Um erro

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Sua atenção intercala entre a rua e o GPS algumas vezes

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Sua atenção intercala entre a rua e o GPS algumas vezes.

— Não acha muita coincidência estarmos nos encontrando tanto? — Jaden profere, virando o volante para a esquerda.

Sinto algo errado na forma em que ele fala.

O'Donell se mantém relaxado no banco. Ele dirige habilmente e realiza algumas manobras com destreza no volante. Franzo o cenho. Inesperadamente, alguém tão bom quanto ele, supostamente não seria capaz de colidir com outro carro sem querer.
O homem atraente ao meu lado, batuca seus dedos na mesma medida em que o outro braço repousa descontraída na janela.

Meus cabelos balançam ao vento e o aroma do carro mescla-se com notas de menta e algo mais.

Estar desconfiada de que tudo havia sido premeditado é uma sensação intensa e perturbadora. É como se um véu fosse retirado dos meus olhos e eu pudesse enxergar além das aparências.
Os sinais e coincidências começam a se alinhar de forma assustadora, como se alguém estivesse manipulando os acontecimentos para atingir um objetivo específico.

Ergo as sobrancelhas para o rapaz que suspeito estar por atrás de tudo. Há uma mistura de incredulidade e raiva em meu olhar, pois não consigo acreditar que tamanho acasos possam explicar tantas coincidências.

Cada detalhe, cada encontro fortuito parece ter sido cuidadosamente planejado para me levar a esse momento.
A sensação de estar sendo guiada propositalmente em direção ao abismo de olhos verdes reluzentes, é avassaladora.

Sinto-me como uma peça em um jogo de xadrez, movida estrategicamente para cumprir um propósito oculto.
Algumas perguntas começam a surgir em minha mente.

Qual o objetivo final disso tudo?

Analiso cada fato, cada encontro, cada palavra dita, cada gesto feito, cada ação em buscas de pistas.
Meus sentidos estão aguçados, minha intuição está em alerta máximo.
A paranoia começa a se instalar, e cada movimento meu é feito com cautela.

Ele estaria brincando de fazer as mesmas coisas que o fiz no acampamento?
Eu esperava que não, pois eu não seria mais a protagonista, e sim, uma mera espectadora dos acontecimentos.

— O que está fazendo, Jaden? — Questiono, inevitavelmente dura.

Ele sabia que eu o encarava, mas não se deu ao trabalho de retribuir o olhar em momento algum.

— Seguindo a rota que você colocou, Hallmor.

Sínico.

— Porque não me conta do porque voltou para Wollongong? — Há acidez em minha pergunta. Ele sente. Ele degusta. — Nunca gostou daqui.

Céu Sem EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora