Adversária

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A praia de Wattamolla é muito famosa

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A praia de Wattamolla é muito famosa.

Para chegar até aqui, é preciso ir até o Parque Nacional Real. Só é possível vir de carro. Depois de estacionar, é necessário seguir por uma trilha.
O diferencial daqui é que há um rio ao lado. Um lugar lindíssimo, longe da agitação.

Havia caixas de isopor para guardar sanduíches e refrigerantes, pois não tínhamos a opção de comprar nada por perto. O mar estava agitado e, no canto esquerdo, havia uma pedra de onde as pessoas costumavam pular, mas como era noite, achamos melhor não arriscar diante da lua brilhante no céu.
Estávamos no meio de um grupo de pessoas no centro da areia fofa da praia. Um rapaz tocava violão enquanto uma moça o acompanhava cantando músicas típicas de bandas e artistas internacionais famosos. Alguns na roda cantavam junto, outros se refrescavam no mar e os demais se divertiam de outras maneiras.
Era uma noite calorosa, como de costume, e por isso a maioria estava de trajes de banho e roupas leves.

— O seu carro nunca vai ficar pronto? — Arianna questionou ao meu lado.

Todos os meus amigos, assim como a garota, já sabiam do pequeno incidente com o veículo, mas claro, eu não havia revelado o causador.

— Por que a pergunta? Está sendo um incômodo ter que me dar carona de vez em quando? — Meu tom de voz a fez sorrir enquanto assentia, e eu fui obrigada a lhe dar um pequeno tapa no braço.

Jaden estava demorando mais do que o esperado para resolver o problema, e o pior era que, todas as vezes que nos encontrávamos, nunca passava pela minha cabeça perguntar sobre como estava indo o conserto. No entanto, a verdade era que, quando estávamos sozinhos, a última coisa em que eu conseguia pensar era no meu veículo. O Fusca era do meu avô e sempre foi o meu sonho de consumo quando eu era adolescente, mas talvez eu esteja começando a perceber que talvez a importância que eu dava a ele não era tão grande assim.

— A água está quentinha! — Adie disse ao se sentar no meio, forçando uma separação entre eu e Arianna e cortando o assunto. — Vocês não vão entrar?

Seu corpo estava coberto por uma canga, e seus cabelos molhados deixavam algumas gotículas de água respingarem em meu braço. Mesmo que eu estivesse de vestido com mangas compridas, o pano era feito de um tecido com furinhos, que deixava minha pele e meu biquíni à mostra, próprio para áreas aquáticas.

— Claro que está quente, é xixi. — Ari respondeu, fazendo careta.

— Ah, esqueci que você não gosta de mar. Deveria ter ficado em casa. Não sei por que veio, afinal. — Adie olhou para mim ao se levantar — Como consegue manter um papo com essa chata por tanto tempo?

— Me pergunto a mesma coisa.

Arianna foi criada cercada por boas maneiras, enquanto Adie aprendeu desde cedo que não precisava agradar ninguém. Eu, por outro lado, cresci sabendo que tudo ficaria bem se eu me comportasse ou me adaptasse de acordo com o ambiente. Éramos completamente diferentes, o que teoricamente deveria dar errado, mas na prática era interessante e funcionava. Eu acreditava que conseguia equilibrar ambas porque, no fim das contas, era eu quem mantinha a harmonia entre elas.
A garota ao meu lado era uma mesquinha de nariz em pé, mas não tinha medo de defender suas opiniões com firmeza quando necessário. Já Adie era mais descontraída e direta, sem se importar com as convenções sociais. Eu me via como uma espécie de mediadora entre essas duas personalidades tão distintas. Afinal, enquanto Arianna trazia sofisticação e refinamento, Adie trazia autenticidade e espontaneidade. E eu, com meu jeito pacificador, conseguia equilibrar. Era como se eu fosse o ponto de equilíbrio.

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