Fomos ao andar de cima onde se localizava os quartos dos terceiristas (essa palavra não deve existir, mas vocês entenderam o que eu quis dizer). Foram poucos passos até eu parar diante de uma porta que julgava ser a do quarto dele.
Aqui neste colégio conforme você passa de ano, você vai trocando de quarto, mas aquele quarto já parecia ser dele a vida toda. Havia fotos e pôsteres por toda parte, sua cama estava muito bem arrumada e o ar tinha um aroma doce.
Ele se encaminhou para uma prateleira de mogno que se encontrava lá em cima no mezanino, pegou o que de longe pareceu alguns livros, desceu as escadas e os depositou bem em cima de sua cama.
- Estes são todos os anuários desde que me juntei a esta escola. (o que contabilizava dois).
- Então vamos procurar pelo Renato. - estava sendo otimista.Reviramos algumas páginas do anuário do ano anterior e faltando pouco para acabar as páginas o Pietro se sobre saltou dando um berro.
- Achei! - gritava ele apontando para o livro do ano.
- Você não sabe ler? Aí está escrito Antônio. - Eu disse sem prestar atenção na foto. - Pera. - agora eu prestava atenção em cada detalhe e aquele sorriso...
- O que foi? - Pietro não entendia.
- É ele. - completei.
- Mas o nome do boy não é Renato? - continuou sem entender.
- Ele só pode ser gêmeo ou...
- Ou?
- Mentiu sobre o nome dele. - concluí.
- Que tipo de pessoa mente sobre o nome? - ele me encarou e foi como se ele adivinhasse que eu também havia mentido sobre o meu nome.
- Aposto que ele teve seus motivos. - Eu o defendia.
- Bem, parece que eu não conheço todos os garotos desta escola.
- Aí está dizendo que ele é do segundo ano. - Eu disse.
- Era, isto aqui é do ano passado.
- Será que ele continua na escola? - eu precisava muito vê-lo.
- Isso a gente logo vai descobrir. - disse ele de forma misteriosa.
- Como? - eu estava curioso.
- Na festa do Saulo. - respondeu.Eu tinha esquecido totalmente da festa do Sal, tudo culpa do Renato, quer dizer Antônio. Quem diria que ele seria tão espertinho?
- Vamos para seu quarto? Vou te ajudar com as suas coisas. - disse Pietro.
- Você é de mais. - completei com um sorriso.Eu não tinha trazido comigo tanta coisa, mas com o pouco que eu tinha já deu para dar a minha cara ao meu quarto.
Eu pus meus capacetes em uma parede, no criado mudo um porta retrato com uma foto do meu Rio de Janeiro (como eu amava aquela cidade) e minhas roupas já estavam no armário.
- Estou exausto! - confessei.
- Você mal chegou na cidade e já viveu muitas aventuras. Vá dormir amigo, tome aqui meu número. - disse enquanto me passava um pedaço de papel. - Mais tarde você me chama para irmos a festa. - ele piscou um dos olhos e saiu.Parecia um dia comum no parque, eu andava de patins e ele me observava atentamente, quando notei sua presença fui a seu encontro e o beijei sem exitar. Sua mão percorria pelo meu corpo explorando cada centímetro do meu peitoral. Ele se despediu e me encarava quando eu fazia o mesmo. Antônio voltou a me beijar, deu uma pausa e bem devagar tirava a sua cueca, bem ali no meio do parque. Ele fazia maior cerimônia e quando sua cueca chegou na altura do joelho...
Um barulho me despertara daquele sonho maravilho, o susto foi tanto que me fez cair da cama.
As luzes se acenderam e dois sujeitos me encaravam com preocupação.
- Vão ficar me encarando ou irão me ajudar a levantar? - disse ríspido.
Eles se tocaram do que eu quis dizer e logo estenderam as mãos me erguendo do chão.
- Vocês me assustaram!
- A culpa é do Doug, ele que derrubou as malas com força no chão. - disparou dizendo o garoto ruivo, sardento e baixo de cabelo encaracolado como o meu.
- Mas foi você que mandou! - gritou o outro.
- Ei! Falem baixo eu ainda estou com um pouco de jet lag por causa da viagem. - menti, só queria silêncio mesmo.
- Você veio do Rio de Janeiro, não tem jet lag nenhum. - disse o ruivo.
- Você é esperto ruivo, aposto que deduziu isso olhando para o meu porta retrato. - ele balançou a cabeça e eu continuei. - Qual o seu nome?
- Me chamo Raimundo. - ele sorriu e pude ver seu sorriso totalmente metalizado.
- Sou o Pablo. - estendi minha mão.Após nos comprimentarmos, eu virei ao outro que era mais alto que eu, moreno, olhos amêndoados e cabelo liso e escuro.
- E você se chama?
- Eu sou o Doug ou Douglas. - disse atrapalhado.Eu sorri, aqueles dois iam me trazer muita diversão.
Eles me contaram que são amigos de muito tempo e que desde o início eles nunca tiveram um colega de quarto. Disse a eles sobre a festa do Sal e fiz um monte de perguntas sobre as aulas.
Eu já me sentia amigo deles, e parece que a coisa toda era mútua.
Demos uma boa olhada no relógio e fomos nos arrumar, a festa do Sal prometia.
Eu já tinha ligado para o Pietro e o mesmo me encontraria no elevador do terceiro andar. Os meninos estavam prontos. Raimundo vestia uma calça slim de jeans lavado com uma blusa de flanela escura, nos pés um sapato esporte. Seu amigo Doug usava uma calça skinny, uma blusa branca simples com uma jaqueta de couro por cima e nos pés um converse preto de cano médio. Eles estavam lindos e admirando eles me perguntava se minha roupa estava boa o bastante. Eu usava um moleton cinza, uma bermuda jeans toda detonada e calçava meus tênis vans verde.
Hora da festa! Disse para mim mesmo em pensamento. Sinalizei os meninos e juntos fomos rumos ao terceiro andar.
Já lá em cima Pietro nos esperava, meu amigo vestia um colete jeans sobre uma camiseta bem colorida, uma calça jeans skinny super justa e nos pés um par de mocacins.
Nos cumprimentamos e eu os apresentei aos garotos. Após, nos direcionamos para a festa.
Eu não sabia onde era o quarto do Sal, mas pelo barulho no corredor dava para deduzir bem onde se encontrava.
A porta estava diante de nós e antes mesmo de batermos, ela abriu.
Eu mal consegui processar tudo até perceber que ele havia me arrastava para um canto do quarto.
Mais um capítulo, espero que gostem.
Trilha do capítulo: Charli XCX - Doing It
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Academia Quentin (EM CONSTRUÇÃO)
RomancePablo estava em apuros, depois da última que ele tinha aprontando não teria mais volta, seria mandado para um colégio interno. Acompanhe o cotidiano de Pablo na Academia Quentin, um lugar onde ele se encontrou e se apaixonou.