como o Bowery é um dos lugares preferidos de quem vive em Los Angeles. Ele ainda comenta sobre as pessoas que frequentam o lugar, e parece até brincadeira quando ele cita Taylor, e diz que aquele lugar é o preferido dela por conta da atmosfera mais intimista - ao menos parece ter sido o que ela disse para ele.

Quando ele enfim deixa a mesa, James mal se aguenta e acaba comentando algo sobre como o "universo" parece estar me dizendo algo. Ele entra em alguma besteira de sinais, e eu apenas balanço a cabeça positivamente ainda que não entenda metade do que ele tenta me dizer.

Já no fim da noite, quando eu estou no meu quarto, pronta para dormir, de alguma forma o sono me escapa completamente, e é assim que eu acabo ligando a televisão suspensa de frente para a cama. E claro que quando faço isso, a primeira imagem que surge na tela é a de Taylor no vídeo de uma das músicas novas dela. 

O canal em questão é a MTV, e eu suspiro de leve enquanto observo a atmosfera caótica do conceito em torno do vídeo. É bem óbvio que eu não troco de canal, e quando vejo o clipe está se encerrando e só então eu reparo que o nome da música é Blank Space, e é realmente uma boa música.

Não tenho ideia de quanto tempo passo vendo clipes e mais clipes, mas em algum momento o sono vem de uma só vez, e no tempo que eu fecho os olhos tem essa coisa estranha acontecendo.

Porque tudo que eu consigo pensar é na imagem de Taylor, e tem essa realização de que talvez eu sinta mais falta dela do que realmente achei que sentia.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora