Me sentia zonza e minha cabeça latejava, eu estava jogada no chão mas não do beco onde Matheo me achou, algum tipo de sala que mais parecia uma masmorra, ao longe eu podia ouvir vozes, murmurinhos baixos, porém devido a dor latente na cabeça não consegui entender o teor da conversa, tentei enxergar a minha volta algo que fizesse sentido ,não havia nada ali era apenas uma cela vazia, a porta de madeira com pequenas grades envelhecidas pelo tempo estava fechada.
Onde estou?, Matheo não deveria ter me matado?, Será que isso é meu inferno?, bom ele não está aqui, então provavelmente é.
Movida mais pela curiosidade do que minhas próprias forças, me levantei do chão e caminhei até a porta tentando enxergar, não via nada além de uma parede de tijolos antigos, pensei em chamar por socorro mas minha garganta arranhava e sabia que a àquela altura ninguém poderia me ajudar.- A sua humana acordou Matheo. - ouvi uma voz feminina dizer.
- Deixe ela em paz, é um presente meu para Aro, talvez me faça cair em suas graças novamente.- reconheci sua voz .
- Você abusa, uma hora ele não vai mais ser tão condescendente.- disse a mulher com humor na voz.
- Não tinha que ir buscar o jantar Heidi?.- questionou ele.
Pude ouvir uma risadinha dela e depois mais nada ,se saiu ou não?, eu não sabia. O nome que Matheo falou antes me pareceu familiar, mas minha cabeça doía demais para me forçar a lembrar, voltei para o fundo da cela onde havia uma pequena cama, sentei e esperei por mais alguma coisa, olhando atentamente a porta, depois de um bom tempo passaram dois mantos pretos rapidamente que pareciam dois homens, um deles animado e eufórico, o outro nem tanto, seguiram caminho e pude ouvir quando entraram em outra cela.
- Voltamos!. - disse um dos homens, na voz estava nítida a animação que eu notara antes.
- Vamos esperar minha irmã, e que Aro jamais desconfie disso.- disse uma voz mais juvenil, parecia preocupado.
- É um pouco tarde para isso, ele está lá em cima...-respondeu o outro, sem se abalar muito pela preocupação do amigo.
De repente ouvi o som de algo como um soco, um balbuciar incoerente e outro soco.
- Hey! qual é príncipe?, vamos... - outro soco. - acorda Pocahontas!.
- Aro vai nos matar.
- Não se Jane chegar logo, aposto que conseguimos arrancar algo dele, nem que seja um braço.- o homem ria divertindo-se com a ideia.
- Ela deve estar aqui...- Como se fosse uma deixa para sua entrada, vejo caminhar pelo corredor uma garota jovem de cabelos bem presos e capa igualmente preta.
- O demônio de olhos vermelhos voltou.- falou uma voz masculina, pela voz ele parecia fraco, devia ser o homem que estavam maltratado, de repente um grito agonizante rompeu pelas paredes e me aterrorizou.
- Poupe seu folego, vai precisar dele.- a voz feminina era tão terrivelmente doce, que me questionei se não havia enlouquecido de vez, o tom de ameaça não combinava nem um pouco com a voz.
Fiquei lá sentada, pelo tempo que me pareceram horas, mas que provavelmente não deviam se tratar de minutos, ouvindo eles torturarem o homem da sela ao lado, ele gritava pouco para alguém que estava na situação dele, eu conseguia ouvir os barulhos de murros e chutes, algo se quebrando, ele abafava os gritos e mantinha o silencio, o que irritava os carcereiros, pensar que logo eu estaria morta me distraia um pouco de tudo aquilo, em breve algum vampiro drenaria todo meu sangue, e eu me pegava pensando: se por um momento Alice viu isso, ou eu estava literalmente sozinha em minha morte?, se viu, importaria para ela?, para ele?, para algum deles?; Acho que não!. Ouvi com temor quando a tranca de minha cela se abriu, a porta rangeu enferrujada e desgastada pelo tempo, enquanto abria, naquele som senti que meu destino estava selado, não tinha volta, aquele seria meu ultimo dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aurora Boreal
FanfictionSinopse: Após ser abandonada por Edward, Bella toma uma decisão difícil, na tentativa de esquece-lo, e de aplacar a dor imensurável em seu coração pela falta do amado, a garota se aventura numa decisão precipitada e sem volta, da qual ela não faz i...