Capítulo XLI

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JUNGKOOK

Corpo ou alma.

Eu queria que fosse assim tão fácil.

Ele fez soar dessa maneira. 

Ele fez parecer dessa forma.

Deus, eu o amo.

Na superfície, parecia uma escolha simples, mas os assuntos do coração raramente eram.

— Não é tão preto e branco —, eu disse, minha voz grave e profunda. 

A culpa que eu sentia naquele momento, o desejo de puxar Jimin para os meus braços e mandar todo o resto para o inferno, era como tentar segurar um orgasmo quando a liberação já tinha começado.

— Você não vai deixar que seja —, Jimin argumentou.

Eu acho que tinha sido demais pensar que poderíamos ter uma noite inteira e não entrar neste assunto. 

Estávamos enganando a nós mesmos. 

Mas não era isso o que eu queria? 

Não estava cansado de fingir?

O silêncio pesou, nos pressionando. 

Ele me jogou a bola. 

Ele tinha previsto um argumento épico e me deixou com uma escolha. 

Olhei para a marca que coloquei em seu peito, tão perto de seu coração. 

O coração que de bom grado ele me ofereceu.

Eu lhe daria qualquer coisa... 

Mas como eu poderia tirar dele? 

Sim, ele estava oferecendo, mas apenas porque algo nos é oferecido, não significava que era certo aceitar.

Mas…

Eu o estava machucando e eu não queria isso. 

— Parece que não importa o que eu faça, você vai se machucar —, eu confessei.

— Há apenas um tipo de dor para mim que nunca vai se curar.

Belisquei a ponta do meu nariz e exalei. 

— Pare de dizer essas merdas.

— Por quê? Porque te incomoda? Porque você sabe que é verdade? — Sua voz era argumentativa, na verdade.

— É claro que me incomoda! — Eu tiro para fora. — Você é minha fraqueza, Jimin. Você é a única pessoa neste mundo inteiro que eu faria qualquer coisa para...

— Tudo o que eu quero é você.

— Você me tem —, eu disse cansado, desmoronando contra a cabeceira da cama. 

Eu estava exausto e ferido, de muitas formas.

E eu estava nu.

Esta era uma conversa maldita e pesada, para ter sem a minha cueca.

— Onde está a minha maldita boxer —, eu murmurei. 

— Você não precisa dela —, Jimin me respondeu.

Levantei uma sobrancelha. 

Ele levantou de volta.

Eu lutei contra um sorriso, mas no final, meus lábios se curvaram para cima.

A covinha na bochecha fez uma aparição, e eu gemi.

— Por favor, diga que você entende para onde eu estou indo —, eu implorei.

Addicted To Speed - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora