Capítulo 19 - Anyone Else

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Lexa e eu não havíamos trocado uma palavra se quer e, querendo ou não, Tony percebeu. Vez ou outra eu pegava Lexa me olhando de canto, sempre tentando ser discreta e isso de alguma forma me irritava porque eu sentia a necessidade de ficar próxima a ela.O beijo que tivemos não para de se repetir na minha cabeça e eu me sinto um pouco ridícula por querer sentir os seus lábios nos meus novamente.

O silêncio entre nós três já estava começando a ficar desconfortável, mas também eu não me sentia confortável em puxar assunto, portanto eu apenas continuei quieta, assim como as demais.

Após o nosso beijo, Lexa praticamente saiu correndo do quarto e logo trocou de lugar com Tony no posto de vigia. Eu me senti ofendida, eu beijo tão mal assim? Ou a ideia de beijar a Dama da Noite é tão ruim quanto morrer sendo mordido por vários infectados?

Eu com toda a certeza do mundo deveria para de pensar nisso e fingir que nada aconteceu, assim como ela.

Não faltava muito para chegarmos em Blackwood, mas parecia que quanto mais caminhávamos, mais longe estávamos de chegar. Eu só queria um bom banho e um pouco de descanso, minhas pernas já imploravam por isso e eu precisava atender a esse pedido.

Ainda faltava uma boa caminhada até chegarmos na comunidade quando o tempo pareceu mudar. O sol que antes fazia nossas peles arderem, já não estava mais lá dando o lugar para nuvens completamente escuras e um vento forte e gelado. Não havia nenhuma comunidade próxima para nos abrigarmos, mas eu conhecia aquela região e sabia que tinha uma fazenda perto e foi para lá que fomos.

Nada parecia fora do normal, topávamos com alguns infectados de vez em quando, mas nada que desse muito trabalho, isso até ouvirmos passos rápidos vindo da nossa esquerda. As demais também perceberam e pararam de andar no mesmo segundo, aproveitando para pegar suas armas. Olhei na direção enquanto apontava a minha arma, esperando quem fosse aparecer e já preparada para o que fosse. Mas quando a mata se abriu, um guaxinim passou correndo por nós.

Pequenas gotas de água começaram a cair do céu que já estava extremamente escuro com nuvens carregadas de chuva. Precisávamos apertar o passo para chegar logo na fazenda antes que a chuva piorasse.

Assim que chegamos na área, algo me chamou atenção. Alguns infectados estavam mortos ao redor da casa, parecia algo recente, portanto ou alguém saiu da casa ou entrou e ainda está lá.

- Acho que tem alguém aqui. - Sussurrei empunhando a minha arma sendo seguida pelas duas.

Caminhamos calmamente para perto da porta de entrada, tentei olhar para dentro da casa, mas tudo o que eu consegui ver foram as mobilias bagunçadas e um pouco de sangue no chão, parecia fresco.

Fiz sinal para entrarmos silenciosamente e assim fizemos. A casa estava silenciosa, gotas de sangue faziam um caminho para o segundo andar, alguns panos com um pouco de sangue estavam jogados em um canto perto das escadas junto com uma garrafa de água vazia. Tony fechou a porta devagar e Lexa ficou ao meu lado, começamos a subir as escadas, torcendo para que a madeira velha não nos denunciasse.

Assim que estávamos no topo, Tony foi checar um quarto enquanto Lexa foi para o outro e eu segui no corredor até o último quarto, mas um barulho a mais me chamou atenção. Me virei pra trás e vi um homem de costas segurando a arma  na cabeça de Lexa. Cheguei silenciosamente atrás dele e encostei o cano gelado da minha arma em sua nuca, o homem levantou suas mãos em rendição e Lexa se virou para pegar a arma dele.

- Jhonny? - Lexa estava surpresa.

- Ai, graças a Deus são vocês. - Murmurou Peter atrás de mim, ele estava com sua coxa enfaixada.

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