Bate volta

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Ainda distante, ele me observa

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Ainda distante, ele me observa.

Jaden me analisa da cabeça aos pés enquanto aproveita de um martini. Sei que seus olhos me desafiam a sair correndo como fiz da última vez em que nós vimos.

Há estimulo em suas íris. Eu sinto. Eu sei.

Mais alguns passos e ele estava ali, bem diante de mim. Separados por apenas alguns centímetros. Tão perto e ao mesmo tempo tão longe.

— Pessoal, esse é o Jaden. — Joshua anuncia. — Esse cara me salvou de uma puta briga. — Suas sobrancelhas se ergueram ao contar o fato. — Jaden, cara, essa é a minha galera.

— Você precisa parar de brincar com a sorte. — Seu irmão diz. — Ela não costuma andar ao nosso lado sempre e, você está abusando.
— Seu tom sai com humor, mas eu sabia que também havia um pingo de verdade em sua fala.

Dentre todos os irmãos do mundo sempre haverá  um pior. E Joshua era esse irmão. A ovelha negra da família.

— Esse é meu irmão. Nasceu pouquíssimos minutos antes de mim e acha que é meu pai.
— Joshua comenta e eu observo a rápida interação dos dois rapazes. — Essa é a Fiore.

Eu não sabia ao certo se esse era o momento ideal de o avisar que nós já nos conhecíamos. E com a dúvida, me mantive calada na espera de que Jaden dissesse. Mas seus lábios não fizeram um chiado sequer. Ao em vez disso, ele estende sua mão em minha direção e eu a pego demoradamente segundos depois.

— Muito prazer.

Voz rouca e aveludada. Misteriosa ao mesmo tempo que sensual.
Reparei no sotaque mais suave. Nas suas sobrancelhas preenchidas e também no maxilar ainda mais marcado.

— Igualmente.

Joshua dizia mais alguma coisa, mas me neguei a quebrar a conexão.
Estou quieta e ao mesmo tempo barulhenta. Eu sei, porque minha mente grita ao observar sua figura.

O'donell agora era um homem. Seus fios que antes eram loiros e compridos, hoje se encontravam mais curtos e escurecidos.
Dourado ou loiro escuro? Eu não sabia dizer, mas ainda sim, lindo.
Ele usava uma camisa social branca com as mangas regaçadas para cima. Os primeiros botões da camisa estavam livres fazendo com que qualquer um conseguisse visualizar um pouco mais da sua pele bronzeada pelo sol. Nada de blaser ou gravatas, apenas uma fina corrente brilhosa enfeitava a região de seu pescoço.

Ele ainda me observa. Sem medo, sem recuo.

É como um choque doído.

Céu Sem EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora