Alma perdida

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Me inclino sobre o balcão e cruzo meus braços, apoiando meu queixo logo em seguida

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Me inclino sobre o balcão e cruzo meus braços, apoiando meu queixo logo em seguida. Eu olho fixamente para o CupCake, que está a poucos centímetros do meu rosto.

Menta costumava ser meu sabor preferido quando criança e gostaria muito que ele ainda tivesse o mesmo encanto para mim agora que sou adulta.

Eu tinha tantas caixas de livros para abrir e organizar nas prateleiras que acabei ficando presa na livraria até mais tarde. Não me incomodava, de fato, porque o cheiro de livros novos era muito agradável, porém fazer hora extra no trabalho numa sexta-feira não era uma das minhas atividades favoritas. Todavia, por um lado, foi bom, pois passei a semana inteira evitando sair com o pessoal, dizendo que precisava acordar cedo e blá blá blá. Claro que todos estranharam, já que isso nunca tinha sido motivo antes. Nunca me importei de dormir às três da manhã para acordar poucas horas depois e ir à faculdade. Mas hoje, milagrosamente não precisei mentir.

Participar desses encontros com meus amigos também significava encontrar Jaden, já que ele começou a ser incluído em nossas noites pelo Joshua e, obviamente, com o incentivo da Arianna, que estava ansiosa para que finalmente acontecesse algo entre os dois.

Ergo a cabeça sem tirar os olhos do CupCake.

— Bom apetite. — Digo para mim mesma antes de dar uma bela mordida.

Sigo para o canto esquerdo da loja. As caixas são quase da altura do meu joelho e os livros encapados e protegidos por plásticos bolhas se encontravam completamente empilhados.
Eu precisava separa-los por categorias e colocá-los em seus devidos lugares. Não era algo difícil, afinal.

Após uns vinte minutos organizando, percebo que não seria apenas os livros da caixa que eu teria que arrumar, mas sim, várias prateleiras inteiras. Havia muitos livros nas categorias erradas e nos lugares errados.

Eu sento perto de uma das estantes, encostando minha cabeça em algum livro de capa dura, fechando os meus olhos enquanto suspiro. Eu teria muito trabalho pelos próximos dias, mas pensando bem, fui eu mesma quem percebeu a desorganização antes do meu chefe, caso contrário, seria um problema para mim.

O barulho do sino toca no lugar me fazendo abrir os olhos.
Franzo as sobrancelhas ao mesmo tempo que encaro o meu relógio no pulso.

Ouço a porta se fechando e, em seguida passos.

Eu me viro para a esquerda, fixando minha atenção no começo do corredor e preparo para elevar a minha voz.

— Já estamos fechados!

Os passos param.

Provavelmente eu deveria estar em pânico. São onze e meia da noite e geralmente essa rua fica deserta nesse horário. Meu chefe costumava me liberar mais cedo por não acreditar muito no meu spray de pimenta.
Nesse caso, o Spray realmente não me serviria de muita coisa agora, já que, estava dentro do meu carro e a lataria azul ainda nem sequer se encontrava na garagem.

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