Daylight

2.4K 191 67
                                    

Quando tudo começou a dar extremamente errado com os comentários ficando cada vez ácidos até o ápice do público num geral subir tags como "#TaylorSwiftIsOverParty", eu e Elouise resolvemos nos esconder na Inglaterra, junto de William, Kate e as crianças na casa de campo da família dela.

Passamos alguns dias por ali e então quando deixamos o lugar não seguimos para Los Angeles.

Porque eu queria me manter longe da cidade.

Por isso paramos em Londres.

Antes disso, alguns meses até tudo acontecer, bem quando eu disse que ainda amava Elouise - e isso foi no fim do verão - eu e ela mergulhamos com tudo no que tínhamos. Passamos por alguns problemas, minha insegurança falou mais alto algumas vezes. Eu tentei terminar o que nem tínhamos direito, e então peguei meu carro e dirigi de New York até a Pennsylvania, mas antes mesmo de chegar lá Lou me ligou e me fez voltar para casa - não para a minha casa em Tribeca, mas para esse apartamento que eu aluguei por alguns meses em Cornelia Street. Nós subimos até o telhado, conversamos sobre o que eu estava sentindo e ela só reafirmou o que parecia óbvio mas que de algum jeito eu demorei a enxergar. Que ela me amava também, e que apesar do momento ser difícil, por tudo que estava acontecendo, ela continuaria do meu lado.

E foi lá, no apartamento em Cornelia Street que fizemos amor pela "primeira vez" depois de todo esse tempo separadas. Acho que a melhor parte de tudo foi quando na manhã seguinte, enquanto estávamos envoltas naquela atmosfera, no chão da sala, sem roupas e com apenas o cobertor nos mantendo aquecidas, Lou puxou a jaqueta dela que estava jogada ali do lado e tirou essa pequena caixinha do bolso. Dentro tinha esse colar de prata com um pingente singelo com a inicial de Elouise. Ela disse que tinha comprado dias atrás, e que planejava me dar quando fosse me pedir em namoro do jeito certo, mas então aquele pareceu o momento certo.

Quando ela ajeitou o colar no meu pescoço, ela explicou que queria que eu sentisse que ela estava comigo em todos os momentos - mesmo quando estivéssemos longe. E ali eu entendi também que ela me deu aquilo não porque sentia que precisava deixar claro que eu era dela - ainda que ali eu já fosse, e acho que nunca deixei de ser - mas sim porque ela me conhecia bem o suficiente para saber que sentir ela comigo era o tipo de coisa que me deixaria segura. Ela me conhece dos pés à cabeça, e isso é muito mais do que o restante das pessoas pode dizer.

Sei lá, naquela manhã mesmo eu fechei meus olhos por alguns minutos e pensei "eu espero que isso aqui nunca acabe", porque um amor como o nosso é o tipo de amor que dificilmente eu vou superar caso chegue ao fim. E eu sei que já passei por muita coisa, mas a situação com Elouise é diferente, eu confio nela mais do que confio em mim mesma. Ela é só... Ela é esse suspiro calmo e certo em meio a tanta incerteza.

Quando eu me virei para ela, em uma manhã agitada de quinta-feira, quando ainda estávamos em L.A, e pedi para fugirmos daquele lugar, a resposta dela foi rápida em dizer que faria o que fosse melhor para mim.

E foi assim que acabamos na Inglaterra.

O tempo no interior foi revigorante. Ela me mostrou tudo que achava importante, e as coisas que fazia quando ainda vivia ali, e nos focamos no que tínhamos - na nossa relação - o que me fez esquecer por um momento da bagunça do lado de fora.

Aconteceu essa coisa engraçada, em um dia quando estávamos em Lake District, quando paramos nesse pequeno café e então a mulher que trabalhava lá comentou que eu parecia a cantora americana das notícias. Acho que naquele momento eu me senti comum o suficiente, justamente por não ser diretamente reconhecida. E então a mulher se virou e saiu, mal prestou atenção em Lou, e no tempo que deixamos o café comentamos sobre aquilo, sobre como era bom estar ali vivendo como duas pessoas comuns. Quando se está tão exposta esses momentos ficam cada vez mais raros.

Elouise • Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora