Por que eu sempre fujo? Me questionava enquanto me esfregava a baixo do chuveiro. Meus pais realmente erraram na minha criação.
Me troquei e logo que desci vi os meninos levantarem. Eles me encaravam e sorriam maliciosamente.
- Perdi a sua caminhada da vergonha. - debochou Raimundo.
- Não teve uma gota de vergonha na minha caminhada. - ele gargalhou.
Acho que a gargalhada dele me despertou porque até aquele momento eu não tinha percebido que ele o o Doug partilhavam da mesma cama.
- Vocês sempre dormem na mesma cama? - a pergunta pegou eles de jeito.
- Somos melhores amigos, fazemos isso desde criança. - me respondeu o Rai.
- Então se eu for até aí, irei encontrá-los vestidos? - agora parece que os peguei.Os meninos se encaravam como se estivessem decidindo quem responderia.
- Essa foi a primeira vez que rolou, eu sou hetero e a bebedeita de ontem fez as coisas acontecerem. - foi a resposta que o Raimundo me deu, Doug continuava calado.
- Bem, se alguém tem que se envergonhar de algo é você. - concluí e em seguida me retirei.Meu amigo mal abriu a porta de seu quarto e eu já havia despejado nele todo o ocorrido da noite passada. Ele parecia atento a cada detalhe que eu compartilhava e quando terminei de falar, ele aguardou alguns segundos para refletir e disse:
- O pobre do Ivan me ligou a pouco preocupado com você.
- E o que você disse a ele? - perguntei curioso.
- Dei o número do seu quarto a ele. - respondeu como se aquilo fosse a resposta mais óbvia.
- E por que não deu o meu número? - ele balançou os ombros e eu me deitei em sua cama.Eu não sabia como, mas eu havia caído no sono, me levantei e nenhum sinal do Pietro. Aquele garoto devia aprender a ter bons modos.
Seu quarto se encontrava em um absoluto silêncio e eu me perguntava onde estava os colegas de quarto dele.
Não demorou muito e bonito apareceu, trazia em suas mãos o que eu identifiquei como pizza e meu coração disparou.
- Vejo que você trouxe o almoço.
- Espero que você goste, tem bastante bacon.Passara o dia com meu amigo e ele me contara que seus colegas de quarto chegariam no dia seguinte. Foram horas de diversão e fraternidade, nunca havia me sentido tão próximo de alguém. Dormiria aquela noite em seu quarto, mas antes tive que ir ao meu vestir um pijama.
Resolvi pegar as escadas a idéia de estar em um elevador sozinho não me agradava muito.
Meu quarto estava silencioso, sinal de que meus companheiros não estavam. Tomei um banho rápido, vesti o pijama, peguei minha escova de dentes e saí.
O corredor parecia assombrado e pegar as escadas não era mais a melhor opção. Elevador, lá vou eu.
Eu não sei se foi o horário, mas o elevador não demorou muito para chegar, assim que abriu as portas eu tive uma grande surpresa...
Ele estava lindo e para minha surpresa, carregava um sorriso no rosto, quando seus olhos encontraram os meus pude sentir a conexão. Eu não iria fugir, acho que já tinha gastado toda a cota de fugas, ergui a cabeça e sorri.
- Gostei do visual, vai a alguma festa? - eu me toquei agora que eu estava apenas de pijama, mas quem é que ligava?
- Uma festa super privada, entre mim e meu travesseiro. - brinquei.
- Você esqueceu de deixar o sapato.
- Desculpa, mas tênis para mim é algo sagrado... Foi mau.
- Tranquilo, mas amanhã eu e você iremos ao cinema. - Eu estava estático, nunca haviam me chamado pra sair, as coisas estavam indo mesmo rápido. - Você vai entrar no elevador ou vai ficar aí? - me movi e aguardei as portas se fecharem.Trocamos números de telefone e Ivan me acompanhou até o quarto de Pietro. Ele segurava a minha mão e contava histórias de quando entrou na academia, esse garoto... Eu já ia entrando quando ele me puxou para um beijo.
O beijo foi lento e tranquilizante, cada segundo me fazia flutuar, pena que chegou ao fim.
- Te busco amanhã no seu quarto, boa noite. - me deu um selinho e saiu sem esperar a minha resposta.
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- Nossa, você demorou. Que cara é essa, viu um passarinho verde?
- Estava com o Ivan. - senti meu rosto corar.
- Hum... - Pietro me analisava.
- Pare de me encarar. Ele me chamou para sair. - baixei a cabeça.
- Olha só você, ainda nem começou as aulas e já está todo enroladinho.
- Sei lá sabe, ele é divertido, fofo e tem me dado... - tive que pensar bem em minhas próximas palavras.
- Prazer? - completou meu amigo e com um aceno de cabeça confirmei para ele. - Não precisa se envergonhar, ninguém vai te culpar por querer se conhecer melhor, eu mesmo já havia beijado uma garota antes.
- E como foi?
- Foi diferente, delicado e foi a resposta para a minha dúvida.- Pi, você é o mais perto que eu já tive de um amigo.
- E como isso foi acontecer? - brincou.
- Meus pais nunca me deram um irmão, eu nunca fiquei tempo suficiente em uma escola para fazer amizades, simplesmente assim.
- Por que tanta mudança de escola?
- Eu era expulso. Claro que fazia por onde.
- E por que isso? - ele parecia não entender.4- - Para irritar meus pais, mas percebo agora o quão imaturo fui.
- Pense pelo lado bom, agora você tem um melhor amigo e pode contar comigo para qualquer coisa. - agora eu sorria, conversar com ele me tirou um grande peso das costas.Nos deitamos na mesma cama e adormecemos. Ter o Pietro ali comigo, fez me sentir acolhido e amado, no fim das contas alguém se importava comigo.
O sol queimava a minha nuca, seu brilho dificultava a minha visão, porém era óbvio, eu estava no Rio. Eu me encontrava na cobertura do prédio onde morava e a vista era ma-ra-vi-lho-sa, porém não falava da vista da cidade e sim dos jovens que se prostavam a minha frente. Eu não fazia idéia do que Ivan e Antônio estavam fazendo ali, mas tive um palpite quando ambos tiraram a roupa e vieram em minha direção. Eu sentei-me e pude sentir as mãos de Antônio me alisando enquanto Ivan me despia aos poucos. A coisa toda estava intensificando até que...
Era só imaginação ou eu havia mesmo melado toda a minha cueca? Este sonho acabou de ser a resposta para a minha grande dúvida.
- Pietro, acorda. - balancei meu amigo. O mesmo me encarava aguardando respostas. - Eu sou gay.Trilha do capítulo: Tove Lo - Moments
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Academia Quentin (EM CONSTRUÇÃO)
RomancePablo estava em apuros, depois da última que ele tinha aprontando não teria mais volta, seria mandado para um colégio interno. Acompanhe o cotidiano de Pablo na Academia Quentin, um lugar onde ele se encontrou e se apaixonou.