PRÓLOGO

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Era Solstícios de Verão e cidade principal da Corte Estival, Adriata, estava repleta de pessoas da própria corte e de outras festejando a grande data.

Antonella tinha um sorriso radiante no rosto ao caminhar pelo porto principal da cidade. Ela sabia que deveria ter permanecido na embarcação, onde não correria o risco de ninguém reconhecê-la ou descobriu que estava como clandestina no navio. Porém, quando seus olhos verdes encontraram a festa que acontecia nas ruas não pode evitar atração que chamava incansavelmente então sem que ninguém notasse roubara uma deslumbrante vestido vermelho de uma dama, torcendo que a fêmea esnobe e cheia de roupas não desse falta de uma peça.

A saia leve do vestido voava junto com a brisa salgada enquanto Antonella andava pelas ruas, acenando e sorrindo a cada vez que provava algum novo aperitivo oferecido pelo caminho, desviando das pessoas até chegar a uma grande praça onde músicos tocavam e feéricos e crianças dançavam. Tinha permanecido encostada em uma pilastra por duas músicas até que uma criança desconhecida a puxou, convidando para se juntar.

Quando a nota baixa da próxima música soou Antonella deslizou até o centro das pessoas, os olhos de canto para observar as posições e passos dos demais. Todos os olhos se voltaram para aquele grupo, para ela. Assim que a música iniciou ela se move com uma graça hipnotizante, as finas camadas do vestido fluiam como ondas ao redor de seu corpo no ritmo que seu quadril desenhavam padrões intricados no ar, suas mãos erguidas em movimento sincronização. Antonella fechará os olhos, deixado que a melodia a levasse para longe pelo momento que tinha, se entregando a cada batida da música.

A fêmea de cabelos cobres que contratavam com a pele palida deslizava com elegância, cada movimento era mais gracioso que o anterior. Seus cabelos voavam ao vento acompanhando o ritmo da dança. Não precisava abrir os olhos para saber que tinham olhares nela, mas havia algo, ou melhor, alguém que a observar de uma maneira que até mesmo de olhos fechados podia sentir. Antonella os abriu temendo ser alguém que caçava, ela buscou no meio da multidão os penetrantes e determinados olhos que sentia queimar sobre sua pele, buscando apenas para encontrar dois pares de olhos violeta e olhos azuis — e mesmo que não pudesse distinguir tão bem seus rostos pela distancia, sabia que o macho e a fêmea eram muito bonitos. Os olhos vivos e determinados, cobertos de malicia observavam de longe, de um pequeno grupo que certamete fazia parte da nobreza pelas roupas e coroas que usavam.

Os olhos deles eram uma tempestade de mistério, encontrando os dela, vazios e tensos pela atenção feroz. Em um instante, o mundo ao redor parece desaparecer, e o tempo tinha se suspendido. Ela tentava desviar, ir para longe daquelas magnitudes estrelares que alertavam perigo, mas a atração silenciosa se formava entre a troca daqueles olhares, como se segredos sombrios não ditos fossem compartilhados. É como se, naquele momento, seus olhos fossem os únicos intérpretes de uma atração que transcendia o perigo das pessoas ao redor notassem, mas nenhum dos três pareciam dispostos a desviar o olhar, presos no fascínio e desafio mútuo.

Antonella continuava movendo seu corpo em sintonia perfeita com a música envolvente, dançando entre as pessoas. Cada passo como uma expressão de feminilidade e força, uma obra de arte enquanto encarava os dois desconhecidos que exalavam uma áurea noturna. Quando a última nota soou e ela se juntou aos demais batendo palmas e gritando em aclamação para os músicos, sua respiração era ainda mais pesada e seu coração tinha batidas erradas com frequência que faziam acreditar que poderia saltar pela boca. Ela sorriu para o casal então deixou se perder no meio da multidão.

Algo dizia a ela que aqueles estranhos a encontraria novamente.

Ela caminhou pela areia, a festa ainda acontecia pela cidade e acreditava que por toda a Corte, mas a praia estava vazia e silenciosa, um cenário de calmaria e perigo para a fêmea. Antonella andava pela beirada da praia quase deserta até chegar em uma taverna qual entrou afim de se distrair antes de voltar para o navio.

Starborn | ᵃᶜᵒᵗᵃʳOnde histórias criam vida. Descubra agora