Capítulo V

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JIMIN

Eu não gosto de batatas fritas.

EU AMO.

Dourada e crocante por fora, quente e recheada por dentro, com sal apenas o suficiente para fazer uma maldita festa na minha boca.

Com ketchup.

Um homem não pode comer batatas fritas sem um balde de ketchup. 

E não é alguma marca barata, tipo prateleira de baixo. 

Havia apenas um ketchup: Heinz.

Cerca de uma hora do hotel, onde Minseok tão generosamente me reservou um quarto, nós encostamos em alguma lanchonete de beira de estrada que parecia um  poço de gordura. 

Isso significava que provavelmente tinha algumas batatas fritas  fodonas.

Eu estava morrendo de fome.

Ignorei o jantar porque logo depois que eu tinha recebido a chamada do Minseok (não seu assistente, mas o próprio homem), eu saí até a garagem e fiz um check-up completo no meu carro.

Não, tecnicamente ele não precisa de um.

Mas eu não podia simplesmente deixar de fazer um check-up quando iria dirigir para um homem que poderia literalmente fazer seus sonhos se tornar realidade.

— Estou com tanta fome que eu poderia comer minha própria comida agora —, eu disse, desligando o motor e guardando as chaves.

Jungkook fez uma careta. 

— Não está com tanta fome.

— Eu posso fazer alguma merda —, argumentei.

— Sim, merda que deixa as pessoas doentes —, Jungkook brincou.

Ele estava certo. 

Eu era o pior cozinheiro conhecido pelo homem. 

Às vezes eu queimava a merda no micro-ondas... 

Eu nem sabia que era possível até que eu fiz.

— Como se você fosse melhor —, retruquei quando ele abriu a porta de vidro prata em forma de bala da lanchonete e entrou.

— Eu sou melhor que você —. Ele me deu um sorriso por cima do ombro. 

O pulôver de lã verde-escuro que ele usava tinha a gola levantada, e o chapéu para trás trabalhavam juntos para lhe dar uma espécie de olhar misterioso. 

Tipo coberto, como alguém com um monte de camadas.

Eu conhecia todas as camadas de Jungkook.

Será?

Eu não estava pensando em outra coisa senão no que estávamos falando e eu ri. 

— Bem, isso é verdade.

Jungkook não cozinha muito, mas ele era melhor.

Sua comida era pelo menos comestível.

Houve mais de uma noite entre sair e jogar jogos de vídeo que estávamos com  muita preguiça para ir buscar alguma coisa, e ele conseguiu fazer alguma comida boa o bastante para comer.

A lanchonete era exatamente como o tipo clichê que você vê na TV ou encontra em uma estrada durante uma viagem aleatória como esta noite.

O interior era longo, como um grande retângulo ou uma pista de boliche. 

Contra a parede oposta tinha uma linha onde o cozinheiro preparava os pedidos à vista de todos os clientes. 

Na frente da linha estendia-se uma longa bancada com banquinhos redondos que eram salpicados com dispensadores de guardanapos, garrafas de ketchup, saleiros e pimenteiros.

Addicted To Speed - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora